Capítulo 20

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- Se não visse com os meus próprios olhos, não acreditaria no que eles me contaram. – Hélio fala baixo.

- O que quer de nós? – Pergunta Zach.

- Eu sei que vocês sabem quem sou. – Ele ri em tom de deboche. – Mas não sabem o que pretendo.

- Sou toda ouvidos. – Eli fala com uma calma que não sente.

- Quer dizer, eu não quero nada. Mas eles pretendem algo.

- Eles quem? – Eli vai apalpando terreno.

- Oh, o teu homem sabe bem.

- Desculpe, mas não estou a compreender.

- De burro é que tu não tens nada, Williams. Então, pensa bem.

- Está a sugerir que vem fazer algo que não tem nada a ver consigo, mas a pedido de alguém. Porquê?

- Até tem. Um pouquinho. Mas indiretamente. – Ele arqueia a sobrancelha. – Vocês fizeram com que a minha mulher não consiga encontrar emprego.

- Desculpe?! Eu continuo sem perceber. – Diz Zach.

- A culpa também é dessa pirralha.

- Eu não sou pirralha! – Reclama Lilly.

- Olha, olha! A pequenina tem garra...

- Nem se atreva! - Zach fala ameaçadoramente.

- Acho que não estás em posição de falar, Williams.

Eli percebe que o homem não tem noção de que estão rodeados de seguranças. Começa a pensar no que pode falar para o incentivar a falar.

Ele está perto demais. Próximo demais.

Lilly está ao lado de Eli, à direita, ligeiramente atrás da sua perna. Senkai permanece em posição ao lado da menina e Zach encontra-se ligeiramente atrás delas.

- Só me ocorre o facto de que está a ser remunerado para esta fantochada. – Eli provoca.

- Ora aí está. Mas também por conta própria. – Ele volta a sorrir com malícia. – Lembram-se da Jessica?

- O que tem?

- Ela é minha mulher. E, desde que a despediram, ela não conseguiu mais trabalhos de ama. E isso não é justo! – Grita na última parte, fazendo Lilly encolher-se.

- Eu paguei o que ela tinha direito.

- Mas não lhe deu carta de recomendação.

- Eu penso que ela não a merecia. Então, acho que Zach não tinha de dar referências. - Intervém Eli.

- Já estou a perder a paciência contigo. – Ele fala com agressividade para Eli.

Ótimo. Era mesmo isso que Eli pretendia.

- Olhe, senhor, ela era um pouco incompetente.

- Eliana de Sá, não me provoques.

- É verdade.

- Acho que os Lawrence vão ficar muito contentes se eu acabar com vocês três.

- Os Lawrence?

- E os Bradford. A sirigaita mais nova até pediu para eu poupar o Williams, mas penso que não vou fazer o gostinho à Sarah.

Ena pá, para quem aparentava inteligência acima da média, estava a ser bastante inepto.

- O dinheiro é bem-vindo, mas a vingança vai saber-me muito melhor.

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