Capítulo 9

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Os dias vão passando e a recuperação de Eli é rápida.

Neste momento, no ginásio, Lilly e Rodriguez estão atentos à fisioterapia de Eli, como já é habitual. Lilly faz questão de assistir a todas as sessões, desde que Eli começou os tratamentos.

- Ródi, achas que ainda falta muito para a mamã ficar boa?

- Princesa, teimosa como ela é, acho que não falta muito. - Rodriguez aponta para Senkai, que está irrequieto. - Queres ir brincar comigo e com Senkai? Ele parece um bocado entediado aqui.

- Pode ser. Mas vou dizer à mamã que vamos para o quintal. - Lilly levanta-se do banco e vai falar com Eli.

Eli e Lilly estão ainda mais próximas. Depois da ama se demitir, Eli passava muito tempo com a menina. Ajudava-a com os estudos, brincavam durante horas e Lilly adorava fazer de cabeleireira com ela. Lilly já não sentia muita falta de passeios ou mesmo da escola.

Por vezes reclamava com Eli, pois mesmo carinhosa com a menina, não deixava de ser exigente com o seu empenho nas aulas em casa.

- Mamã Eli?

Cada vez que Lilly a chama de mãe, o seu coração dá sempre um pulo.

- Sim? - Eli para o exercício, suando por todos os cantos, aproveitando para descansar a perna.

- Nós vamos brincar com o Senkai. Não ficas triste se não te fizermos companhia?

- Claro que não, querida. Se eu não ficar muito cansada daqui, vou ter convosco. - Eli fecha os olhos e respira fundo. - Mas parece que só vos vou fazer companhia ao almoço. A minha perna está a começar a latejar, Lilly.

- Então, depois vou levar-te gelo e fico à tua espera para almoçarmos, mamã. - Lilly dá um beijinho em Eli, que agradece sorrindo, e segue para fora do ginásio, na companhia de Rodriguez e Senkai.

Eli retoma uns exercícios mais suaves, depois de dizer ao terapeuta que começou a ter dor.

De manhã tem fisioterapia e, de tarde, vai fazendo alguns exercícios no ginásio. Os ferimentos visíveis cicatrizaram com bastante rapidez, mas continua a ter dor quando se esforça mais. Voltou a tentar correr, mas desistiu, frustrada, optando por caminhadas rápidas.

Há uns dias, Zach encontrou-a a chorar no ginásio. Abraçou-a até que se acalmasse e, quando ela parou de chorar, perguntou o porquê daquelas lágrimas. Eli estava a chorar de raiva. Mesmo que a recuperação vá a caminhar bem depressa, não era rápido o suficiente para regressar ao seu trabalho. Zach sorriu perante aquilo e não lhe disse mais nada. Sabia perfeitamente o que Eli sentia e optou por consolá-la em silêncio.

Apesar da apreensão de Eli em relação à conversa com os seus superiores, acerca do seu relacionamento com Zach, eles compreenderam a situação.

No início da reunião, debateram a falta de ética da situação e até concordaram com o receio de Eli em relação ao perigo de isso poder afetar a sua capacidade de raciocínio e de agir, perante qualquer situação de risco. Sugeriram, inclusive, a atribuição de novos seguranças para a substituírem, mas Zach ficou possesso e negou qualquer alteração na equipa. Aguardaria a total recuperação de Eli e, assim que fosse possível, retomariam os planos que tinham elaborado anteriormente.

Quando os donos da Blasted Security iam rebater, Zach esmurrou a secretária, alegando que pagaria o que fosse necessário e esperaria o tempo que fosse preciso, mas não abdicava de Eli e nem de Rodriguez para a proteção da sua filha.

Anthony escutou tudo em silêncio e, quando Freddy e Edward terminaram os seus pontos de vista, resolveu tomar a palavra. Contou o que se tinha passado com ele e parabenizou Eli por não ter escondido o que sentia, como ele fizera com a sua Louise. Apesar de ter escondido o que sentia por Louise, nunca deixou de protegê-la e o amor que tinha por ela só o fez ter mais forças para a manter a salvo de qualquer ameaça. Aproveitou para acrescentar que acreditava que Eli era idêntica a ele na sua maneira de trabalhar e que faria exatamente o que ele fez. Estava de acordo com Zach em dispensar outros seguranças, até ser extremamente necessário.

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