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Camila Mendes

Não tem nada melhor do que um almoço em família, na nossa casa. Estava todos, os meus pais, os pais de Kj, tios, avós, primos, todos. Eles estavam admirados com o tamanho da minha barriga, eu tinha completado oito meses a três semanas atrás e a minha barriga estava enorme. Eu e Kj não tínhamos definido o nome do nosso príncipe ainda, mas os nossos familiares davam ideias para nós.

- Oi amor da mamãe, acordou princesa?! - Falei com Sophia que abria lentamente os olhinhos depois de um sono gostoso no colo do pai.

- Ei coisa linda do papai, olha sua avó aqui do lado já te olhando. - Disse e percebo Mary admirando Sophia.

- Oi minha netinha linda! A vovó estava morrendo de saudade de você! - Sophia deu um pequeno sorriso pra a avó e voltou o olhar pra mim, seu olhar repouso na minha barriga.

- Tá olhando seu irmão é?! Ele já já tá vindo pra você brincar com ele. - Falei, peguei a mãozinha dela colocando em minha barriga. Senti o chute dele, sorri. - Olha filha, o irmão já te ama um tantão!

Ela balbuciou algo e fingi entender, comecei a conversar com ela, ela estava bem comunicativa hoje e não parava de sorri e balbuciar coisas que não entendíamos.

[...] 

Todos já foram embora, Kj me esperou pra subir pois eu precisava de ajuda na hora de ir para o quarto por conta das escadas. Subimos para o nosso quarto, tiramos nossas roupas e fomos tomar banho. Kj tinha pegado uma mania de tomar banho comigo, desde a gestação de Sophia, ele amava ficar fazendo carinho em minha barriga na hora do banho.

- Você fica mais fofa ainda com esse barrigão, nosso filhote está cada vez maior. - Ele disse acariciando minha barriga, sorri da sua fofura.

- Verdade, já tá apertado pra ele aqui dentro. - Sorrimos e ficamos naquele silêncio gostoso, curtindo aquele momento nosso.

Após o banho, nos vestimos e nos deitamos. Kj já tinha colocado Sophia para dormir, tem dias que ela estava tão comunicativa que parece que o sono vai embora e aí só o pai consegue distrair até o sono vim.

- Vamos assistir uma série?. - Ele perguntou.

- Sim, vamos. - Kj colocou em uma série e começamos a assistir, em um momento o sono estava me vencendo até que acabei dormindo.

[...]

Eu sentia um incomodo, eu rolava pra um lado, pra o outro mas eu não conseguia voltar ao sono. Até que senti uma forte pontada, acabei acordando de vez de tanta dor que eu sentia. Me sentei com dificuldade na cama e passei a mão na barriga, as pontadas só alimentavam e eu já não estava aguentando a dor. 

- Amor... Kj... Acorda... - Eu cutucava Kj mas ele não acordava. - Kj! - Acabei gritando, ele acordou assustado, sem entender nada e perdido.

- O que foi amor? - Perguntou.

- Amor... Aii!... Tô sentindo pontadas fortes. - Falei com as mãos na barriga e com uma careta.

- Quer tentar algum daqueles exercícios pra ver se passa?. - Não conseguia falar, só assenti. Kj levantou e veio até do outro lado da cama e foi tentar me ajudar a levantar até que senti uma água escorrer pelas minhas pernas e então juntei as peças.

- Amor, bolsa estourou!

Kj Apa

Estourou

A bolsa

A bolsa estourou!

Eu estava em pânico, não sabia o que fazer, fiquei com medo do meu filho nascer alí mesmo. Não sabemos fazer nada de parto!

- Liga pra as meninas! Liga! - Camila gritou, eu fiquei perdido mas logo peguei o celular e liguei pra uma delas, não demorou muito e ela logo atendeu. Expliquei a situação e ela falou que já ia avisar as meninas e que já estava vindo.

- Pronto, elas estão vindo e pediu para que façamos os exercícios pra a contração passar. Calma amor, vai dar tudo certo! - Falei.

Começamos a fazer os exercícios, até que em um momento alíviou as contrações. Corri até o quarto de Lili e entrei sem nem bater na porta, fui até a cama e comecei a balançar ela.

- Lili, vai nascer! - A mesma acordou espantada.

- O que? Quem?.

- O meu filho vai nascer!

Ela logo captou do que eu estava falando e levantou correndo, lavou o rosto e voltamos correndo pra o meu quarto, Camila estava fazendo alguns exercícios pra a contração. Fui até ela a ajudar, eu estava tentando manter a calma mas eu não conseguia. O meu filho vai nascer!

Aconteceu o mesmo quando foi Sophia, eu estava louco do mesmo jeito, acho que não importa quantos filhos, eu sempre vou surtar assim. Sei que não sou o único.

- Lili, vai enchendo a jacuzzi do nosso banheiro, não vai dar tempo de levar ela lá pra baixo. - Falei, Lili correu pra o banheiro mas a campainha tocou.

- Já tá enchendo, vou atender. - Lili disse saindo correndo do quarto.

- Ah, graças a Deus que vocês chegaram, eu já não estou mais aguentando de dor. Aiii!! - Camila disse.

- Calma, mantenha a calma igual da última vez. Você é forte, consegue que eu sei. - Uma das meninas disse.

[...]

Ja são quase nove da manhã e Camila está em trabalho de parto, estou do lado dela a todo momento dando força. Lili teve que ficar com Sophia que tinha acordado.

- Vai Camila, quando sentir a pressão, faz força. - Uma das meninas disse, Camila segurou na minha mão, beijei sua testa e ela respirou fundo.

- Eu te amo.

- Eu também te amo. - Ela disse, beijei seus lábios mas logo separamos por conta da pressão, Cami respirou fundo e fez força.

- Isso Camila, perfeito! Mas uma vez!. - Ela respirou fundo novamente e fez força, logo vi o nosso filho sair de dentro dela e logo uma das meninas o tiraram de dentro da água, seu choro ecoou pelo banheiro. Camila e eu começamos a chorar, levaram ele pra o banho e pra as vacinas.

Olhei pra Camila e percebi que ela estava pálida, sem cor e a boca seca, seus olhos estavam querendo fechar. Nesse momento eu comecei a ficar muito preocupado.

- Amor. - E nesse momento, Camila apagou.

- Camila!

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