Encarei o letreiro do hospital em que Natasha ficou internada por alguns segundos, e depois olhei pra ela.
- Você queria vir no hospital? - perguntei, mas ela sorriu e desceu do carro.
- Vem, Rogers!
Neguei com a cabeça, descendo do carro e curioso. Entramos na movimentada recepção do hospital e olhei pela porta que entrei naquela noite horrível em que meu mundo começou a desabar e paralizei. Natasha sem notar meu atordoamento me puxou pela mão e balancei a cabeça.
- Oi, Amy. - ela disse a mulher asiática na recepção.
- Oi, Natasha! Já que é a primeira vez que vem aqui desde o exame imagino que esteja melhorando. - ela sorriu e Natasha assentiu.
- Ah, é, claro. - Natasha ironizou e sorriu. - Vou ver a Maddie e as outras crianças.
- Ah, elas perguntam de você. - sorriu, e estendeu um tablet com uma caneta digital, onde Natasha assinou seu nome que foi para uma lista de presença, e eu fiz o mesmo, quieto. Nós demos nossas identidades e ela nos deu dois crachás de visitantes.
Franzi as sobrancelhas e acompanhei Natasha pelo corredor até o elevador. Eu queria perguntar, mas acho que já sabia o que viemos fazer aqui. E estava chocado demais para dizer algo.
Quando as portas da ala infantil se abriram eu comecei a tremer. Segui Natasha pelo corredor cheio de borboletinhas e flores, carrinhos e aviões, até pararmos numa porta com o nome "Madison Brooks - leucemia" na ficha.
Natasha olhou para mim.
- Se for demais é só me falar, tá bom? - disse, segurando minhas mãos e assenti de leve. Segurando sua mão a segui para dentro do quarto.
- Com esse laço você está a cara da Florzinha de As Meninas Super Poderosas. - Natasha disse, e uma menininha tirou os olhos da TV passando algum desenho e abriu um sorriso enorme. Seus olhinhos brilharam.
- Natasha! - disse, e estendeu os braços para ganhar um abraço. Natasha sorriu e a abraçou.
Maddie usava um laço rosa na cabeça careca. Ela era muito magra, pálida e parecia doente, no fundo da alma. Mas seus olhos brilhantes se recusavam a aceitar isso.
- Quem é Florzinha? - a menina fez uma cara confusa.
- Ah, esquece, essa nova geração. - Natasha negou.
- Nat, você não vem me visitar a um tempão. - ela cruzou os braços com as bochechas se inflando automaticamente.
- Eu sei, mas é que eu tive uns probleminhas. - ela deu um sorriso triste e apontou para a cânula no nariz. O sorriso da menina murchou.
- Ah. Agora você vai ter que usar isso o tempo todo? - murmurou, e Natasha assentiu. - Sinto muito.
- Não, está tudo bem, Mads. Nem dá pra notar isso, né? - ela sorriu, e a menina riu.
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Supernova - Romanogers
Roman d'amourSupernova é a morte catastrófica de grandes estrelas. Estrelas são como pessoas, vivem e morrem. E quando isso acontece, há uma explosão colossal que abala todo o universo de alguém. Tudo é efêmero meio os gigantes do universo, Steve Rogers conhece...