Capítulo 17

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Eli está focada no croqui do parque, acrescentando detalhes minúsculos que lhe vão surgindo na memória.

O esboço que fizera com Rodriguez foi transformado em maquete, sem faltar um único pormenor. Todos estão ao redor dela, à volta da secretária de Zach, observando silenciosos, enquanto ela acrescenta elementos pormenorizados, tal como as duas fontes, ou o suporte para estacionar bicicletas.

Nada podia falhar. Nem um maldito pormenor. Estava em jogo a segurança da sua filha.

Ninguém pode calcular o tamanho do nó que ela tem na garganta. Estava a milésimos de segundo de desistir de tudo. Não queria colocar a sua Lilly naquilo. Só queria protegê-la nos seus braços...

Por outro lado, a razão levava-a a ter de agir, senão, não haveria paz. Eli suspira e abana discretamente a cabeça.

Ela pega numa caixinha que contém uns pinos, que simulam todos os membros da equipa de segurança, ao mesmo tempo que se interroga se os psicopatas sequer desconfiam dos planos deles.

OK. Não era hora de ser pessimista.

Sob o olhar atento de todos, Eli coloca estrategicamente nas posições, aqueles que ela e Rodriguez decidiram ao fazer o esboço, no dia em que foram reconhecer o local.

- Eu e Rodriguez pretendemos colocar pessoal nestes pontos. Serão aqueles que não prescindo e nos darão apoio e proteção direta, em caso de algo sair do controlo. Agora, os restantes estão por vossa conta e, posteriormente, veremos se será necessário mais alguma alteração.

Assim que termina de falar, levanta-se de supetão e abandona a sala.

Rodriguez tenta ir atrás dela, mas Zach coloca uma mão sobre o seu ombro, impedindo-o de ir atrás dela.

- O que é que lhe deu? – Interroga Freddy.

- Aconteceu alguma coisa? – Questiona Anthony.

- Isto está a ser muito duro para ela. – Explica Rodriguez. – Desde que Lilly a começou a chamar de mãe, tudo mudou de figura. Nós tivemos uma empatia imediata pela menina, mas não conseguimos ficar indiferentes e apaixonamo-nos por ela. Eli tem trabalhado para conseguir caçar estes gajos, sem sujeitar Lilly ao risco. Infelizmente, não está a ser fácil e ela sente-se impotente.

- Zach, é melhor ires ter com ela. – O próprio Anthony aconselha-o. – Fica descansado que nós continuaremos, já que aqui está Rodriguez e ela deixou-nos tudo bem detalhado. Quando ela se sentir melhor, regressem e falamos.

Zach acena para ele e retira-se do seu escritório. Dirige-se ao local onde Eli está, de certeza.

Quando entra no ginásio, Eli está sentada a um canto, encostada na parede, de pernas fletidas e cotovelos apoiados nos joelhos, segurando a cabeça entre as mãos, soluçando enquanto chora.

Aproxima-se dela, em silêncio, e senta-se a seu lado, passa um braço em torno dos seus ombros, puxando-a para mais perto dele. Eli roda o corpo e abraça-o pela cintura.

- Zach, isto é excruciante! – Eli fala baixinho, depois de se acalmar.

- Eu sei. Olha para mim. – Pede e ela olha-o. – Tu vais conseguir. Nós vamos conseguir, está bem?

- Eu tento pensar positivo, mas não consigo livrar-me do pressentimento que tenho. E é essa porcaria que me está a moer o juízo, quando tento não pensar que algo pode correr mal.

- Ainda estás a pensar no sonho da Lilly?

- Pois é. Isso não sai da minha cabeça.

- Num aspeto, isso é bom, amor.

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