A Proposta

Blair

   A pessoa que eu olhava no espelho era bem diferente da Blair Waldorf habitual. Meus cabelos estavam presos num coque baixo, com algumas mexas frouxas em volta do meu rosto, o penteado me deu um ar de mulher mais velha. Os tons da minha maquiagem eram claros, em contraste com o vermelho nos meus lábios. Apesar de não ser a melhor maquiadora e cabeleireira, o resultado me deixou muito surpresa. Chuck acertou nas medidas do vestido, que a propósito, era o mais lindo do meu guarda-roupa. Um tom de azul claro, e o decote nas costas que não deixava muita oportunidade para imaginação, realmente me senti uma mulher, não uma menina. 

   As batidas na porta me fizeram despertar do meu momento de autoadmiração, afivelei os saltos e busquei a bolsa. Se era para enfrentar um evento cheio de celebridades, pelo menos estaria parecendo uma.

— Oi, namoradinho. — Chuck estava deslumbrante num terno escuro e gravata borboleta, o topete do cabelo penteado para trás com a ajuda de um gel. Admito que dei suspiros internos, contente por ser a acompanhante de um dos caras mais lindos e talentosos da indústria cinematográfica. 

— Blair. — ele pareceu escolher as palavras, uma atitude rara. — Tenho certeza que será uma das mulheres mais lindas da noite. Particularmente, acredito que a mais linda. — Senti o rosto corado assim que Chuck enrolou uma mexa do meu cabelo nos dedos. Difícil ser profissional com um homem deste sendo tão agradável. — Só não conte para a Lily, é a noite dela. 

— Eu.. Hm, muito obrigada. — Blair, se controle. — Você também não tá nada mal. — Sua idiota, ele merecia um elogio melhor. Mas o que posso fazer? Não posso entregar os pontos assim para um cara como Chuck Bass. 

   O trajeto na limusine (sim, uma limusine) foi bem tranquilo, bebemos um pouco de wisky e escutamos músicas. Chuck me contou um pouco sobre o que costumava acontecer em eventos como aquele, os paparazzi geralmente ficavam ao lado de fora, o que me tranquilizou um pouco. Contudo, o que não teriam de fotos dentro do salão, haviam de sobra na entrada. Me esforcei para sorrir e fazer cara de paisagem com tantos flashes me cegando, provavelmente o meu acompanhante percebeu, já que começou a me guiar cuidadosamente. 

 — Chuck! — Uma loira com um sorriso de dar inveja chamou. Os saltos agulha não atrapalhavam os passos decididos vindos na nossa direção, parecia uma supermodelo. Serena van der Woodsen. — Idiota, você me falou que o Nate não viria. — ela não parecia tão brava com a presença do cantor citado. 

— Boa noite pra você também, Serena. — As mãos dele estavam no final das minhas costas desnudas, os dedos traçando círculos. — Talvez eu tenha me enganado, peço perdão. — Que mentiroso! Ela estreitou os olhos, finalmente notando minha presença. 

— Você é a Blair, certo? — Seus olhos se iluminaram, novamente o sorriso espetacular. — Não sei como está aguentando trabalhar com este irritante. — Sua voz ficou mais baixo ao falar "trabalhar". Então ela sabia. E a história da confidencialidade? 

— Oi Serena, prazer em te conhecer. — Respondi, retribuindo o sorriso. — Estou matando um leão por dia. — Ela riu ao me ouvir, já simpatizei. 

— Você é mais linda que aquela foto do jornal mostra, mas não quero dizer que estava feia. Com certeza vai arrumar algum cara espetacular quando o seu trato com o Chuck chegar ao fim. — os dedos do dito cujo começaram a deslizar mais depressa nas minhas costas, o que me arrepiou. 

— Já bajulou minha namorada, Serena. Pode nos dar licença, preciso apresentá-la para algumas pessoas? — Notei que Chuck falou aquilo porque uma mulher se aproximava. Ela tinha cabelos longos e escuros , os olhos verdes com uma maquiagem preta, era quase tão bonita quanto Serena.