Júpiter estava no céu ontem. Não conseguia tirar da mente a visão das 79 luas que me encantavam tanto. Fiquei a madrugada toda observando uma por uma, a visibilidade estava incrível e quase chorei de emoção. Era de longe meu planeta preferido, fiz muitas anotações e desenhei o que vi. Nunca tinha visto nada tão bonito quanto as manchas laranjas e brancas de Júpiter.
E essa paixão intensa pelo céu me conferia uma habilidade muito grande de puxar conversa, como por exemplo, "Sabia que Netuno recebeu esse nome em homenagem ao Deus do mar por ser azul?" ou "Alguns cientistas têm certeza que um asteroide vai colidir com a terra, não sabem quando, então é melhor sair comigo antes que isso aconteça." Pode parecer estúpido mas funciona perfeitamente, garotas adoram um cara que entende do céu.
Acho que essa paixão começou quando eu vi o lançamento de um foguete em Hawthorne, na Califórnia, sede da Spacex, quando tinha 5 anos. E julgando meus dezoito anos nas costas, é muito tempo. Assistia documentários sobre asteroides compulsivamente, assinei revistas sobre o espaço a vida inteira, enviei milhares de cartas ao National Geographic e a quantidade de livros de astronomia na minha prateleira dava para comprar um carro. Okay, um fusca, mas ainda um carro.
A Califórnia tem foguetes e satélites, nós de Washington temos o Donald Trump.
Era o primeiro dia de aula depois de um longo feriado, não via meus amigos a um tempo, já que todos fizeram algo interessante, menos eu. (Não que olhar Júpiter seja menos que espetacular e a melhor programação possível), mas meus amigos não entendiam nada sobre isso e não achariam graça nas 79 luas de Júpiter.
Quando meu pai me deu um telescópio aos doze anos, foi o dia mais feliz da minha vida. Já tinha visto estrelas em fotos, mas chorei como um bebê quando vi Marte pela primeira vez. Marte está ali do lado. Esse já foi e ainda é meu maior conforto. Tudo é tão minúsculo perto desse infinito universo, somos poeira cósmica meio a gigantes e não importamos nem um pouco. É um efeito de se estudar astronomia, você percebe o quanto é pequeno. E ser pequeno me dava um conforto gigantesco.
Mas Wanda era mais-pequena que eu, isso também era reconfortante. Já naquela noite quente de uma quinta feira de setembro, não consegui ver nenhum planeta que fosse maior que a capacidade de Anthony Stark de fazer burrada.
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Supernova - Romanogers
RomanceSupernova é a morte catastrófica de grandes estrelas. Estrelas são como pessoas, vivem e morrem. E quando isso acontece, há uma explosão colossal que abala todo o universo de alguém. Tudo é efêmero meio os gigantes do universo, Steve Rogers conhece...