XVI - Corpos Celestes

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Pisquei algumas vezes

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Pisquei algumas vezes. O que?! Ô homenzinho de poucas palavras! Levantei, pegando as chaves da minha caminhonete.

- Como assim?

- Ela faz isso as vezes, foge e some por horas. Mas nunca de noite, já está escurecendo, estou preocupado com ela, mas ela não me atende. - aquele fio de descontrole denunciou seu nervosismo.

Suas usuais palavras sem emoções foram substituídas por incertas frases desconexas, soltas sem pensar que um homem de negócios nunca diria.

- Vou achar ela, Sr. Fury. - disse, descendo as escadas.

- Obrigado, Steve. - e desligou. Bufei, tremendo de preocupação. Natasha me deixará louco em breve.

- Pai, vou na Nat. Depois te ligo. - ele fez sinal de beleza, sem tirar os olhos do baseball.

Disquei o telefone dela, já batendo a porta da caminhonete. Liguei o viva voz e dei partida no motor, começando a dar ré para sair da frente da garagem. Disquei três vezes e ela não atendia. Já estava completamente nervoso e apertando o volante com força quando ouvi sua voz.

- Não dá pra me deixar em paz, não?

- Natasha, eu estou dentro do meu carro rodando pela cidade a horas te procurando, você está maluca, por acaso? - disse, irritado e aliviado ao mesmo tempo.

- Vai se foder! - disse, com uma voz de choro já se formando.

- Não, não, Nat... - murmurei, prevendo que ela afastava o telefone da orelha. No processo ouvi um choro de bebê abafado, antes de ela desligar na minha cara. Esfreguei o rosto, bufando enquanto estava dirigindo pela interestadual. Natasha é grossa como um coice de mula e frágil como um passarinho. E nesse caso eu chutaria TPM também.

Mas só demorou apenas alguns segundos para entender onde ela estava. Pisei no freio, virando em uma curva. Espero que meu palpite esteja certo.

(...)

Entrei no hospital, perguntando a uma enfermeira onde era a UTI Neonatal. Terceiro andar. Fui até o elevador, apertando o botão 3. Assim que as portas se abriram e se revelou o corredor cheio de bichinhos na parede e comecei a andar por ele, olhando as portas entreabertas.

Tinham várias pessoas no corredor, enfermeiras obstetras e familiares. Nas salas, berçários enormes cheios se bebês sendo preparados para suas famílias a luz amarelada em cima de seus berços confortáveis. Pareciam ovos sendo chocados.

Já estava achando que meu palpite estava errado, quando vi seus cabelos ruivos de frente para um vidro. Lá trás tinham inúmeros bebês adoravelmente gordinhos e ela apenas olhava para eles em silêncio. Encostei na porta, cruzando os braços.

- Droga, Bob, seu choro me entregou. - ela murmurou, sem me olhar. Mandei uma mensagem para Nick dizendo que achei ela.

- Você andou até aqui? - perguntei. Ela assentiu. - Por que aqui?

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