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- Ande logo.
Apressou Guinevere. O príncipe tentava acompanhar seu ritmo conforme cavalgavam na floresta de Thuffer, que rondava a cidade.Ela estava em um puro sangue arterion preto como opala, e Ethan em um igual, porém era manchado com pintas brancas e fêmea.
A cada galopada, com o ar cortando ao seu redor o barulho da água se chocando contra as pedras, a cada segundo se aproximava.
- Está logo a frente, Ethan.
Ela grita sem olhar para trás, acelerando, ela podia sentir a terra tremer em baixo dos cascos do forte macho em baixo dela. Ela sorriu amplamente quando a enorme cachoeira se mostrou a sua frente.Descendo do cavalo ela pegou em uma das sacolas que trouxe uma maçã, enquanto Ethan descia de sua égua.
Ela queria subir até o topo da queda d'água, queria sentir as pedras úmidas sob suas mãos.
- Nunca tinha visto esse lugar.
Ele diz ao seu lado. Ela o olha de esguelha, o sol da tarde era forte, seria um belo dia, se não fosse pelos fantasmas que a cercavam, ela sorri de canto.- Você algum dia, explorou o que tem em seu território?
- Não...
O ar tornou tenso. Tentando aliviar a tensão ela o cutuca com o cotovelo e fala.- Ok, Ethan. Agora vejemos suas habilidades em escalada.
Ela aponta com o queixo para as rochas que formam a cascata. Ele arregala os olhos incrédulo.- Você quer que eu suba aí? Sem pensar.
Ele recua um passo.- Isso com certeza não é seguro.
Conclui, a olhando como se chifres nascessem em sua testa.- Viver, não é seguro. A vida é feita de perigos, Ethan. Vai me acompanhar?
Ela o perguntou, avaliando seu rosto, que era um misto de incredulidade e dúvida, o debate que se passava em sua mente chegava a ser visível.- Prefiro olha-la, daqui.
Ela responde sem encara-la.- Ora ora, quem se tornou o sexo frágil, agora?! Mas, vou ficar e lhe fazer companhia, para não ferir seu ego pode pensar que me salvou de um provável perigo, ok?
Ela diz enquanto tira o manto, ele ri e segue cada movimento dela com os olhos.- Ok, princesa.
A palavra a atingiu com tamanha força, que se esforçou ao máximo para não se curvar.- Agora, eu sou Guinevere, dentro do castelo eu aceito o título, mas não aqui.
Ela tira a bota e a calça quando ele concorda.- Vai só ficar me admirando, ou vai entrar lá também?
Ela o provoca erguendo uma sobrancelha, e puxa a camisa branca pela cabeça.O olhando e sorrindo de canto ela corre em direção a água que brilha sob o sol quente.
A temperatura está agradável, morna, mas ainda sim refrescante, a água a abraça e reclama de saudade quando mergulha, como se nadasse em prata líquida, ela sente a água a inundando, lavando seu corpo, embora nao conseguindo tocar sua alma.
A correnteza fraca mostra quando Ethan mergulha atrás dela. Que emerge puxando o ar, e passando a mão pelos cabelos grudados. Ela sorri, se pudesse faria isso todos os dias, era tranquilizador, e relaxante.
Se virando viu que Ethan a observava, jogando água nele ela mergulhou novamente, não se importou naquele momento de estar acompanhada da pessoa que devia ser seu inimigo, ou com todas as perguntas que se formulavam todas as noites em sua cabeça, só queria nadar e esquecer de tudo ao seu redor.
A tarde passou como um piscar de olhos, o sol iria se pôr daqui a poucas horas, sentados a beira do lago, já vestidos, comiam alguns bolinhos e frutas que Vere havia roubado da cozinha. Ethan estava tão relaxado ao seu lado apoiado em um braço que não pôde não notar a beleza que ele tinha, principalmente, quando estava com as roupas finas engomadas e rosto frio e diplomático. Ele se virou para ela e sorriu.
- Obrigado.
Disse suavemente.- Pelo que?
- Por me fazer viver por algumas horas.
Ela não sabia o que responder, só assentiu, e voltou a olhar a água a poucos centímetros. Nos quatro dias que passou em sua presença, em momento algum pensou como seria para ele ter que sustentar o peso daquele reino.- Precisamos voltar.
Ele cortou seus pensamentos, lembrando-a que teria que participar de um baile de máscaras assim que a noite caísse, reprimindo um suspiro ela concordou e ambos começaram a recolher suas coisas, para voltar a prisão de mármore.▪▪▪
Os cavalos trotavam pelo jardim quando chegaram, eram 17:40 da tarde, haveria pouco tempo para terminar os últimos preparos, segundo Ethan.
Descendo de seu cavalo, ela o puxava pela rédea quando uma criada passou por eles, seu olhar se fixou no dela. Os cabelos pretos em tranças caiam para frente na pele de chocolate quente, seu olhos de avelã mostravam raiva, e dor. Mesmo com os ombros caídos, sua postura não demonstrava submissão.
Ela a olhou, e viu que o príncipe nem notara sua presença, o homem que havia brincado com ela naquele lago, fora substituído pelo diplomata distante, isso foi um soco que a inundou de raiva.
Guardando o cavalo ela subiu para seus aposentos, ignorando os guardas que a olhavam com cautela, como se ela pudesse proferir uma guerra bem ali. Ela só pediu que Masiry preparasse sua veste, pois assim que saira do banho planejava esquecer do dia rodando na pista até que seus pés doessem.
- Você será a dama mais linda daquele baile.
Se gabou Masiry do seu trabalho.- Serei a mais linda, mas nunca uma dama.
Ela franziu o cenho, fazendo Masiry rir.O penteado que Masiry começará a fazer estava quase finalizado, a maquiagem era tão natural que não parecia que ela tinha sequer passado alguma, e o vestido...ele era lindo.
Assim que terminou, de uma caixa dourada Masy tirou uma máscara branca perolada, com pequenos desenhos em espirais e o que pareciam ser chamas e estrelas, ela deixou que ela colocasse a leve e delicada parte de sua fantasia. Estava quase pronta.
Quando Masiry pôs o diadema brilhante como mil estrelas e sóis no topo de sua cabeça e se curvou intensamente em respeito, ela soube que estava perfeita, e pronta para enfrentar aquele ninho de cobras.
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Chegou, finalmente, o capítulo X.
Espero que estejam gostando, pois muito mais virá por aí, me digam o que acharam dos personagens até agora, e o que esperam dos próximos capítulos, obrigada por tudo babys ❤
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Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E Agua
FantasyA imortalidade pode ser bela, mas quando se cresce em meio à guerra e presencia mais destruição do que vida, ela se torna um fardo muito grande para se carregar, assim, a priny de Hylos Guinevere viveu durante boa parte da sua vida, vendo os que ama...