Capítulo 19

257 40 4
                                    

A noite foi complicada.

Eli quase não pregou olho, já que a ansiedade a corroía até à medula. Levantou-se um sem número de vezes para ir ver a pequena Lilly e, depois, ficava a velar o sono de Zach até voltar a adormecer. Mesmo depois de adormecer, dava voltas e mais voltas no leito.

Por seu lado, Zach acordava por cada vez que Eli saía da cama. Ficou balançado entre ir atrás dela e convencê-la a descansar um pouco, ou respeitar aquele vai e vem dela. O problema é que compreendia muito bem o que Eli estava a sentir e optou por deixá-la certificar-se, constantemente, de que Lilly estava bem.

Com aquele corrupio noturno, nenhum deles dormiu em condições.

Quando Zach desperta, por volta das oito da manhã, a primeira visão dele foi Eli sentada na cama, recostada na almofada e a acariciar a barriga, iluminada pela pouca claridade que vinha da janela do quarto. Não conseguiu evitar sorrir com aquele quadro.

- Bom dia, amores da minha vida. – Zach aproxima-se dela, beija-a e a sua barriga, sentando-se a seu lado.

- Bom dia, Amorzinho.

- Não dormiste nada de jeito, Eli.

- Mesmo nada de jeito. Estou preocupada e isso fez com que eu precisasse de ir ver a Lilly a toda a hora. Nem sei quantas vezes revi a estratégia na minha cabeça e nem quantos cenários imaginei.

- Tens noção de que isso é prejudicial?

- Eu sei! Mas foi complicado, Zach, não consegui evitar.

- Sentes-te bem?

- Um pouco ansiosa, mas bem.

- Fome?

- Faminta!

Os dois desatam a rir e só param quando ouvem bater à porta. Depois de Zach dar licença, Lilly espreita à porta.

- Posso? – Lilly adentra com Senkai na sua cola.

- Vem cá, princesa. – Pede Zach.

- Bom dia!

- Bom dia. Só faltava este amor da tua vida, Zach.

- Agora, sim. Já os tenho todos ao pé de mim.

Lilly senta-se no colo do pai, depois de abraçá-los. Entram numa conversa animada, e ficam naquilo durante algum tempo, desfrutando.

Quando a fome está a tomar mesmo conta dela, Eli apressa pai e filha para se despacharem e ir tomar o pequeno-almoço.

Descem completamente alheios a quem está na sala.

- Mãe, pai?! – Eli pára no fim das escadas, boquiaberta. – O que fazem aqui?

- E um abraço, não? – Remata o seu pai.

Eli vai até aos pais, com o passo apressado, abraçando-os ao mesmo tempo.

- Ai, que saudades, filha! – Murmura a mãe, no seu ouvido. – É impressão minha, ou tens algo para me contar?

- Hã?!

- Tens? – Moira continua a falar num tom muito baixo.

- Como...?!

- O teu corpo delatou-te, assim que te meti os olhos em cima.

- Oh! – Eli enrubesce. - Já falamos, pode ser?

- Claro, querida.

- O que é que tanto cochicham? – Pergunta David.

- Logo te conto. – Moira pisca-lhe o olho.

Segura de siOnde histórias criam vida. Descubra agora