A MALDIÇÃO DE TRACY
Sentada na janela, mirando o horizonte, Tracy observava o sol que ia se pondo em melancolia, as nuvens rosadas o acompanhavam, dando lugar às negras. As ondas do mar se quebravam nas rochas e o barulho soava como trovoadas. Era uma forma linda de terminar aquele fim de semana perfeito, a paisagem era poesia para seus olhos esverdeados, ela então desceu da janela, a chuva de novembro estava a caminho.
— Não vai fugir do terceiro round, vai? — Provocou a garota seminua, deitada na cama.
Tracy sorriu e mordeu os lábios.
— E alguma vez você me viu fugindo? — Respondeu ela, se deitando em cima da outra e beijando seus lábios com força.
As gotas de chuva começaram a cair, respingavam para dentro pelas janelas, mas nenhuma das duas pensou em fechá-las. As trovoadas encobriam seus suspiros de prazer e Guns tocava no rádio, abafado.
Tracy e Alyah haviam se casado em outubro e agora curtiam sua lua de mel em Cancún. Passaram o dia na praia, tomaram sol, surfaram e caminharam de mãos dadas pela areia macia da praia mexicana. Tinha sido o dia perfeito, e só podia fechar de uma forma, o encontro de seus corpos apaixonados.
Não esperava ela que um mês depois receberia uma ligação da polícia avisando que sua esposa fora assassinada. "Tentativa de assalto, a vítima reagiu e foi baleada", foi como noticiaram o fato. Tracy chorou por 6 meses, fez terapia por 9 e se medicou por 12.
Um ano depois ela voltou para a casa do pai. Aquela casa que lhe trazia tanto boas lembranças como ruins. O sorriso da mãe, as histórias antes de dormir, todos os abraços carinhosos. Você tem os olhos dela! É o que sempre dizem ao ver Tracy de volta a cidade.
A mãe de Tracy sofreu um acidente de carro quando ela tinha apenas 5 anos. Um choque jamais superado, forte demais para a mente de uma criança. Aquela foi sua primeira de muitas perdas, e como não entendia a morte, sofreu cada dia que passava e sua mãe não voltava, sofria de pesadelos recorrentes e acordava chorando, pedindo pela mãe.
— A mamãe se foi, querida. — Dizia o pai, se controlando para não chorar junto a ela.
Sua segunda perda foi aos 12 anos, sua amada vovó. "Esses problemas do coração geralmente são complicados" disse o médico ao pai dela. Tracy perdia sua segunda mãe aos 12 anos de vida. Papai também não lidava bem com a morte, enfiava sua cabeça no trabalho e se recusava a comentar o assunto. Bebia demais e conversava de menos, e Tracy se sentia só.
Aos 16 fugiu de casa para morar com sua amiga Isis. Com ela, aprendeu a fumar e beber, usou drogas, foi a festas, fez tudo o que teve vontade de fazer. Quando um problema batia à porta, as duas fugiam. Mudanças foram comuns nesse período da vida de Tracy, até que ela finalmente terminou a escola e se mudou para a capital junto de Isis.
Encontrou o corpo de Isis 3 meses depois, com uma corda no pescoço. Sem carta, sem avisos, ela simplesmente tirou a própria vida. E foi aí que Tracy notou a maldição que a acompanhava - Todas as pessoas que ela gostava, de repente morriam. Tudo que ela tocava apodrecia. A morte rondava Tracy, como se a provocasse.
Aos 18 anos conheceu Aylah e aos 19 se casou.
Aos 20 decidiu que nunca mais se meteria com relacionamentos amorosos, passou no vestibular e seria enfermeira. Ela salvaria vidas, seria sua redenção.
Aos 22 passou a utilizar mais a internet, procurando ajudar ao máximo de pessoas que pudesse. Respondia no Brainly e no Yahoo Respostas. Foi lá que conheceu "Lord Mysterion", nome utilizado por Foreman.
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O Jogo da Morte.
Mystery / Thriller22 pessoas são sequestradas por alienígenas para participar de um jogo de sobrevivência onde apenas 1 sairá vivo. Qual o objetivo dos aliens com esse jogo? Quem é o líder deles? Quem irá ficar vivo ao fim do jogo? Esses e outros mistérios são o tem...