11 - Don't Eat My Cows!

31 7 2
                                    

A chuva é ótima quando você está no conforto de sua casa, deitado com suas cobertas, assistindo um filme ou lendo um livro. A lareira acesa, se não for véspera de natal, é claro. O cheiro de chuva e o ambiente mais escuro são condições perfeitas para um bom cochilo, também. Mas, na floresta, a situação é diferente. Além de te deixar encharcado, a terra vira barro, as folhas das árvores caem, as fogueiras não se mantém e suas rotas de fuga ficam escorregadias. Depois da chuva, você deve imaginar que vem a calmaria, não é? Bom, não aqui. Após a chuva, veio o frio curitibano.

JACK E TED. 

— Parou de chover! Acho que a pessoa está se arrumando pra sair. Avisou Ted.

— Então é o momento de entrar no personagem. Disse Jack, mudando seu semblante simpático para um mais sério e intimidador.

Ambos saíram furtivamente da oca e caminharam confiantes em direção a oca em que um desconhecido tinha se alojado. Jack sinaliza pra Ted calar a boca quando ele pisa em um galho, fazendo barulho crocante.

CARLOS.

Perto dali, Carlos joga fora a folha de bananeira que havia usado como guarda-chuva, ele agora estava todo encharcado, sua proteção improvisada foi um fracasso. Torceu a barba e o longo bigode, permitindo a água escorrer para suas mãos. Se deslocou de seu posto sentinela e caminhou em direção da barraca feita por Rose com um sorriso maléfico no rosto. 

Se aproximou com cuidado, andando para o lado furtivamente, seus passos eram calculados e os olhos estavam fixos na barraca. Foi calmamente levando a cabeça para a lateral da barraca com a intenção de ver se a garota ainda estava lá.

 Para sua surpresa, a barraca estava vazia. "Que? Como assim?", pensou eleAo fim desse pensamento em voz alta, a garota surge de trás de uma árvore em um movimento rápido, ela segurava um pedaço de madeira nas mãos e antes que ele pudesse abrir a boca, foi atingido na cabeça. O barulho do golpe que derrubou Carlos foi seco e preciso, podendo ser ouvido a vários metros de distância. 

Ele, já no chão, sentiu o molhado descendo pela sua nuca da cabeça, mas ainda estava consciente. Olhou para cima, confuso, e lá estava Rose, uma menina aparentemente frágil e assustada, segurando uma madeira ensanguentada nas mãos. E ao seu lado, um quati rangendo os dentes, irritado. 

Carlos se levantou ainda zonzo e partiu em direção de Rose, cambaleando como um bêbado. Ao chegar perto ele tomou outro golpe, ainda mais potente que o anterior, que o arremessou ao chão  novamente. Dessa vez, o golpe acertou sua têmpora, que também começou a sangrar. 

Ainda consciente, ele passa a se rastejar, implorando ajuda, com a mão cobrindo o ferimento que jorrava sangue. 

Mas Rose é implacável. 

Sem pestanejar, desfere outro golpe contra o rosto do rapaz, deixando sua face completamente vermelha. O quati também resolve entrar no confronto e parte pra cima de Carlos com suas garras afiadas, desfigurando o rosto do barbudo, que já sem forças para se defender, se entrega ao desmaio.

— Venha, Mandril, deixa esse otário aí! — O quati entendeu o recado, correndo com Rose de volta para a floresta.

GRUPO 1.

No grupo 1, Virgulino dormia sob o peito de Chico, quando Binter os acordou.

A chuva já passou, pombinhos. — Riu Binter do novo casal.

Isso é comum de brasileiros, neka? — Perguntou Misa.

— Não, japa, eles agora são um casal.  Explica Binter.

O Jogo da Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora