Zach encontra-se encostado na ombreira da porta que dá para o quintal. Olha embevecido para Eli e os filhos, que estão deitados na relva, à sombra de uma árvore.
Eli lê um livro de contos infantis, enquanto Lilly está deitada de barriga para baixo, com os cotovelos apoiados no chão e o queixo nas mãos. O irmão, Elias, está refastelado com a cabeça na barriga de Senkai.
Três anos haviam passado, mas a bolha de felicidade não lhes permitira notar essa passagem de tempo, nem a felicidade que os acompanhava.
A passos lentos, Zach aproxima-se da sua família e deita-se entre os filhos e desfruta da voz da sua mulher. Fecha os olhos e navega pelas memórias dos últimos anos.
Recorda o momento em que conhecera Eli e um sorriso expande-se pela sua face.
O primeiro beijo deles.
A primeira vez que fizeram amor.
A angústia de ver Eli ferida.
A cumplicidade de Eli e de Lilly.
O pedido de casamento.
Quando descobriram que Elias viria para completar a família.
O casamento deles.
O nascimento do filho e a alegria estampada no rosto de Lilly quando viu o irmão, pela primeira vez.
E, agora por último, quando descobriram a nova gravidez de Eli.
- Esse sorriso denuncia-te a léguas, Amorzinho.
- É quase impossível eu conseguir disfarçar, Eli.
- Eu sei, eu também estou assim.
Mais uns dias se passam e chega o dia em que eles vão à consulta pré-natal.
Zach está numa impaciência que só visto, pois é agora que vão ver se está tudo bem com o bebé.
- Vamos lá à ecografia. – A médica convida-os a ir à sala anexa ao consultório, após as perguntas de praxe terem terminado.
Depois de vários minutos em silêncio, em que vai passando a sonda ecográfica pelo baixo ventre de Eli, a médica volta a pronunciar-se.
- OK, Eli, aparentemente, a sua gravidez está mais evoluída do que nós pensámos.
- Como assim?
- As semanas de gestação não coincidem com a data da sua última menstruação e, pelo desenvolvimento dos fetos...
- Espere aí, doutora! – Zach interrompe, de olhos arregalados. – Disse fetos... No plural?
- Sim, senhor Williams.
- Vamos ter gémeos? – Eli questiona, com uma lágrima de felicidade descendo pelo canto do olho.
- Sim, Eli. Univitelinas, duas meninas. Os meus parabéns!
Só se ouviu o estrondo que o corpo de Zach fez ao cair no chão, desmaiando.
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Segura de si
RomanceQuem disse que a tropa não é para mulheres, está bem enganado. Eliana de Sá foi Sargento no Exército, sendo militar durante sete anos, e saiu apenas para trabalhar numa empresa conceituada de segurança privada, onde já exerce a sua atual profissão h...