O beijo da Blair era o céu na terra, e eu como pecador, não acredito que sou digno de um presente celestial. Contudo, não pude evitar, estava atravessando barreiras criadas por mim há muito tempo. Qualquer tentativa de romance não funcionaria comigo, mas pensar na possibilidade com Blair era tentador.
A pele de sua coxa estava esbarrando em mim conforme ela rebolava sutilmente o quadril, aquilo estava me deixando animado... animado até demais. Precisava parar, ela não era esse tipo de mulher.
— Blair. — Foi difícil afastar o beijo pela segunda vez, ainda mais com o meu companheiro animado entre as pernas. — Acho melhor a gente parar por aqui, baby. — Seu rosto caiu, aquilo fez algo em mim se entristecer também.
— Não estava bom? — A voz dela era um sussurro apreensivo. Porra, tá brincando?
— Bom é uma porra de eufemismo, baby. — Graças a Deus recebi um sorriso. — Mas isso não pode acontecer, nós temos um trato. — O sorriso se desfez aos poucos. Blair abaixou sua camisa, que eu havia levantado, e foi desvencilhando o corpo do meu até ambos estarmos sentados.
— Você não pode fazer essa merda, Chuck. — Cruzou os braços, fiquei observando em silêncio. — Acha que sou alguma idiota? Eu te beijei e não recebi nenhum sinal de resistência, muito pelo contrário. Me trata como se fosse alguém especial pra você, mesmo quando não estamos na encenação, além de alguns beijos desnecessários. Precisa decidir qual é a sua, não sou de ferro, acabo criando expectativas. — Não gostei da forma que ela jogou as palavras, estava emotiva.
— Você sabe muito bem o tipo de cara que eu sou, porra. Eu deixei bem claro que não me envolvo dessa forma, e nosso trato delimitou este limite. — Toda argumentação da Blair era mais do que válida, mas meu orgulho não me permitia dar o braço a torcer.
— Tudo bem, se são suas palavras finais, tenho apenas um pedido... — ela me fitou, os olhos brilhando. — Não brinque mais comigo, eu passei por muita merda, mas não tenho a dureza que algumas mulheres conquistaram. — Eu era um merdinha. — Por favor, vai embora. — Ela tinha razão, eu delimito os limites, mas não ajo de acordo. Porra Bass, não pense mais com o pau, seja racional.
Quando me levantei e fui em direção a porta, Blair permaneceu com os olhos fixos na parede. Eu precisava parar de dar segundas interpretações. Meu objetivo estava próximo de se concretizar.
Quando acordei, meu celular vibrava enlouquecido. Cheguei tarde no hotel pois parei no meio do caminho, um bar ainda estava aberto. Bebida me ajudava a pensar, as vezes a simplesmente desligar, eu precisava da segunda opção. A foto de Serena apareceu no visor, era só o que me faltava...
— Alô? — Atendi, levantando da cama e tentando alongar o corpo. Minha cabeça doía como o inferno, fora que dormi com as roupas da noite anterior.
— Chuck, que porra você tem na cabeça? Acha que as mulheres são lixo? — Ela estava usando um tom mais duro que o normal. — Você precisa se controlar, a Blair não é mais uma das mulheres que você está acostumado a se envolver, tenha o mínimo de decência.
— Acha que eu não sei porra? Eu poderia tê-la tratado com desprezo, mas eu fui sincero, eu tentei não ser duro.
— Você falhou, seu imbecil. Segura a porra do pau nas calças, não estamos na era da pedra. — ela desligou, sem me dar oportunidade de réplica. Legal, já comecei o dia muito bem.
O reflexo que vi no espelho não havia me agradado muito, mas um banho, novas peças de roupa e óculos de sol me ajudaram bastante. Minha barba estava crescendo, o cabelo jogado para trás, formando um topete. Não estava no melhor dia, mas dava pro gasto.
Nate me esperava no restaurante do Hotel, ele usava all star, jeans e camisa, com o boné preto de sempre. A mesa escolhida ficava distante do movimento, para meu alívio.
— Que cara de desgosto é essa? — Soltei, me sentando na cadeira paralela a dele.
— Estou com problemas compondo as músicas do novo disco, mas é questão de tempo até ter tudo resolvido. — Ele tirou o boné para ajeitar o cabelo, mas o acessório logo retornou para sua cabeça. — Como você está?
— Eu não sou nenhum compostor, infelizmente não posso ajudar. — Bati os dedos na mesa. — Estou com alguns problemas. Você?
— Estou legal, Bass. — Nate olhou por cima do meu ombro, deu um sorriso animado. Quando virei para olhar, Blair vinha em direção a nossa mesa. Linda pra caralho.
— Boa tarde, posso anotar o pedido de vocês? — Ela segurava seu bloquinho de papel com força, seus olhos tinham olheiras, aquilo me chateou.
— Ei B, que formalidade toda é essa? — Nate sorriu, claramente alheio ao nosso desentendimento.
— Me desculpe, Nate. Estou no meu horário de expediente. — Ela tinha uma postura derrota, aquilo com certeza me atormentaria o restante do dia.
— E a porra do seu namorado? — ele riu. — Que encenação fajuta a de vocês dois.
— Não preciso encenar na sua frente, você sabe a verdade. Posso anotar o pedido de vocês? — Não queria prolongar o interrogatório do meu amigo, então fiz um pedido qualquer, dando fim àquela conversa toda. Nate pareceu se tocar no clima tenso e fez o pedido, sem mais piadinhas.
— Que merda aconteceu, irmão? — Questionou assim que Blair se afastou.
— A gente se beijou ontem, foi muito diferente do normal, mais intenso... Eu me deixei levar, mas quando percebi a merda que estava fazendo, era tarde. Cruzei a porra de um limite e depois voltei atrás. — Tirei os óculos, e cocei os olhos.
— Bass, você está num impasse. Nunca te vi chateado por ter feito alguma merda para alguma mulher.
— É diferente com ela, criamos um laço, somos amigos. Eu realmente não deveria ter feito nada daquilo ontem.
— Acho que se o fato dela ter ficado chateada te afetou tanto a ponto de você não estar devidamente alinhado, deveria repensar o que realmente quer. — Nate estava zombando de mim. Minha roupa não era a mais bem passada do mundo, talvez minha camisa não estivesse para dentro da calça também, mas eu estava bem porra.
YOU ARE READING
A Proposta
FanfictionChuck Bass é um talentoso ator mundialmente prestigiado, mas sua conduta pessoal está interferindo na vida profissional. Ele precisa urgentemente mudar a opinião pública a seu respeito e fingir que é um homem mudado através da paixão. Blair Waldorf...