Capítulo 2

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- É aqui – disse estacionamento na frente de uma grande casa branca. Desci do carro quando ele desceu e fui até o porta-malas – Pega – tirou minhas malas e me entregou.

- Obrigada – caminhamos até a casa, pegou as chaves e abriu a grande porta.

Depois de entrarmos fechou-a e foi para o segundo andar me deixando sozinha na enorme sala. Perfeito!

- Olá querida – disse uma mulher vindo ao que parece da sala de jantar – Como você se chama?

- Josephine – a mulher parecia ser bastante amável.

- Quem te trouxe aqui?

- Hero, acho que esse é o nome dele – a mulher sorriu para mim.

- Sou Rose, ajudo na casa – devolvi o sorriso – Ele não te disse onde fica o seu quarto? – ela perguntou tirando o avental que usava.

- Não, só subiu e me deixou aqui.

- Agora vai ouvir, ele não deve se comportar assim – caminhou até as escadas e subiu pisoteando os degraus.

Dois minutos depois a mulher desceu com Hero vindo atrás, ela voltou para a cozinha com um pequeno sorriso e Hero pegou minhas malas.

- Vem – mandou e eu o segui.

- Você vai ficar aqui – deixou as malas dentro do quarto e lhe dediquei um sorriso – Quero que desça depois para comer comigo – então ele saiu do quarto fechando a porta.

Sentei-me na cama enquanto olhava para fora da janela. Tive que vir parar logo aqui? Com esse imbecil? Deitei na cama de barriga para baixo e tirei meu smartphone do bolso da calça.
Olhei a foto de fundo de tela por longos minutos em que a única coisa que conseguia fazer era chorar pelo meu pai, que aparecia na tela sorrindo junto comigo.

- Josephine – chamou alguém na minha porta.

- Droga – sussurrei secando as lágrimas na minha bochecha.

- Posso entrar? – bateu na porta.

- Sim, entra - me sentei na cama.

- Ainda não desfez suas malas?

- É que não estou com muita vontade – fingi um sorriso.

- Tudo bem, vamos comer.

- Não tenho fome – peguei a mala e coloquei encima da cama – Vou colocar tudo isso no lugar.

- Mas tem que descer – estava preocupada – Hero vai ficar bravo se não descer, acredite em mim você não quer começar com o pé esquerdo ou quer?

- Não, mas ele não é de fazer bons amigos, pelo menos é isso o que parece – abri a mala – E eu também não estou com fome, não podem me obrigar a comer.

- Um pouquinho, por favor.

Parecia que se eu não descesse para almoçar Hero reclamaria com a mulher e ela estava realmente assustada por isso.

- Está bem – finalmente cedi.

A mulher se foi quando aceitei, levantei e fui ao banheiro, lavei meu rosto e tentei fazer o melhor sorriso que consegui.

- Se apresse – eu estava descendo as escadas.

- Calma – respondi de má vontade. Esse homem nasceu para ser malvado.

- Não me responda assim – ordenou.

- Pois então fala certo comigo – o repreendi enquanto sentava.

Ele me encarou com o olhar e finalmente comemos. Tudo era diferente da minha casa. Comemos em silêncio, nem sequer perguntou minha idade, o que eu queria fazer de tarde; nada amigável esse homem.

- E que se supõe que é você? – me animei a perguntar-lhe.

- Não entendo sua pergunta – e bebeu água.

- Digo que você me ganhou num leilão. O que se supõe que é para mim?

- Nada – disse friamente – Apenas mora em minha casa e sobre minhas regras.

- É meu pai? – ele me olhou.

- Não

Não se podia manter uma conversa com este homem.

- Posso ir? - perguntei quando havia terminado.

- Anda, vai lá para cima.

Só me levantei e subi as escadas já que não tinha sentido pedir que me tratasse de boa maneira. Coloquei cada roupa no armário e depois tomei um longo banho. Ao sair coloquei um jeans e uma camisa verde escura.

- Posso entrar? – perguntou Rose batendo na porta.

- Sim, entra.

- Vou ao mercado, precisa de algo?

- Não, obrigada. Tenho tudo.

- Posso te trazer tudo o que necessita se não é capaz de dizer a Hero.

- Obrigada Rose, mas é sério tenho tudo.

- Está bem, eu vou rapidinho.

Liguei a TV e procurei algo para assistir, mas não tinha nada de interessante então saí do quarto e desci as escadas com a esperança de encontrar um computador.

- O que você precisa? – me surpreendi com a sua voz rouca atrás de mim.

- Nada – disse assustada.

- Então o que faz aqui?

- Devo ficar toda minha vida metida dentro daquele quarto? – respondi com uma pergunta.

- Não, mas se estava aqui é porque precisa de algo, sei que não sairia de lá se não fosse por isso.

- Certo. Quero saber se tem um computador.

- Sim, tenho.

- Me deixa usar?

- Não sei – falava sério, isso era o mais escalafriamte.

- Ok, vou para meu quarto.

- Está bem, eu te empresto, mas só por uma semana, depois te compro um.

- Obrigada – disse sorrindo e o abracei.

- Ok, para, me solta – não podia ser um pouco mais amoroso? Me afastei dele – Vem, vou te dar o meu notebook.

O segui até o que parecia ser seu quarto. Era grande com uma cama enorme no centro. Um quarto muito luxuoso.

- Posso perguntar algo? – peguei o notebook de suas mãos.

- Já fez uma pergunta – ele rio.

Realmente tinha um sorriso lindo para não usá-lo. Acredito que quando quer pode ser meigo.

- Ok, é outra coisa.

- Diga.

- Quantos anos você tem?

- 21 e você?

- 17, por que não mora com seus pais?

- Sai do meu quarto – e me impurou para fora de seu quarto.

Quando cheguei ao meu quarto liguei o notebook e me conectei no Twitter. Não conversei com ninguém já que não tinha amigos.

- Está aqui? – disse abrindo a porta devagar; sua voz me fazia estremecer.

- Sim.

- Ainda está usando o notebook?

- Quer ele?

- Sim, eu preciso fazer uma coisa para meu trabalho.

- Está bem, já te dou – me desconectei do Twitter e o entreguei.

- Aqui, obrigada.

- De nada - disse cortante saindo pela porta.

A BELA E A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora