Manu 📖
Enquanto algumas pessoas se aproximavam com seus celulares ligados,eu tentava separar os dois o que era quase impossível.
O Matheus apesar de estar visivelmente bêbado tá acertando muitos socos no Sant,até eu levei algumas pancadas.
O que doía era escutar comentários horríveis de homens escrotos me xingando de tudo quanto era nome após saberem o motivo da confusão através de fofoquinha.
Mt: Vai fazer com ele o que fez com tua irmã,você não vale o que come.
falou e apontou o dedo na minha cara quando finalmente um homem mais forte conseguiu separar eles.
Me aproximei do sant e tentei ignorar cada palavra que o Matheus falava ele tá bêbado,não louco pra me chamar de vagabunda mais uma vez.
Mt: Meu bagulho é contigo,não com esse zé mané do teu namorado,bora resolver Emanuelle na conversa.-pediu e o sant me olhou desconfiado.
Manu: Já acabei de ver o tipo de conversa que tú quer ter comigo..Sabe o que me deixa mais puta?É que no Brasil a mulher SOLTEIRA é taxada como puta,vagabunda,piranha e o homem CASADO é taxado como o pegador,gostosão comedor de novinha.MAS puta que pariu eu errei muito,mas ele também errou mano.Ele era casado,ele tinha três anos com ela,ele poderia muito bem ter evitado assim como eu,mas não ele escolheu,então eu não sou a única culpada da merda que tá a vida dele,ele também tem culpa,é difícil entender?Que ódio.
Falei em voz alta e saí andando rápido.
Sant: Se eu ainda escutar algum de vocês falando sobre ela,eu mato..-escutei ele falar mas nem dei bola continuei andando e fiquei parada encostada no carro.
Minutos depois escutei alguns passos e limpei meu rosto me virando pra ver quem era.
Vi o Sant se aproximando e o Mt longe conversando com um homem em um barzinho perto da praia.
Senti um aperto no peito mas ignorei dando atenção ao Vini falando.
Sant: Tá bem nega?-me abraçou de lado e eu sorri fraco.
Manu: Depois disso,bem é que eu não tô mas contigo do lado eu vou ficar.
Ele abriu um sorrisão mas logo fechou gemendo de dor.
Manu: Vamos voltar,preciso cuidar disso.
Me referi ao machucado no cantinho da boca dele,mas ele deu de ombros ficando calado.
Manu: Obrigada pela noite..Há tempos que eu não vinha aqui,tirando esse final desagradável,eu amei tudo..De verdade.-falei meio cabisbaixa mas era verdade.
Sant: Tá estampado na cara dele que tá bêbado,não sabe nem o que faz Manu,não liga.Você não é o que os outros falam de você e se teu pai ou tua irmã te conhecessem de verdade iriam perceber a pessoa maravilhosa que tú é,e não iam te julgar por um erro.
Olhei admirada pra ele e sorri boba vendo ele abrir a porta do carro pra mim.
Manu: Eu juro que nunca vou deixar se te agradecer pelas coisas que tú faz e me diz,namoral.-falei entrando.
Sant: Ele também te acertou né?Tá doendo?-neguei.-De verdade?
Manu: De verdade.
Ficamos alguns minutos se encarando em silêncio e ele saiu com o carro, finalmente.
Manu: A sua versão fofinha é tão gostosa.
Sant: Sua versão piranha também é,ela tá sumida inclusive.
Gargalhei e dei um tapinha no ombro dele que sorriu negando com a cabeça.
Manu: Acho que ainda não consigo entender porque você sempre me ajuda,me entende e tá sempre do meu lado,sério.
Sant: Manu,é complicado..Eu sei da tua situação,sei do que tú passou e também sei que quero sempre estar presente quando tú passar por situações assim de novo..
Manu: Como assim?
Sant: Tô dizendo que te quero,pra ser minha namorada,sem mentira,sem julgamentos,te quero por inteira e eu sei que agora não é o melhor momento pra te ter assim,tá muito cedo e eu nem ia te falar sobre isso agora,mas quer tentar?
Manu: Oi?-engasguei.
Sant: Vamo se conhecer melhor pô,eu tô afim..Tú tá?-falou olhando pra mim quando o sinal fechou.
Pensei duas,três vezes e dei um selinho nele que reclamou de dor mas sorriu.
Manu: Vamo tentar,se não der certo promete que nossa amizade vai prevalecer?Eu não quero perder isso que a gente tem namoral.
Ele assentiu e me roubou um beijo rindo antes de sair com o carro..