Por mais que esteja perto, sempre está úmido. O vento quente e pesado deixa isso claro. Você é linda. Como uma margarida, branca, leve, frágil, que se sacode de leste a oeste, até o outono todas as folhas já terão dito adeus. Você é tão esperta, como algo mais que deveria se saber, ou uma biblioteca, com livros pesados e cheirosos. Passe cada folha devagar e logo verá que são livros. Ainda são livros. É tão engraçada... dizem isso quando nunca viram além do sorriso. Cada passo, adornado para ser adorável, majestoso. As mãos, os dedos. Sempre sei quando estão olhando, quando piscar, qual olhar usar. Tão encantadora quanto deveria ser, mas sempre deixo uma trilha. Objetos, gestos, toques. Tocar de leve uma pedra, deslizar encostada na parede. Um caminho escondido nos detalhes onde espero que um dia alguém resolva caminhar. Não peço mais, fecho os olhos e ando vendada por garantia. Não perco mais tempo com eles, se mostram iguais.
Eu gosto de você.
Então o jogo acaba. Todos perdem da mesma forma. Tento ser gentil, recolho as peças, abandono a mesa sem olhar para trás. Não me sento, sempre sou chamada, e como uma dama, me ofereço para mais uma partida. Talvez eu seja o alguém que procuro.
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Mariposas por todos os lados
PoetryO sentir de ser tudo e ainda não aguentar suportar o nada.