XVIII - Kazriel.

56 10 53
                                    

O primeiro prato foi servido, ninguém dizia nada, o único barulho era os dos talheres, embora sua mente vagasse nas palavras ditas por Vere, sucessora ao trono de Hylos. Ao trono que se os planos do pai não fossem impedidos, em breve deixaria de existir.

Poderia ter tentado entrar mais em sua mente, mas haviam tantos escudos. A muralha brilhante e flamejante não deixava brechas. Jamais adivinharia que ela seria uma princesa, todas com quem havia estado eram frágeis e superficiais, ela não tinha isso, tudo em si era tão verdadeiro, embora encoberto por diversas camadas.

Abaixando o guardanapo o rei pigarreio e falou.

- Como meus convidados e generais em seus próprios territórios, como seus governantes os enviaram em meu auxílio, terão a partir de hoje ciência de meu passos em relação a Azarofh. – tomando de sua taça ele continuou – As minas de sal de Yuan tem cada dia mais casos de rebeliões se formando, perdemos meia dúzia de guardas, por conta de uma prisioneira específica, seu nome é Frigg.

- Executemos ela.
Brandou o duque.

- Não.

A fala fora cortante e todos os olhos se viraram para Guinevere que se mantinha neutra, negar o que o duque disse trouxe um riso fraco aos lábios do rei.

- Por que a objeção, princesa Guinevere?
Era uma armadilha, podia naquele instante ser presa por traição, reuniu todo seu auto controle para não intervir, e conseguir se manter neutro diante da discussão. Olhando em seus olhos não havia medo, ela estava certa do que se seguiria e de certo modo isso o acalmou nem que por alguns milésimos.

- Me corrija se eu estiver errada, mas não ocorrerá a disputa de solstício? Onde cada membro real deverá escolher um campeão, e este passará por provas até que uma só casa seja eleita a melhor? – ela pausou erguendo uma sobrancelha – se ela tirou a vida de seis de seus guardas, por que desperdiçar um talento que pode lhe levar a vitória? Se treinada ela será, possivelmente, formidável. Digo isso segundo os fatos. Ela está presa, acorrentada, com uma alimentação horrível, sem condições básicas necessárias e ainda assim conseguiu matar homens fortes e bem treinados. É questionável a decisão equivocada do duque de mata-la, quando o mesmo não tem um campeão.

Dando de ombros ela toma de sua taça, esperando uma resposta do rei, cuja expressão é de reflexão, talvez esteja levando em conta o que lhe foi dito, sem notar que fora contornado de uma objeção ríspida.

- A disputa ocorrerá daqui a poucos dias, se trazida e treinada haveria chances altas de vitória, fica decidido agora que Frigg, a escrava, não será executada, ainda. E digo a todos agora, que esse ano as regras mudarão, os convidados participarão da disputa, escolham seus campeões e os apresentem aqui até amanhã ao por do sol, não importa qual o preço de barganha, não cheguem de mãos vazias.

Todos assentiram silenciosos.

- Antes de continuarmos a refeição. Elfos da lua atacaram nossa fronteira com a terra amaldiçoada. Tentavam romper nossa fronteira nordeste, flechas com pó de Illibautus foram atiradas. Perdemos cerca de cinquenta homens. Kazriel?

Limpando a garganta ele estralou os dedos enluvados.

- Na fronteira deveria ter seus homens mais bem treinados para impedir ataque inimigo, patrulhas a cada período deveriam ser feitas em grupos, suas defesas estão baixas conforme sua fronteira cruza com a floresta de Gotrigher e Anahi. A lua cheia será amanhã, então estarão em seu ápice de poder, duvidaria se não tentassem outra invasão.

Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E AguaOnde histórias criam vida. Descubra agora