trinta e quatro

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Mari 💖

2 meses depois...

Respirei fundo e beijei o rosto pálido da minha mãe.

Eu não reconhecia mas aquela mulher que tinha perdido todo o brilho do olhar ao saber do motivo real do meu pai, e ao saber que ele morreu também.

Pra ela a vida não tinha mais sentido.

Passei dois meses aguentando a barra sozinha, claro que tinha o cobra sempre comigo mas era sempre eu e ela.

Não tinha como contar uma coisa dessas pra Manu, se ela já tava daquele jeito todo depois de relembrar, quem dirá quando saber que mamãe tentou tirar a própria vida inúmeras vezes ao saber?

Mariele: Quem chegou?Foi a Manu?

Falou arregalando os olhos quando ouviu a porta bater.

Era o cobra, ele vinha todos os dias me dar um abraço e eu juro que se não fosse por esses abraços diários eu jamais estaria aqui por ela.

Me afastei por um minuto e fui abraçar ele, chorando.

Mari: Eu não aguento mais ver ela assim, eu não sou forte..Eu não aguento mais essa barra sozinha.- desabei nos braços dele.

Cobra: Ei, eu tô aqui com você..- me deu um selinho rápido.- Estamos lutando juntos, eu com você e você comigo. Somos fortes, eu te completo e você me completa...Vamos passar por isso juntos, tá bom?

Assenti limpando as lágrimas.

Eu e ele estamos voltando ao início, estamos tentando nos acertar.

Já que meu pai morreu não tem nada que possa nos impedir a não ser a vontade de Deus.

Mariele: Quando é que a manu vai votar?

Perguntou voltando minha atenção pra ela.

Mariele: Eu tô com depressão mas não tô burra mari, minha filha não tá bem né? Eu só queria abraçar ela, e ter minha família de volta antes disso tudo acontecer. Eu só quero minhas filhas juntas aqui comigo, é pedir demais?

Mari: Oh mãe..-sentei do lado dela.- Viver aqui, nesse corredor de lembranças machuca demais a manu. Ela só decidiu priorizar a saúde mental dela e isso é compreensível. Depois de tudo que ela passou é mais do que merecido. -beijei o rosto dela que assentiu.

Mariele: Eu só queria uma visitinha, uma só.

Mari: Quem sabe?- dei de ombros.- Quando ela se sentir preparada ela vem, sem pressão. Vamos deixar o tempo cuidar das coisas...

Cobra: O tempo ainda é o melhor remédio tia, relaxa, ela não te deixou.- beijou a testa da minha mãe que deu um sorriso fraco pra ele.

Mariele: Eu amo vocês.- envolveu a gente em um abraço.-Agora, xô do meu quarto, preciso dormir.

O cobra fez biquinho e eu ri de nervoso saindo e fechando a porta.

A verdade é que eu sempre tenho medo de deixar ela sozinha no quarto, ela só dorme o dia todo.

Às vezes acorda disposta e vai no mercadinho ou visita a tia Odete.

Mas a coisa que ela mais faz da vida agora é dormir, até o salão na minha mão largou.

Tô administrando lá mas sem sair de casa, só vou quando é caso de urgência mesmo.

Suspirei e me sentei no sofá vendo o cobra ligar a tv colocando em algum filme que tem xerife, deserto, cavalo e tiroteio.

Dizendo ele que gosta, acho chato.

Ele sentou do meu lado e me deu um beijo demorado alisando meu rosto.

Sussurrou um "Vai ficar tudo bem" e eu finalmente pude respirar aliviada deitando a cabeça em seu colo assitindo à aquele filme bobo...

...

Maratona 5/10..

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