- Coloque a máscara e vamos.
Karrin entrega a máscara preta simples para ele, havia pequenas obsidianas em alguns pontos. Estavam em frentes as grandes portas do palácio, todos a caráter.Sua irmã usava um vestido vermelho como sangue e uma máscara cor de vinho, Eros e Aleph, vestiam azul escuro e máscaras pretas, Aspin usava um vestido preto e uma máscara do mesmo tom.
Estavam prontos, só que algo gritava para que fosse embora e levasse os seus consigo, porém algo mais profundo o chamava para a construção a sua frente, não sabia dizer o que era.
Uma mão em seu ombro o fez sair do devaneio, Aleph parecia igualmente hesitante e desconfortável, mas assentiu.
- Vamos, Kaz.
Disse-lhe.- Avante, meus irmãos, ao coração do inimigo.
Disse baixo para que somente os seus ouvissem, assim que todos os olhos brilharam em convicção ele se pôs a andar.Os guardas que estavam em prontidão se curvaram e abriram a porta.
Assim que o primeiro passo foi dado, o cheiro de comida, flores e doces os recebeu. Os tapetes que seguiam pelo chão de pedra preciosa mostrava o caminho, assim que pararam em frente às portas verdes azuladas de cristal, respirando fundo adentraram o salão onde o coração do baile se encontrava.
- Príncipe Kazriel Minsitthar, de Halak.
Anunciaram.O que se seguiu ele não prestou atenção, a música continuava, mas todos os olhavam, pensou em dar pelo menos um sorriso, mas escolheu pela neutralidade. Se dirigindo ao rei pelo meio da multidão fez um curto aceno com a cabeça.
O rei não usava máscara, a rainha usava uma dourada de penas, e o príncipe que sorria usava uma prata.
- Seja bem-vindo, Kazriel.
Falou o rei em seu trono, ele assentiu, sentido sua corte a suas costas.- Espero que aproveite o baile em sua homenagem, seu pai iria gostar que o fizesse.
Completou com um sorriso irônico que o deixou fervendo de ódio, se controlando disse calmamente.- Irei, claro.
- Suas bagagens já estão em seus aposentos. Sinta-se a vontade, afinal essa será sua morada por um longo tempo.
Com seu estômago revirando ele sorriu de canto antes de se virar e seguir sem rumo. Estavam em um lugar estranho e traiçoeiro, e jamais gostará de festas de tamanho porte. Sempre haveria falsidade nelas, mentiras e armadilhas.- Aceita?
Disse o príncipe de Kebair ao seu lado estendendo-lhe uma taça de vinho, ele a pegou e tomou um longo gole.- Não é muito chegado a grandes bailes, certo?
Ele perguntou.- Não. Mas agradeço as boas-vindas.
Ele tentou soar educado e diplomático, embora o tom tivesse sido mais ríspido do que pretendia.- Claro. Aliás, Ethan.
Ele estendeu a mão, seria uma afronta não aceita-la, apertando-a, o príncipe prosseguiu.- Fora uma emenda em duas, não, três, comemorações.
Ethan bebericou do próprio cálice.- Quais comemorações?
- O solstício, a sua chegada e a de...
Ele foi interrompido com o abrir das portas.A música parecia ter diminuído, as pessoas pararam em seus lugares, petrificados pela mulher que surgiu. O ar parecia ser feito de pimenta, quando tentava reencontrar o próprio fôlego.
Ela brilhava, seu vestido dourado perolado, marcava curvas desenhadas, os cabelos vermelhos e dourados em um penteado simples caia em mechas sobre a máscara de pérola.
Ela caminhou a passos determinados e elegantes até a frente do salão, e seguiu para onde o rei estava, sem se curvar ou ajoelhar, ela acenou levemente em sua direção, o diadema de estrelas no topo de sua cabeça pareceu pegar fogo, como milhares de pequenos sóis.
Seus olhos varreram o salão, em busca de alguém, talvez.
O rei gritou para que continuassem as comemorações, parecendo estar irritado pelo surgimento da mulher. A música recomeçou, as pessoas dançavam, mas Ethan ao seu lado não parecia sequer respirar, seus olhos não desviaram da mulher misteriosa e algo em seu interior tensionou diante da cena.
A mulher não ficou parada. A música era alegre, e não demorou para que ela seguisse o ritmo, muitos homens a olhavam, desejavam-na, mas sua beleza e determinação os afastavam, eram fracos, mas ela por sua vez, exalava perigo.
Não demorou para que mais uma taça aparecesse em sua mão, procurou com os olhos sua corte. Karrin dançava com um nobre, Aspin e Aruna, assim que haviam se reencontrado não saiam de perto uma da outra, todos os homens que se aproximavam logo voltavam de mãos abanando. Aleph parado perto da porta, era frio e sólido como uma estátua, as mulheres que se aproximavam desistiam quando ele não pronunciava mais que duas palavras, ao contrário de Eros que já havia trocado de par diversas vezes.
- Por que não se junta a mim, em uma dança?
Virou-se ao som da voz feminina. Uma mulher de cabelos negros que batiam em sua cintura, e usava um vestido verde esmeralda sorria ferroz com lábios tão vermelhos como sangue.Sorrindo preguiçosamente ele sussurou perto de seu ouvido.
- A sua vontade é a minha, milady.
Ele pode jurar que ela se aproximou mais, antes da mulher puxa-lo para a pista, viu que o príncipe, agora, dançava com a mulher misteriosa.O ritmo era mais agitado, os passos mais rápidos, as pessoas giravam e riam, sabia os passos e acompanhava a mulher a sua frente.
- Camblé.
As pessoas gritaram, e todos na pista giraram, trocavam de parceiros, a mulher morena que agora era seu par, pareceu se acanhar com seu toque, não durou muito antes de repetirem a troca.Cinco damas passaram por ele, mas sentia o olhar fixo de alguém a sua costa, e sabia que era da mulher que o tinha chamado para dançar. Os pares se trocaram novamente, e antes que visse quem era, um cheiro de baunilha, framboesa e pimenta vermelha em chamas inundou seus pulmões, expulsando todo o ar, ele se perguntou como nunca tinha sentido isso em toda sua vida.
Seu par sorriu, mostrando caninos afiados e brancos. Ele a puxou contra si e continuou a dança. Os olhos da mulher misteriosa eram verdes e tinham uma curiosa aurela dourada. Ela girou, parando em seu braço, novamente.
Ele não sabia descrever o que sentia, mas aquele era um dos poucos momentos que guardaria e chamaria de felicidade.
- Alteza.
Ela disse para ele como cumprimento, assim que a voz suave e sensual deixará de o atordoar, ele falou perto de seu ouvido.- Senhorita...
Ela riu, não sabia do que, mas sua risada de estrelas atiçou algo em sua alma.- Sem o senhorita. Guinevere.
Ela retribuiu o gesto, dizendo o nome perto de seu pescoço.- Kazriel.
- Eu sei quem você é.
Ela disse com ar risonho, ela absolutamente estava tirando sarro dele. A mão em sua cintura apertou, conforme ela se aproximou, um sorriso curvou os lábios dele.- Então eu terei que aprender sobre você, Guinevere.
A troca foi gritada novamente, mas ela não parecia querer ir ao próximo, girando, ela retornou a os seus braços.- Como desejar, Kazriel.
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Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E Agua
FantasyA imortalidade pode ser bela, mas quando se cresce em meio à guerra e presencia mais destruição do que vida, ela se torna um fardo muito grande para se carregar, assim, a priny de Hylos Guinevere viveu durante boa parte da sua vida, vendo os que ama...