CELINA P.O.V
O sensação de satisfação me veio à mesma medida que o de repúdio. Como se tivesse tocado em algo sujo, todos os pelos do meu corpo se eriçaram e meu couro cabeludo começou a formigar.
A Rejeição de meu corpo,ao homem deitado,me deixou intrigada e ao mesmo tempo frustrada. Apesar da situação que o mesmo se encontrava algum tempo antes, o natural esperado seria sentir empatia,mas meu único pensamento seria no banho que tomaria ao voltar para casa.Me sinto suja.
Apesar do sentimento quase desesperador, tentei segurar o impulso de sair correndo e me sentei enquanto observava a companheira de guilda do homem, ao mesmo tempo em que sentia o olhar de Ian me queimando.
-Como ele chegou nesse estado?- Por fim,tomei a iniciativa.
Mesmo sentindo a reprovação de Ian à minha pergunta, sendo quase palpável, o Ignorei descaradamente.
Meu único objetivo é sair desse ambiente o mais rápido possível.
Talvez sentindo minha pressa, a garota segurou as lágrimas e finalmente começou a falar.
-Aser...era o uniforme de Aser, mas fui nocauteada antes de ver o que aconteceu,aquela pessoa era simplesmente muito rápida em um segundo estava em pé, no outro estava jogada no chão -. Ela respondeu num sussurro.
Aser... O Santuáriodo Deus Santo.
Não importa como veja,esse tipo de energia repugnante não deve ser algo que pertença a quem prega pureza.
De algum modo, a silhueta loira de Deina me veio a mente...
O Suspiro frustrado de Ian,me tirou de meus devaneios.
- De qualquer forma,não existe sentido se não soubermos quem é a pessoa-.
Ele tem razão, apesar de sabermos a qual equipe essa pessoa pertence, não sabemos o suficiente para conseguirmos ter contramedidas contra ela caso a encontremos.
Após essas palavras o silêncio foi instalado.
Vi a garota entrar em estado de contemplação, como se tentasse lembrar de algo e então com um leve brilho se formando nos olhos ela se levantou.
Acho que teremos informação.
-Essa pessoa usava uma Rapier prata, a empunhada era de filetes, era de algum cristal sem cor-.
Vi Ian acenando enquanto guardava a informação.
Após alguns minutos levantei, já com o humor afetado em resultado a aquela sensação suja.
-Não acho que tenha mais nada aqui, vamos logo- Rapidamente me dirigi ate a porta e comecei a tomar o caminho, Ian seguia minhas costas como esperado.
Durante todo o percurso, de volta, meu companheiro de fuga resmungava o quão estranho era a situação.
Isso estava seriamente me irritando.
Com uma breve consideração dei meu ponto de vista.
-Na verdade é uma Rapier...pode ser um inimigo problemático se tiver a velocidade que foi dita.-
Na verdade é aterrorizante.
Ian pareceu um pouco confuso.
- Rapier é uma arma leve de perfuração, não é adequada para combate corpo a corpo,mas imagine um lutador físico,como você,sem conseguir se aproximar do oponente graças à velocidade e a cada movimento ter uma parte do corpo perfurada diretamente...-
Claro isso quer dizer que a resistência fisica do oponente é baixa, tudo que teria que fazer é conseguir uma brecha e então um ou dois golpes seria o suficiente para noucatear a pessoa em questão.
Mas isso se conseguir se aproximar.
-Como você sabe sobre essas coisas?-Ele me deu um olhar torto.
-Eu fiz esgrima- Respondi de forma simples.
E Kendo e outros sete ou mais estilos de luta...
Digamos que minha capacidade de aprendizagem era um problema, meus professores geralmente me davam aula por no máximo três meses antes de serem dispensados.
Acabava que eu ia para a escola por puro capricho ou por não querer ficar em casa.
Em meio as minhas,desastrosas, memórias de infância e desespero por um banho, acabamos por chegar ao jardim de nossa residência.
Novamente nos esgueiramos todo o caminho, segurando minha vontade de correr ate o quarto.
E sem perder um minuto, após subir pela varanda de meu quarto, expulsei Ian do quarto e tranquei a porta.
Ignorando Shady se enrolando na cama.
Corri em direção ao banheiro,logo me despindo e entrando embaixo do chuveiro.
Sentir a água me limpando era libertador, porém quanto mais água escorria, mais minha vontade de esfregar a pele aumentava.
Apos algum tempo a derme de meus braços começaram a ganhar um tom avermelhado e apesar de tudo o impulso de me limpar continuava.
Limpe isso.
Se livre dessa impureza.
Purifique...
Isso é o que meu instinto, minha mente e ate meu corpo me dizem.
Tenho que me livrar disso.
Parece que vou enlouquecer,caso não consiga me livrar dessa sujeira.
Em todo caso, em meio ao meu surto psicótico, uma brisa entrou,diretamente da varanda, através da porta entre-aberta do banheiro.
Um Cheiro adocicado e melancólico tomou conta do cômodo.
Imediatamente o meu impulso pareceu diminuir, me deixando com um pouco mais de clareza.
Ofegante e sem entender de onde veio esse desejo sem sentido.
Assustador, é a única palavra que me vêm a cabeça para descrever o momento.
Perder o auto-controle de tal forma...
Respirei fundo sentido o arma adocicado ainda presente,como um calmante.
E então retomei meu banho,ao me enrolar na toalha,notei meu uniforme de Ás jogado no chão.
Estendi a mão para pega-lo,mas assim que cheguei a alguns centímetros de distância, o sentimento de repúdio voltou a me deixar consciente.
Afastei a mão e ignorei a roupa jogada, minha vontade era queima-la ate que não restasse sequer cinzas.
Pensando agora...
Acho que terei que pedir.um uniforme novo de qualquer maneira.
*Rapier/Rapieira: Espada de uma mão comprida e estreita 1m a 1,5 de lâmina e 2,5 centímetros de largura, ideal para perfuração.Geralmente era usada em duelos, autodefesa ou espadas decorativas para compmetar os trajes dos nobres mesmo que eles não soubessem ou precisassem usar aa espadas.
(Rapieira=Roupeira)

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Dragões:A Domadora
ФэнтезиCelina, uma estudante de um colégio de elite do ensino medio,aparentemente bolsista, com uma típica vida escolar. Tem sua vida mudada após um evento inesperado durante uma das excursões da escola. Após uma discussão com sua mãe ela toma a decisão de...