- Amor, não chores, por favor.
- Oh, Zach... Eu estava...
- Estou um pouco furado, mas estou bem. - Zach dá um sorriso fraco. - Tem calma.
- Fazes gracinha com uma coisa tão séria, Zach?!
- Eu sei, amor. Só quero que fiques mais calma. - Estende a mão para ela. - Anda cá.
Eli aproxima-se dele, que abre os braços para a receber no aconchego de um abraço. Com bastante cuidado, Eli inclina-se sobre a cama e relaxa naquele instante, quando os braços de Zach a envolvem.
- Tive medo por vocês, Eli. - Suspira. - Nem pensei duas vezes.
- Não imaginas o que senti...
- Oh, imagino, sim. - Zach sorri. - Como é que pensas que fiquei quando te vi cair ao chão, depois de teres levado o tiro na perna? E quando andaste à bulha com aquele mercenário? Pois é, minha menina... Está na hora de nos deixarmos de aventuras com um certo grau de perigo. Estão em jogo dois filhos, e a probabilidade de eu morrer de susto antes dos quarenta. Está, completamente, fora de questão! A partir de agora, quero sopas e descanso. Nem que, para isso, tenhamos de emigrar para o Alasca. É... Pensando bem, é uma boa ideia. O Alasca é sossegado e não corremos o risco de nos depararmos com malucos.
- Só tu para me fazeres rir, depois de um susto destes. - Eli fala, depois de parar de rir. - Não é preciso exagerares. Eu sei que tens razão e já sabes que não vou voltar a fazer trabalhos de risco. Vou dedicar-me à maternidade, em primeiro lugar, e, só depois, é que vou voltar à Blasted Security.
- Para o planeamento e treinos, Amor, só para isso! Senão, vou prender-te em casa e embrulhar-te em plástico bolha.
- Que exagerado! Eu deveria fazer o mesmo contigo. - Eli sorri. - Agora, vamos falar de coisas sérias.
- Como está a nossa Lilly?
- No início, estava completamente assustada. Valeu-nos a Leia e o meu pai. A nossa menina é dura, mas não é justo ser submetida a tantas situações chocantes, como ultimamente, Zach. Quando te recuperares, vamos ter de nos esforçar para dar à Lilly a infância que precisa. Eu quero que ela seja submetida, sim, a excesso de amor, carinho, brincadeiras e risadas. Já chega de sustos e lágrimas. Nem sei se ela vai conseguir esquecer os últimos acontecimentos, Amorzinho, mas quero fazer prevalecer a alegria de ser criança. Ela merece.
- A minha filha é a minha heroína, Eli. Nem todos os adultos seriam fortes o suficiente para aguentar tantos embates, como ela tem sofrido. - Zach suspira. - Sinto-me o pior pai do mundo, quando penso no que ela tem passado...
- Olha para mim, Amorzinho. - Zach obedece, e Eli acaricia a face dele. - Cabe a nós, a partir de agora, proporcionar momentos que ofusquem o passado.
- Estou ansioso por começar. Obrigado, por estares aqui.
- No que depender de mim, vou estar sempre.
- Como é que ela ficou com a notícia de que vai ser irmã mais velha?
- Conseguiste ouvir-me? - Eli sorri, enquanto Zach meneia a cabeça. - Devias ter visto a cara dela! Se a alegria tivesse rosto, seria o dela, certamente.
- Isso dá-me uma ideia...
- Qual?
- Mais irmãos para a Lilly.
- Veremos.
- Ah, não! Vais negar mais filhos ao teu noivo hospitalizado?
- Isso é chantagem emocional!
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Segura de si
RomanceQuem disse que a tropa não é para mulheres, está bem enganado. Eliana de Sá foi Sargento no Exército, sendo militar durante sete anos, e saiu apenas para trabalhar numa empresa conceituada de segurança privada, onde já exerce a sua atual profissão h...