Capítulo 4 - O Rato

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Olá lindxs,

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Olá lindxs,

Vamos conhecer melhor o Filipe Touret, o Rato. 

Na mídia Summonig the gods do grupo Trobar de morte. 

Agora att só terça ou quarta. mais provável na quarta. 

bjokas.

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Capítulo 4 – O Rato

Descendo pelo duto do esgoto dava direto para as entranhas de Aosta, o buraco se abria para outro mundo. Um mundo de dejetos químicos e outros dutos. No meio do caminho ele pegou uma outra saída e escapou dos produtos intoxicantes e provavelmente letais. Os dutos de respiração eram maiores e mais limpos.

Agora esses corredores apertados compunham um labirinto insondável que ele fez questão de decorar, mais ou menos, um mapa das entranhas de Aosta, enquanto estava com o grupo de revolucionários de Moldovan. Ele subiu na cidade-estado por caminhos dos contrabandistas. Isso foi há um ano. Mal sabia que precisaria desse conhecimento. Filipe nunca imaginou que seria pego. Ele tinha certeza que o movimento foi traído por alguém de dentro. Ele queria voltar para ver o que tinha acontecido com o resto do grupo.

Rastejando pelos canos de ventilação da cidade prisão seu objetivo era chegar aos dutos elétricos da ponte e passar para Moldovan. E de lá para o chão. Depois de saber sobre seus amigos e abastecer de algum dinheiro, um banho, e comida descente. Condenados a morte não eram bem alimentados. Afinal... as razões eram óbvias... deixar de alimentar outro para dar de comer a quem ia ser enforcado de qualquer jeito parecia meio sem nexo para o carcereiro do Tártaro.

Aquele mundo secreto de túneis jazia esperando em eterno silêncio, perturbado apenas pelo guincho ocasional de ratos, o pinga-pinga de algum vazamento e o correr de água distante vinda do reservatório central.

Agora, no entanto, aquela paz escura era quebrada por sons novos e inesperados. Os ruídos de grunhidos, arquejos e arranhões eram fracos a princípio, mas começaram a intensificar-se até ecoarem do buraco do respiradouro para o túnel vazio abaixo. De repente, um braço saiu do buraco para o ar livre. Depois do braço foi a vez de parte de um ombro. Em seguida surgiu o resto do corpo ágil de Filipe Touret. Emergiu pouco a pouco, como um recém-nascido. Contorcendo-se e sacudindo-se como um acrobata, o jovem ladrão conseguiu finalmente libertar-se do cano e caiu numa superfície plana e dura.

Ele ficou sentado, ofegando para respirar, mal sentindo o fedor ao encher os pulmões completamente, pela primeira vez em muito tempo. Olhou para o buraco com ar de incredulidade e um pequeno sorriso travesso estampou em seu rosto emagrecido. – Na verdade, não foi muito diferente de sair do útero da mãe – murmurou. – Céus, que recordação...

Desviou os olhos, estremecendo. Sua pele estava esfolada e os farrapos de sua roupa estavam cobertos de imundície. Tinha as unhas quebradas e ensanguentadas, após rastejar pelos dutos. Levara horas forçando o corpo através do encanamento, horas que pareciam anos. O buraco não caía diretamente para fora em direção ao chão, mas se dobrava contra si mesmo como uma serpente. Vezes sem conta ele se imaginava irremediavelmente encurralado no mesmo cotovelo ou volta de seus intestinos. Contudo, não tivera escolha senão continuar esforçando-se e, no fim, conseguira libertar-se do labirinto. Escapara da cela no Tártaro, e os bons cidadãos de Moldovan não o veriam pendurado na forca hoje... Se pelo menos pudesse lembrar que direção tomar até a ponte que ligava agora as duas cidades.

A Maldição da Colina (NaNoWriMo - 2019) (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora