Capítulo 22

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A custo, Eli consegue levantar-se da cama para ir à casa de banho, pela manhã. Geme, baixinho, com o desconforto que sente na lateral do seu tórax, a cada passo que dá. Ao aproximar-se do espelho da casa de banho, levanta a camisola e dá uma espreitadela ao hematoma das costelas.

Credo! Aquilo está mais negro que sei lá o quê.
A aparência é verdadeiramente assustadora, deixando-a boquiaberta. Já tinha carregado hematomas e equimoses pelo corpo, mas nenhuma se tinha comparado com aquela.

Suspirando, Eli faz as suas necessidades e higiene. Quando se prepara para regressar à cama, Zach faz-se notar, encostado à porta da casa de banho, observando-a com semblante preocupado.

- Está tudo bem?

- Sim... Quer dizer, mais ou menos. – Eli suspira. – Tenho dor e isto está mesmo feio. – Diz apontando para as costelas.

- Mostra-me. – Zach pede, aproximando-se, e ela levanta a camisola, mais uma vez. – Uau! Isso está com uma aparência horrível, Amor. Como está a dor, numa escala de zero a dez?

- Tenho de ir tomar o analgésico. – Eli recusa-se a dizer o quanto lhe dói.

- Espera um pouco. – Beija a sua testa. – Vou só fazer a minha higiene e vestir qualquer coisa, para descermos para o pequeno-almoço e tomares o medicamento.

Eli acena afirmativamente e vai para o closet vestir-se. Zach faz o mesmo e seguem para a sala de refeições, após verificar Lilly. O trajeto foi feito bem devagar, já que, a cada passo, a dor latejava, incomodando Eli.

- Oh! Bom dia, Zach! Bom dia Eli! – Mariane cumprimenta-os com um sorriso.

- Bom dia, Mariane! – Eli retribui o cumprimento.

- Bom dia! – Zach sorri.

- Vou já trazer-vos o pequeno-almoço. Alguma coisa em especial, Eli? – A senhora sorri para Eli, com cumplicidade.

- Não, querida Mariane. O habitual... - Eli fica pensativa. - Hum... Há croissants?

O pedido dela arranca umas gargalhadas de Zach e de Mariane.

- Tenho ali uns acabados de tirar do forno. Por acaso, como tínhamos visitas, acabei por caprichar. Trago já.

- Desejos, Amor? – Zach questiona, depois de Mariane se retirar.

- Acho que não posso dizer que é um desejo. É algo que me iria saber muito bem.

- E que mais?

- Agora que perguntas, leite com chocolate!

- Vou buscar. – Zach diz, depois de gargalhar.

- Ei, não são desejos!

Zach vai até à cozinha, a rir. Eli fica pensativa. Não, não eram desejos. Ou eram? Não, decididamente, era apenas vontade de comer croissants e beber leite com chocolate.

Ou eram mesmo desejos?
Hum...Não, pensando melhor, não eram desejos de grávida. Só que nunca lhe tinha acontecido isso e, agora, a sua barriga ronca só de pensar nos benditos croissants e no leite com chocolate.

- Aqui tens, meu amor. – Zach interrompe o seu pensamento, colocando, na sua frente, os croissants e um copo com a bebida acastanhada.

- Obrigada, amorzinho. - Eli agradece, depois de dar um gole prolongado e, quando pousa o copo na mesa, corre para a casa de banho que está ali perto.

Enquanto continua debruçada na sanita, despejando o pouco conteúdo do seu estômago, abraça-se para amenizar a dor no seu tronco. Zach agacha-se ao seu lado, segurando-a com cuidado.

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