10 - Encontros.

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NAVAL.

Naval corria na chuva, procurando pela tal flor azul com espinho vermelho. Honestamente, não sei como é a flora na Índia, mas naquela floresta essa combinação não era muito comum. Ele corria com certa velocidade, sentia-se mais vivo do que nunca com tanta liberdade. Se divertia desviando da vegetação, até que bateu de frente com outra pessoa correndo e ambos caíram sentados.

Aaaaaah, my fucking head!!! — Gritou Naval, revoltado.

— Você surgiu do nada, seu maluco! Tipo bala perdida, mané, dá não! — Foreman estava pistola.

— I don't understand your language, idiot.

— O que?

— What?

— ¿Hablas español?

— No... Parlare italiano?

— Esquece, cara... — Foreman agora gesticulava que não iriam mais se comunicar por fala e sim por gestos. Embaixo de uma chuva mais forte, tenta sinalizar para que os dois se juntem como uma dupla.

Naval não entende a gesticulação, achando que Foreman estaria sugerindo um abraço e tenta abraçá-lo. Foreman recua e freia a tentativa de abraço do indiano, faz contato visual intenso e tenta novamente gesticular o que quer, oferecendo a mão para Naval. Eles então se cumprimentam e Foreman gesticula novamente. Naval não entende se era para se casarem ou só caminharem juntos, mas deduz que caminhar juntos faça mais sentido nas atuais circunstâncias. Assim, ambos correm em busca de um abrigo.

POCAHONTAS.

Outra correndo na chuva é Pocahontas, com uma pá na mão esquerda e uma faca na direita. Mais uma vez ela tropeça no chão molhado e escorregadio da floresta, dessa vez caindo em uma poça, ficando encharcada. Também machuca a perna, o que a impossibilita de correr mais. Decide se enfiar no meio dos arbustos, tomando chuva mesmo, não parecia aquele temporal de cair galho de árvores, então ela estaria bem, apesar do risco de hipotermia, das cobras, onças, jacarés, ursos, boitatá, o que fosse. Ela iria correr esse risco, confiava em Tupã e nos espíritos da floresta.

TRACY.

Tracy, como a maioria dos outros, corria sem rumo na chuva, um pouco mais devagar, para a asma não atacar. Aquele dia ela estava sem seu guarda chuva amarelo de sempre, por isso se encontrava toda encharcada. Por pura sorte, encontrou barracas já montadas. "[Censurado] vida, que sorte do [censurado], vou me jogar ali feito [censurado] na chuva!" Exclamou ela com sua habitual boca suja. Ao se aproximar, Tracy nota que tem gente já dentro das barracas, ela para e hesita, não sabe se pede ajuda ou se manda dali. Sua hesitação é interrompida por sussurros vindo das folhagens atrás dela, ela pensa: "Mas que [censurado] é essa?" Quando nota que era alguém chamando-a.

— Psiu! Tracy, vem aqui... — Sussurrava Cameron em meio às folhas.

Cameron? Não acredito! Você por aqui? — Diz Tracy, indo para as folhagens e deitando ao lado de Cameron, sua fiel parceira de sempre.

— Eu! Você está bem, minha bela?

— Um pouco... Tô cansada pra [censurado]! E você?

— Que bom, darling. Estou ótima, rs. — Cameron fazia carinho nos cabelos de Tracy, e as duas se olharam por um breve momento, sorrindo uma para a outra, até que se abraçaram e ficaram assim até a chuva passar.

Este longo abraço carregava uma carga emocional pesada. Um bom tanto de amor, carinho e um pouquinho de esperança, se você reparar direito. Elas estavam passando por muita coisa nesses últimos dias e puderam achar conforto uma na outra. Seus batimentos se alinharam e por aquele breve momento  os problemas sumiram. Tudo parecia bem.

ROBIN.

Não estava bem era pra Robin, que corria sem rumo pela floresta, com sua mochila nas costas. Quando finalmente parou para descansar, encostando-se em uma árvore, viu uma tremenda de uma cobra assassina vindo pra perto, e lá se vai Robin correndo novamente, fugindo de ameaça atrás de ameaça. Só parou ao ver algo estranho na floresta. "Ocas! Será que tem alguém ali?" Pensou ela, mas não refletiu o suficiente a ponto de hesitar, ela não aguentava mais chuva e cansaço, então correu na direção das ocas e entrou na que estava mais perto. Está vazia! Ainda bem!! Robin se deitou e deu-se o direito de descansar.

JACK E TED.

— Jack, acorda, vamos!

— Mas será possível que não vou ter um maldito momento de sono nessa maldita floresta?

— Fala baixo, animal. Alguém entrou na oca ao lado. — Sussurrou Ted.

— Chegou a reparar quem era?

— Não. Entrou muito rápido. Mas reparei que estava com uma mochila nas costas.

Naquele momento Jack levantou de vez.

— Opa, mochila? Era isso que eu precisava ouvir, meu camarada. E aí, vamos lá ver quem é?!

FINN.

Finn estava tomando muita chuva, e como não notou nenhuma movimentação de Rachel desde que ela entrou na caverna, pensou que essa seria a hora de ir lá pedir ajuda na maior cara de pau. Caminhou até a entrada da caverna, olhou para dentro, estava muito escuro pela falta de sol, afinal estava chovendo. Ele devagarinho foi entrando na caverna até ouvir a voz assustada de Rachel.

— Quem é você? Se afaste!

— Calma, Rachel, sou eu!

— Finn? — Ela aparece das sombras e lhe dá um abraço. — Não!! Eu não gosto de você, vai embora!!

— Qual é Rachel... Não estamos em momento pra drama, ok? O destino nos colocou juntos por alguma coisa, não acha? Temos que nos unir! Sobreviver juntos! É nossa reconciliação!!

Rachel cedeu, não porque queria, mas porque aquilo fazia sentido. Ele poderia ser-lhe útil e ela sabia que ele não a mataria. Então entraram juntos na caverna e se deitaram, separados.

A chuva vai parando.

O Jogo da Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora