trinta e dois

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Manu ☄

E não é que a gente conseguiu passar pela barreira?

Eu tava mais aliviada de estar aqui pela minha mãe e ao mesmo tempo por estar aqui e recordar de tudo.

É uma sensação angustiante.

Coloquei a mão sobre a do Sant e ele me olhou sorrindo.

Sant: Para com isso véi, tô tentando pagar de bandido mal pras pessoas, será que posso?

Ri fraco e ele apertou minhas bochechas fazendo graça.

É estranha a maneira que ele tenta aliviar os momentos de tensão, o pior é que ele consegue.

Me deixa confortável, me deixa bem.

Quando chegamos na porta de casa tinha uma movimentação intensa, clima pesado.

Me arrepiei só de olhar.

O Sant parou carro e segurou minha mão forte, dando um beijo depois.

Sant: Amor, se tú quiser a gente vê a sua mãe depois..

Manu: Quero agora, vocês precisam saber..

Ele me olhou confuso e coçou a cabeça colocando o capuz do moletom assentindo.

Coloquei meu capuz também e saímos os dois do carro, ele abaixou a cabeça e segurou minha mão começando a caminhar.

Provavelmente as pessoas já sabiam da morte daquele lá...

Respirei fundo e perguntei à um rapaz o que tinha acontecido.

Ele disse que o dono do morro tinha batido na mulher e foi encontrado morto horas depois após uma atividade com o Comando.Ele continuou, falando que a filha veio buscar a mãe.

Agradeci e retornei até onde o sant havia ficado pra tentar saber o que aconteceu.

Engoli no seco e olhei pra ele aflita.

Mesmo depois de morto você ainda tem todo o meu ódio, saraiva.

Sant: Tá bem?- neguei.- Meu amor,tú precisa da sua mãe e ela precisa de você.

Assenti.

Agarrei o braço dele e saí andando, enquanto ele me acompanhou sem dizer nada.

Manu: Amor, obrigada por estar comigo em cada momento... Juro que não sei o que seria de mim sem você.- beijei ele que sorriu.

Um sorriso doce, cheio de gratidão.

Perfeito pra mim.

Sant: Eu vou te amar até o meu último suspiro, vou estar contigo sempre porquê você é tudo pra mim.

Me deixou sem palavras e bateu na porta da Mari.

Ele me beijou na testa e eu respirei fundo vendo a porta ser aberta.

A Mari me encarou por alguns mas me abraçou me deixando surpresa.

Retribui o abraço e beijei o rosto dela, como eu estava com saudade disso.

Mari: Desculpa, por tudo irmã. Por tudo, eu amo você e não suportaria se te perdesse. Eu pensei que ele fosse bom, afinal.

Manu: Não precisa pedir desculpas, cadê a mamãe? Ela tá bem?

Ela nos puxou para entrar e fechou a porta.

Vi minha mãe sentada no sofá toda roxa, corri pra abraçar ela com todo cuidado do mundo.

(...)

Depois de horas conversando e se acertando entre nós.

Resolvi falar o que aconteceu, era um assunto que doía mas eu não podia mais guardar pra mim.

Contei tudo e me arrependi na mesma hora.

Tudo que eu mais odeio no mundo é o olhar de pena sobre mim, e foi assim que elas me olharam.

O Sant, não. Ele me conhece como ninguém, o sufuciente pra saber que eu só preciso de um abraco, e foi o que ele fez...

Me abraçou e chorou comigo em silêncio naquele sofá, um choro silencioso... Aquele que mais dói.

Minha mãe ficou em choque, não falou nada desde que eu contei, só me olhou com pena e subiu pro quarto.

Mari: É por isso que ele sempre foi assim com você. Desculpa por não te proteger..- falou chorando.

Tentei enxugar minhas lágrimas e tentei controlar minha respiração.

Manu: É por isso que eu vou me mudar daqui por um tempo, eu tô indo pra Angra com o Sant. Precisamos de um tempo pra nós sabe? Assim como você e a mamãe. Eu queria ficar perto de vocês mas não me sinto preparada pra conviver nesse ambiente que aconteceu..

Ela assentiu.

Mari: Eu entendo você, não vou prender, nem julgar.Só você sabe do que você passou, e só você sabe qual o melhor remédio. Vai com Deus irmã, e cuida dela aí.

Sant: Pode deixar.

Manu: Não conta pra mãe agora ta? É muita coisa..

Ela assentiu e eu me levantei abraçando ela.

Mari: Se cuidem por lá...

Manu: E você se cuidem por aqui... Te amo.

Beijei o rosto dela e me afastei caminhando até o sant que já estava encostado na porta.

Me despedi mais uma vez e agarrei no meu homem saindo de lá.

Sant: Aliviada pra viajar agora?

Manu: Sim. You're the best.

Beijei ele e colocamos o capuz andando juntos pra o começo da nossa nova vida, juntos.

É, eu acho que merecemos isso.

...

Maratona 3/10.

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