Quando saí do banheiro, Hero não estava no quarto. Coloquei um vestido lilás e salto preto, sequei meu cabelo e então escutei a porta do quarto fechar.
- Hero? – perguntei intrigada.
- Sim, sou eu. Está pronta? – entrou no banheiro. O vi através do espelho e sorri para ele. Estava com uma camisa branca e um jeans preto ajustado. Sexy.
- Aonde estava? – perguntei enquanto penteava meu cabelo.
- Na recepção – disse pegando meu rímel – Para que serve isso? – e abriu.
- Isso se usa para alargar e pintar os cílios – ri e tirei de suas mãos. Me sorriu – O que fazia na recepção?
- Essa invenção é uma perda de tempo – disse enquanto eu passava o rímel.
- Hero, você tem cérebro primitivo – ele riu – O que fazia na recepção?
- Ah, me chamaram porque faltava um vaso com flores e tive que pagar – eu corei – Sabe quem pode ter quebrado ele?
- Desculpa, estava irritada.
- Não se preocupe – disse desinteressado – Estou ficando entediado.
- Deixa eu terminar de passar o rímel e vamos.
- Está bem – saiu do banheiro e se jogou na cama – Por que você se maquia?
- Para me ver bonita.
- Não precisa de maquiagem – disse enquanto brincava com o travesseiro. Sorri na frente do espelho – Eu acho que isso é uma perda de tempo.
- Por que acha isso?
- Por que a mulher mais linda sempre é a mais natural.
- Às vezes você me surpreende Hero – disse apagando a luz do banheiro ao sair – Pronto, vamos.
- Até que enfim – disse se levantando da cama – Já estava ficando nervoso.
Chamei o elevador enquanto Hero fechava a porta, chegamos à recepção e saímos.
- Por aqui param os táxis – disse olhando para longe – Vem aqui – pegou minha mão enquanto me conduzia até onde estavam os táxis.
Entramos em um, Hero disse para onde íamos. Para mim as ruas eram desconhecidas, claro, eu nunca tinha saído de Nova York.
Minha mão descansava sobre minha perna, e sobre esta a mão de Hero, que fazia pequenas carícias.
Observei o caminho à medida que o carro avançava. Ruas, parques, pessoas andando. As estrelas dispersas pelo céu e uma linda lua que resultava no céu. Eu sorri e ao parecer Hero notou.
- Em que pensa? – perguntou sorrindo.
- Em nada – respondi ainda observando a cidade – É tudo muito bonito. Não acha?
- Claro que sim – suspirou para atrair minha atenção e dediquei a ele meu olhar – Não tinha vindo aqui nunca? – perguntou curioso.
- Nunca. Você já?
- Sim – contestou quando o carro parou – Vamos continuar a conversa na mesa. Quanto é? – perguntou para o taxista.
- 24,00 pesos – respondeu olhando o aparelho digital.
- Muito obrigado – disse pagando o taxista e abriu a porta.
- Aproveitem a noite.
Desci depois de Hero e o táxi retomou seu caminho. Hero pegou minha mão, fazendo que me desse conta que estávamos na frente de um lindo restaurante.
- Vamos jantar aqui? – perguntei atônica. Ele me olhou e sorriu.
- Exato, não sabe como foi difícil conseguir uma mesa para jantar aqui, assim que espero que goste.
- Por enquanto, estou gostando, vamos ver a comida, está bem? – sorri e ele me devolveu o gesto. Entramos e um homem nos deu as boas-vindas.
- Boa noite. Em que posso ajudar?
- Boa noite. Temos uma reserva.
- Sobrenome – disse abrindo um caderno.
- Tiffin. Mesa para dois.
- Aqui está. Vou acompanhar vocês – nos conduziu até uma pequena mesa para dois – Aproveitem sua noite – disse antes de ir.
Sentamos um de frente para o outro. Em segundos um garçom deixou o cardápio sobre a mesa e se foi.
- O que você vai pedir? – perguntou enquanto olhava o cardápio.
- Não sei – disse pensativa – O que você vai pedir?
- Não sei – disse pensativo – Posso escolher?
- Claro. O que? – levantei meu olhar para encontrar seus olhos verdes.
- Hmm... Talharim com molho mexicano e ervilhas?
- Que? – levantei as sobrancelhas – O que é isso? – perguntei quase gritando.
- Fala baixo – ele riu – É macarrão – me explicou e assenti.
O garçom veio pegar nosso pedido. Logo trouxe vinho para nós e depois a comida.
- Está gostando?
- Sim, está muito bom – sorri.
- Me alegro – devolveu o sorriso – Bem... – sim, ele estava nervoso. Mas... Por que?
- Bem... – repeti – O que quer dizer? Se tiver algo para dizer, diz, sem rodeios.
- Melhor deixar você comer tranquila e depois conversamos – levantei as sobrancelhas. O que estava acontecendo?
- Me diga, posso comer e falar ao mesmo tempo.
- Está bem, não é do que eu quero falar agora, mas acho que devemos aclarar coisas – não compreendi.
- Então?
- O casamento – disse. A comida que passava pela minha garganta ficou presa.
É que não queria pensar nisso. Eu só queria que isso acontecesse de uma vez e parar de pensar no que viria a seguir, a lua de mel, meu pior pesadelo, Hero e suas fantasias sexuais.
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A BELA E A FERA
FanfictionAo acabar de fazer 17 anos, Josephine perde a última pessoa de sua família e por ser menor de idade tem que ficar com alguém. O que ela não esperava é que fosse ser leiloada e comprada por um empresário aparentemente frio. Será que ela conseguirá en...