TPM

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   quando eu Estou de TpM as coisas não. ocorrem bem como eu imagino...

Sinto que estou num carro, com dois pneus furados, sem um retrovisor, com os faróis queimados e que só o acelerador funciona. E não sou eu quem está dirigindo. Sou passageira. E juro que tento por o cinto, mas só encontro uma corda sem nenhum gancho para prender. Nem consigo ver o motorista, deve ser uma criança de tão pequeno que se esconde no banco. Ou não tem ninguém dirigindo. Ah pera, tem sim, o volante fica rodando...

é exatamente assim. E dura um dia, alguns ciclos, dois. Antes de jorrar sangue e sentir cólicas terríveis ela vem... silenciosa. Fico ciumenta, desconfiada. Depois, carente. Eu me seguro a qualquer aperto de mão, alongo um abraço e durmo abraçada na coberta. A terceira fase é terrível: a poesia. Um desejo incontrolável de consumir todos os tipos de poesias, das românticas às bucólicas, as modernas, as pós-modernas. Lispector, Pessoa, Saramago. Autores desconhecidos do Instagram. Todos os posts fazem todo o sentido, todos são para mim. Levo todas as crenças ao máximo, em um único dia me torno militante feminista, marxista, neo marxista, anti globalização, vegana e ambientalista. 

Mas não dura muito, em um dia volto ao normal.  A taxa de glicose baixa e a realidade se permite a continuar.

Mariposas por todos os ladosWhere stories live. Discover now