Blair

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   O trajeto no carro foi longo e silencioso, notei que Chuck aparentava nervosismo, já que batia os dedos no volante. Gostei do fato de sua mão procurar a minha e só se soltar em momentos necessários, por causa do trânsito. Quando chegamos, ele se apressou para me ajudar a descer, meu salto estava dificultando a tarefa. 

  A casa de Bart era enorme, contava com dois andares. Um manobrista se encarregou de cuidar do carro de Chuck, enquanto adentrávamos por um jardim que não contava com uma variedade de flores, mas tinha um ar de elegância. O hall de entrada da casa possuía uma paleta de branco e cinza, junto de móveis sofisticados. Não era um ambiente tão receptivo, mas não era feio, longe disso. 

— Boa noite, filho. — O homem que aguardava que nos aproximássemos era o pai de Chuck. A aparência era tão alinhada quanto a do filho, contudo, os dois não eram parecidos. — Faz tempo desde a última vez que esteve aqui. — O sorriso que deu não chegou nos olhos. O polegar do Bass mais novo acariciou as costas da minha mão mais rápido.

— Boa noite, pai. — Chuck não tinha a mesma postura amigável que tratava Nate ou Serena, parecia bem distante. — Não tive muito tempo nos últimos meses, mas aqui estou. Feliz aniversário. — Os dois apertaram as mãos. Quanta formalidade entre pai e filho.

— Tudo bem, obrigado pela presença. — Finalmente os olhos do mais velho vieram para mim, me analisou da cabeça aos pés, sem fazer questão de disfarçar. Parecia uma avaliação, aquilo me deixou desconfortável. — Quem é a adorável senhorita? — Esse cara não tem internet? Minha cara estava em todos os lugares, já que estava namorando a estrela ali. 

— Esta é Blair Waldorf, minha namorada. — Chuck me apresentou, o ritual de aperto de mãos se repetiu, dessa vez comigo. — Blair, este é meu pai, Bart Bass.

— Então era verdade que você estava namorando, Charles. Achei que fosse mais algum sensacionalismo da mídia. — Os olhares avaliativos voltaram para mim. Esse cara não tem muita noção. — É um prazer te conhecer, senhorita Waldorf. Espero que se sinta a vontade em minha casa, obrigado por ter vindo.

— O prazer é meu, senhor Bass. Feliz aniversário. — Foram as únicas palavras que consegui pensar, Bart Bass me intimidava. Ele sorriu em agradecimento, não era bonito como o filho.

— Se me derem licença, preciso dar algumas instruções para um funcionário e receber outros convidados. Fiquem a vontade. — Bart falou, e saiu depressa em direção à entrada. 

— Não foi tão ruim. — Falei baixo, Chuck me olhou e sorriu. Isso sim era um sorriso. — Espero que ele tenha gostado de mim.

— Não faz diferença se ele gostou. — Chuck me puxou para seus braços. Não entendi muito bem o motivo, mas não reclamei. — Já te disse o quanto está agradável aos olhos? 

— Agradável aos olhos? — Soltei um risinho. — Você quis dizer linda pra caralho? — Dessa vez, ele riu.

— Ah, esse também serve. — Ajeitou uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha, ficou parado me olhando. Quando ele faz esse tipo de coisa, eu posso jurar que existe sentimento. 

— Quanto romance. — Ouvi a voz de Nate se aproximar, pelas minhas costas. Lá estava ele, com uma roupa toda social, bem diferente do habitual. Gravata e terno não faziam parte do look, mas estava muito bonito. — Blair, você não respondeu mais minhas mensagens. Estou magoado. 

— Oi Nate, eu vou responder quando você parar de mandar quinhentas correntes, seu psicopata. — Ele riu, eu revirei os olhos, mas acabei sorrindo. 

— Você está sempre irritada. — Se aproximou, as mãos enfiadas nos bolsos. — E aí, Chuck. Como foi com o cara?

— E aí, irmão. — Os dois fizeram algum toque esquisito com as mãos, Chuck permaneceu envolvendo minha cintura com o braço livre, não fiz questão de me afastar. — Sabe como ele é, mas acho que não foi tão mal. 

A PropostaWhere stories live. Discover now