O tilintar de espadas preenchia o salão, abaixo só para os comandos gritados do ex general Henry, o homem que agora treinava novos soldados.
O sol entrava pelas amplas janelas, batendo nos trajes cinza e roxo dos soldados, a luz fazia os reflexos reluzentes das espadas se tornarem uma dança de luzes mortal. Ele, no meio da dança de espadas, nunca se identificou tanto com algo quanto com aquela dança de luzes.
Os raios dourados, tocavam cada canto do salão de pedra de sangue, tão escura que parecia ônix esculpido.
Perdido na sensação calmante de ter a mente ocupado com o desferir e bloquear da tão familiar dança ritmada dos treinos de batalha, Kazriel não viu a mãe se aproximar, os belos cabelos pretos ondulados caiam em cascata pela costa, a passos determinados e elegantes a rainha de Halak abriu caminho pelos que treinavam e fizeram intensas reverências.Com um pigarreio ela o tira da tão inebriante dança. A primeira visão dele foi a saia vermelha de peau de soie* da mãe, guardando a espada de treino ele se curvou em uma curta reverência, e voltou a olhar os olhos cor de sangue, controlando a respiração acelerada.
- A que devemos a honra, majestade?
Pergunta Henry em sua reverência.
- Como sua rainha, vim ver os avanços dos treinamentos. E vejo que meus soldados estão em ótimas mãos.
Os olhos do ex general brilharam e não impediu quando um sorriso torto se curvou nos lábios. Kazriel não pôde julga-lo, a mãe era tão atraente quanto uma joia a um ladrão.
- Mas que honra...
Henry foi interrompido quando a rainha levantou uma mão enluvada, que tilintou com as pulseiras de ouro e anéis de pedras preciosas.
- Dispenso os elogios. – os olhos vermelhos se desviaram dos castanhos do ex general e se fixaram no prince que tinha as sobrancelhas erguidas – Kazriel, preciso que venha comigo.
Ele assentiu e se pôs a seguir a mãe, desde que ela passara pela porta soube o motivo por trás disso, soube quem estava por trás da rara aparição da mãe no salão de treino, e isso fez seu sangue ferver.
- O que ele quer agora? – embora tentasse não conseguiu pronunciar as palavras sem a frieza habitual. – matou algum de seus servos e por isso lhe mandou me buscar?
Não olhou a mãe nos olhos, por que sabia oque viria se assim fizesse, a dor e tristeza que andavam neles o haviam machucado mais que muita das punições do rei.
- Kaz. Você sabe que se eu pudesse as coisas seriam diferentes, mas... – a rainha engoliu em seco – Não quero que seja punido, então por favor evite que isso aconteça.
Com um rápido olhar e um aperto carinhoso no braço do filho ela se foi, por longos minutos ele ficou a olhando, vendo-a caminhar pelo corredor o sol a banhando, e como uma pedra de sangue ela emanava beleza e perigo. Embora a tristeza em seus olhos transtornasse uma parte dele, não conseguia sentir nada a não ser ódio gélido. Ela não tentará impedir. Não o salvará. Não fez nada quando ele foi despedaçado.
O som das botas ecoava no piso de pedra, os raios de sol que infiltram pelas janelas faziam os pequenos pontos de pólen e poeiras brilharem como dentes de Leão dourados.
Ele tentava arrumar os pensamentos, se controlando pra não sucumbir aos desejos vingativos que o perseguiam. Seu poder cortava-o por dentro, e o seu esforço para segura-lo era evidente nos músculos tensos e na contração dos lábios. Desde que havia descoberto que herdará os poderes da mãe, os escondia de todos, enquanto os habitantes do reino dominavam as sombras, ele podia cria-las, não existia sombras em seu interior, trevas era oque emanava dele, o vazio fazia a escuridão se contorcer no extenso laço de sua magia, ameaçando corrompe-lo.
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Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E Agua
FantasíaA imortalidade pode ser bela, mas quando se cresce em meio à guerra e presencia mais destruição do que vida, ela se torna um fardo muito grande para se carregar, assim, a priny de Hylos Guinevere viveu durante boa parte da sua vida, vendo os que ama...