A carruagem parou, fechou o livro que tentava, inutilmente, se concentrar. Assim que se virou para acordar Vere, ela já abria o olho, piscando repetidas vezes até conseguir enxergar.O cocheiro abriu a porta, o homem magro e careca, coçou a cabeça e desviou seu olhar do seu. Já havia se acostumado todos faziam isso, ou quase todos, Guinevere o encarava em desafio ao invés de desviar o olhar.
- Chegamos.
Guinevere se espreguiçou rapidamente, recebendo o olhar do cocheiro, assim que vislumbrou o par de olhos de sangue semicerrados em sua direção, saiu deixando-os.
- Faremos uma eternidade caber em poucos dias.
Ela disse em um misto de alegria e mistério se virando para ele, que abriu a boca para responder, mas antes que qualquer palavra pudesse sair de sua boca ela se inclinou a sua frente, e todas as palavras se esvaíram de sua cabeça como água se evaporando, ela apoiou a mão ao lado de sua perna, sua pele era quente, mesmo com as roupas entre eles, ele pode sentir o calor. Seu rosto estava muito perto do dele, a ponto de conseguir sentir seu perfume como se o frasco estivesse a sua frente, e ele sabia exatamente o que fazer se ela desse o último passo. Seu olhos brilhavam como ouro derretido em meio a esmeralda, mas no instante seguinte sua outra mão puxou a bolsa do chão, e um sorriso perverso e brincalhão cruzou seus lábios em formato de coração e voltou ao seu lugar.
Inclinando a cabeça para o lado com um ar inocente, parecia uma pequena dilmim quando disse:
- O que foi, Kaz? - Sua voz era envolta em ar risonho, quando deu um leve tapa em sua perna e saiu da carruagem, atordoado por um momento só conseguiu sorrir e pensar um sua esperteza sádica. Colocando a cabeça para dentro da carruagem novamente, franziu as sobrancelhas e continuou - Você não vem?
Se perguntou onde estava com a cabeça quando propôs aquilo, já não aguentava com ela reclusa, dispersa seria como o sol e não saberia se aguentaria tamanho brilho, não contaria isso para ela, pois seria um caminho sem volta para seu egocentrismo. Saindo da carruagem o sol ainda estava alto no céu, seriam aproximadamente 16 horas da tarde, Guinevere colocava as espadas no cinto, colocando a antiga na costa.
Virou-se para o forte, era uma grande construção, como uma muralha de cimento, guardas caminhavam por entre ela, tinham três torres principais, uma supôs que para os soldados, outras para os treinamentos e mantimentos, a outra seria para os supervisores, e imaginou que ficariam nela, onde poderiam ser observados pelos filhos de Kebair.
O homem magro descarregou sua bagagem, que consistia em uma pequena bolsa preta, ele a pegou, e viu que havia outra que deveria ser de sua acompanhante que a pegou e a jogou no ombro, antes de dizer adeus ao homem e sorrir de canto, caminhou até o portão principal. Uma enorme porta de madeira, com três guardas a postos, que enriqueceram assim que os viram.
Ele caminhava ao lado dela, que perto dele sua cabeça batia um pouco acima de seu ombro, se perguntou como aquela mulher baixa e perversa, teria se tornado de um grupo extremamente recluso, mortal e temido.
- Quem são vocês?
O primeiro guarda falou, era alto e descansava a mão no punhal da espada, pronto para qualquer movimento indesejado. A pequena mulher jogou a bolsa no chão levantando uma pequena quantidade de terra, colocou a mão na cintura e disse em voz baixa, que lhe foi incrivelmente sedutor.
- Não sabe quem somos nós? Fiquei desapontada agora. - apesar de sedutora continha um ar divertido nas palavras - Apresento a vocês, príncipe Kazriel de Halak e a magnífica princesa de Hylos Guinevere. - Apontando para si e para ele em movimentos dramáticos, ela recolheu a bolsa enquanto o portão se abria. - E quem é você ?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E Agua
FantasyA imortalidade pode ser bela, mas quando se cresce em meio à guerra e presencia mais destruição do que vida, ela se torna um fardo muito grande para se carregar, assim, a priny de Hylos Guinevere viveu durante boa parte da sua vida, vendo os que ama...