— Blair, você me pegou desprevenido... Eu não tenho uma resposta concreta pra te dar agora. — As palavras de Chuck me machucaram mais do que achei ser possível. Me preparei o caminho inteiro para um feedback negativo, mas não imaginei que seria tão doloroso ouvir de verdade.
— Ok. — Eu poderia tentar argumentar, ou dar mais tempo para ele se explicar, mas não estava com energia suficiente para nenhum dos dois. Resolvi gastar o restante de força para sair daquele lugar e me enfiar no primeiro táxi que aparecesse.
Sair daquele estúdio e ignorar as tentativas de diálogo do Chuck foi como um piloto automático, meu cérebro desligou tudo ao redor e focou num único objetivo. Por que diabos aquele cara pareceu tão mexido enquanto eu abria meu coração?
Só conseguia pensar numa resposta: ele não me merecia. Era covarde demais para ser sincero consigo mesmo, eu não poderia me limitar à migalhas oferecidas. Ainda assim, eu não estava tirando coisas da cabeça, havia sentimento entre nós. Mesmo que não fossem na mesma intensidade, eles existiam.
— Oi. — Atendi o telefone, que vibrava incessantemente no meu bolso desde que eu havia chegado ao aeroporto.
— Blair, quer me matar de susto? — Serena falou, ou gritou, do outro lado da linha. — Eu não consegui responder mais cedo, estava trabalhando. Chuck me ligou desesperado para saber notícias suas, disse que você saiu igual a um furacão do estúdio. Ele gravaria até mais tarde, mas cancelou para poder te procurar. — Não permiti que nenhuma daquelas palavras me afetasse. Talvez há uma hora atrás, o pensamento de Chuck cancelando gravações importantes por mim, me deixaria lisonjeada. Infelizmente, meu coração estava partido demais, e eu não aceitaria mais ser pisoteada por nenhum cara covarde.
— Está na hora do meu voo. Pode dizer que está tudo bem, mas não quero que Chuck entre em contato comigo, nem quero que me fale mais dele. Aceitei o que me propôs, me deixe seguir em frente. — A derrota na minha voz era evidente, o cansaço também. Serena não apresentou resistência, por um milagre.
Apenas me alimentei, já que não havia feito isso o dia todo, e dormi durante o voo inteiro. Nate me buscou no aeroporto, não tentou nenhuma das suas piadas, provavelmente pela minha cara de não-fale-comigo.
— Blair, eu estava no telefone com Chuck há pouco, e... — Nate tentou falar, interrompi.
— Por favor, meus assuntos com Chuck estão finalizados. Agradeceria se não falasse sobre ele. — Virei o rosto para o vidro da janela, focando na tarefa de observar as ruas de Nova York.
— Eu não gosto de te ver assim, B. — Senti a mão de Nate segurar a minha com um leve aperto. Foi um gesto simples, mas reconfortante. — Que tal continuarmos Naruto? Ainda tem muita coisa para acontecer, gata. — Ele me olhou com uma expressão divertida no rosto, me senti grata por amizades tão atenciosas.
— Tudo bem, mas dessa vez, compraremos comida. Não tenho disposição para cozinhar.
— Gata, eu posso preparar um prato incrível. — Nate me olhou de soslaio. — Ok, tudo bem, eu sou capaz de queimar água. — Aquilo me arrancou uma risadinha, que pareceu ser o estopim para o meu amigo continuar com piadas até chegarmos ao meu apartamento.
Dez episódios de Naruto, algumas fatias de pizza, e as piadas de Nate foram suficientes para aliviar minha tensão. A madrugada acabou com nossos corpos jogados no sofá, enquanto meu amigo me mostrava sua nova composição, que seria lançada daqui alguns dias. A turnê de Nate Archibald se aproximava.
— Tudo bem, já viu o bastante, gata. — Ele puxou os fones de ouvido, eu estava num relacionamento sério com sua nova canção, Little Things.
— Não. — Protestei, tentando pegar os fones de volta. — Essa música é simplesmente perfeita, tudo que uma garota merece escutar. — E realmente era.
— Agradeço o elogio, gata. — Mostrou um pequeno sorriso e tentou parecer com vergonha, mas falhou quando soltou uma risada. Nate era um sujeito extremamente talentoso. — Mas você já ouviu demais. — Guardou o celular e os fones no canto do sofá, distante de mim. — Agora vamos ver quantas risadas eu consigo arrancar de você em troca de uma boa massagem nos pés. —Tinha aquele olhar travesso, parecia aquelas crianças pestinhas dos filmes de comédia americana. Já comecei perdendo, rir com Nate era uma tarefa simples.
Depois mais uma sessão de piadas ruins e cócegas, seguidas de uma Blair muito sem ar, paguei minha penitência. Para minha sorte, eram pés bem cuidados. Foi a última coisa que me lembrei antes de pegar no sono e acordar deitada na minha cama.
Capítulo mais curto que o normal, mas estou tento uma semana corrida. Espero que gostem. <3
xoxo.
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A Proposta
FanfictionChuck Bass é um talentoso ator mundialmente prestigiado, mas sua conduta pessoal está interferindo na vida profissional. Ele precisa urgentemente mudar a opinião pública a seu respeito e fingir que é um homem mudado através da paixão. Blair Waldorf...