XXXVIII - Estrelacioso

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Encarei o letreiro do hospital em que Natasha ficou internada por alguns segundos, e depois olhei pra ela

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Encarei o letreiro do hospital em que Natasha ficou internada por alguns segundos, e depois olhei pra ela.

  - Você queria vir no hospital? - perguntei, mas ela sorriu e desceu do carro.

  - Vem, Rogers!

Neguei com a cabeça, descendo do carro e curioso. Entramos na movimentada recepção do hospital e olhei pela porta que entrei naquela noite horrível em que meu mundo começou a desabar e paralizei. Natasha sem notar meu atordoamento me puxou pela mão e balancei a cabeça.

  - Oi, Amy. - ela disse a mulher asiática na recepção.

  - Oi, Natasha! Já que é a primeira vez que vem aqui desde o exame imagino que esteja melhorando. - ela sorriu e Natasha assentiu.

  - Ah, é, claro. - Natasha ironizou e sorriu. - Vou ver a Maddie e as outras crianças.

  - Ah, elas perguntam de você. - sorriu, e estendeu um tablet com uma caneta digital, onde Natasha assinou seu nome que foi para uma lista de presença, e eu fiz o mesmo, quieto. Nós demos nossas identidades e ela nos deu dois crachás de visitantes.

Franzi as sobrancelhas e acompanhei Natasha pelo corredor até o elevador. Eu queria perguntar, mas acho que já sabia o que viemos fazer aqui. E estava chocado demais para dizer algo.

Quando as portas da ala infantil se abriram eu comecei a tremer. Segui Natasha pelo corredor cheio de borboletinhas e flores, carrinhos e aviões, até pararmos numa porta com o nome "Madison Brooks - leucemia" na ficha.

Natasha olhou para mim.

  - Se for demais é só me falar, tá bom? - disse, segurando minhas mãos e assenti de leve. Segurando sua mão a segui para dentro do quarto.

  - Com esse laço você está a cara da Florzinha de As Meninas Super Poderosas. - Natasha disse, e uma menininha tirou os olhos da TV passando algum desenho e abriu um sorriso enorme. Seus olhinhos brilharam.

  - Natasha! - disse, e estendeu os braços para ganhar um abraço. Natasha sorriu e a abraçou.

Maddie usava um laço rosa na cabeça careca. Ela era muito magra, pálida e parecia doente, no fundo da alma. Mas seus olhos brilhantes se recusavam a aceitar isso.

  - Quem é Florzinha? - a menina fez uma cara confusa.

  - Ah, esquece, essa nova geração. - Natasha negou.

  - Nat, você não vem me visitar a um tempão. - ela cruzou os braços com as bochechas se inflando automaticamente.

  - Eu sei, mas é que eu tive uns probleminhas. - ela deu um sorriso triste e apontou para a cânula no nariz. O sorriso da menina murchou.

  - Ah. Agora você vai ter que usar isso o tempo todo? - murmurou, e Natasha assentiu. - Sinto muito.

  -  Não, está tudo bem, Mads. Nem dá pra notar isso, né? - ela sorriu, e a menina riu.

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