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O corpo da mulher havia amolecido em baixo de si. Assim ela desmaiou. Não restava espaço para dúvidas, não havia tempo para se questionar se a mulher que lhe esperava era uma mandada pelo rei, ou não, mas sabia que sua oponente estava fraca, estava lenta, e não tinha dúvidas que se estivesse em sua força total seria uma oponente digna.
O homem parado a poucos metros de distância era tão diferente da criança que conhecerá.
Seus olhos eram um misto de surpresa e medo, ele não olhava para ela, olhava para a mulher desmaiada, ela se levantou limpando as mãos na roupa, imediatamente Joseph correu até a mulher, cobriu-a com seu casaco azul marinho, passando a mão por sua bochecha ele sussurrava o que aparentemente era seu nome. Sua única resposta foi um murmúrio.
Ele se virou para ela e com determinação disse.
- Ajude-me a levá-la.Ela não pôde impedir de arquear uma sobrancelha enquanto examinava suas adagas, limpava o sangue da garota no manto.
- E por qual motivo eu faria isso? Ela estava me espionando.
Estava prestes a continuar andando, ajeitando o capuz ela cruzou os braços a espera de sua resposta.
- Você me deve um favor.
Ele a lembrou que hesitou diante das memórias, seu rosto se tornou frio e duro, não descumpria suas promessas e não rejeitaria a cobrança de um favor.
A passos duros ela parou a frente do garoto que a muito, um dia conhecerá como a palma de sua mão, fitando dentro de seus olhos, ele implorava silenciosamente sua ajuda, mas havia algo a mais que queria, havia intenções que brilhavam no fundo de seus olhos castanhos claros, não poderia arcar com isso e não colocaria mais esse peso em sua costa.
Pegando um de seus braços apoiou ele em seu ombro e começou a andar quando Joseph a imitou.
- Tem um curandeiro que fica ali na esquina.
Não pretendia esperar o curandeiro chegar a sua conclusão final para que pudesse ir embora, arrastou-a mais rápido, seus gemidos começavam baixo e, agora, estavam aumentando, atraindo muitos olhares, quando o que pretendia era passar despercebida.
Chegando à porta, ela a chutou, fazendo com que o sino batesse mais alto e rápido que qualquer igreja já tinha visto. Mas, nenhum médico ou curandeiro estava vindo ao auxílio, independente do barulho.
- Cadê o maldito curandeiro daqui?
Gritou.
Um barulho alto, como se panelas e metais caíssem é ouvido no final do corredor de madeira escura, assim, com xingamentos.
- Por aqui!
Chamou o curandeiro que para sua surpresa era um anão cujos cabelos castanhos escuros estavam presos em um coque alto em um emaranhado de dreads, alguns se enroscavam nos chifres que formas em azul estavam pintadas, assim como seu rosto.
- Foi teu chifre ou sua grande estatura que derrubou todas aquelas coisas?
Ela aprontou com o queixo para os vários utensílios caídos. Ele a encarou de cima a baixo antes de apontar para que eles a colocassem em uma cama.
- Foram os pés que vão chutar a sua bunda pra fora daqui se falar assim de novo.
Ela riu, depositando o corpo inconsciente da mulher na cama. Se afastando e vendo o anão correndo para dentro de uma sala, voltando com diversos apetrechos, poções, panos, e ervas.
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Trono De Fogo - Fragmentos De Chamas E Agua
FantezieA imortalidade pode ser bela, mas quando se cresce em meio à guerra e presencia mais destruição do que vida, ela se torna um fardo muito grande para se carregar, assim, a priny de Hylos Guinevere viveu durante boa parte da sua vida, vendo os que ama...