Nosso corpinho, minúsculo corpinho capaz de reproduzir e gerar mais e mais corpinhos. Nossas mãos, tão pequenas, capazes de criar um universo, nossa mente tosca. Tão tosca. E ainda sim, vital. A humanidade me assusta. Somos tão frágeis, tão... tão.
Carregamos traumas e nos fazemos de livros abertos, riscando páginas alheias e colando outras, sentindo, ferindo, amando, curando. Uma mistura tão... tão.
E ainda há tanto, há tanto que posso fazer, que quero fazer. Que poderia me permitir. Talvez um dia eu me permita. Estou sendo? Estou sendo o que poderia ser? Eu não sei. Tenho medo. Mas ao mesmo tempo, sinto a coragem e a solidão correndo forte e quente entre minha pele.
Os cuidados com o cabelo, com a pele, com o rosto, com a comida. Tudo passa, tudo se desfaz e se perde e morre. E seca, e definha, e some. Tudo o que um dia podemos amar some. E às vezes some enquanto ainda amamos. Por que as coisas partem e se esvaem, e nada permanece igual.
Nada.
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Mariposas por todos os lados
PoetryO sentir de ser tudo e ainda não aguentar suportar o nada.