Elizabeth
Desço as escadas para verificar se o almoço esta pronto.
- Filha - Mamãe se aproxima com uma cara nada agradável - Vocês estão ficando malucos , claro que o Heron irá descobrir que o conde esta vivo.
- Calma , mãe , Vlad esta sob um feitiço que impedi a visão do Heron , sendo assim , ele não saberá que o Vlad esta vivo. - Palavras confiantes penso comigo mesma.
- Isso querida , vamos apenas aceitar a situação no momento. Papai comenta.
Uma hora depois ouço a voz da cozinheira informando que o almoço esta pronto.
Subo as escadas para acordar o Vlad , espero que ele acorde de bom humor.
Bato algumas vezes na porta , mas sem resultado , então resolvo entrar de uma vez.
Vlad permanece dormindo em um sono profundo.
Me aproximo e sento ao seu lado , toco em sua testa e percebo que esta com uma forte febre.
Decido acorda-lo.
- Vlad . Sussurro
Seus olhos se mexem lentamente.
- Vlad , você precisa comer alguma coisa.
Ele abre os olhos e põe uma das mãos sobre a testa.
- Esta doendo? Pergunto.
- Sim... Murmura
- Sua febre esta muito forte , depois que almoçar papai ira da uma olhada em você.
Ele se esforça para levantar .
- Quer ajuda? Pergunto sorrindo
- Óbvio . Resmunga
- Você é um péssimo paciente. Informo
Ele faz uma careta , depois de alguns esforços para levantar e colocar o sobretudo , seguimos para almoçar.
Vlad para enfrente as escadas.
- Chanceller . Grito
- Sim , senhorita.
- Vamos ajudar o Lorde aqui a descer as escadas.
- Odeio suas gracinhas. Vlad resmunga.
- Ora mestre , Lizzy é igualzinha ao Senhor.
Descemos as escadas todos sorrindo , menos o Vlad claro.
Chegamos a mesa , mamãe e papai ja estão almoçando.
- O certo é esperar o anfitrião chegar. Vlad não perdi a oportunidade.
- Se fizer mais um comentário eu juro que jogo esse prato em você. Mamãe me dá medo.
- Calma , vamos todos comer civilizadamente, certo? Olho para o Vlad repreendo-o .
- Certo , senhorita. Ele revira os olhos.
Papai esta na cadeira do centro
Vlad senta na cadeira ao lado dele , eu ao lado do Vlad de frente para mamãe
Chanceller senta ao lado da mamãe com um pouco de receio.
A serva põe os pratos preenchidos com a comida deliciosa , Vlad começa a comer devagar e parece aprovar a comida.
- Quanta delicadeza. Mamãe ironiza
- Mãe. Repreendo-a
- Não sou selvagem. Vlad diz tranquilamente.
A primeira colher que coloco em minha boca sinto uma forte dor em minha cabeça.
Fecho os olhos e apoio minha mão onde está doendo.
- Filha - ouço a voz de papai.- Esta tudo bem?
Abro os olhos lentamente.
- Sim... Sussurro
- Não está bem. Vlad comenta .
Suspiro e os encaro.
- Podem comer sem mim, Com licença . Falo e vou em direção as escadas.
A dor em minha cabeça é o reflexo de tudo que me aconteceu desde do dia em que decidi decifrar a minha história.
Empurro a porta do meu quarto e simplesmente sento em uma cadeira de frente para minha escrivaninha , olho pela janela e sinto lágrimas cairem pelo meu rosto.
Por que estou chorando?
Cansaço apenas.
Até a fome desapareceu.
Passo vários minutos encarando o nada.
Ouço passos lentos adentrando meu quarto .
- Quer dividir essas lágrimas comigo? A voz firme do Vlad me faz encara-lo.
- Acho que estou um pouco cansada. murmuro.
Ele puxa uma cadeira e senta ao meu lado , olha para a janela em seguida , seus olhos azuis me encaram.
- Pode chorar , ja estou acostumado com suas lágrimas , você costumava chorar em meus ombros quando seu pai lhe dava um bela bronca. Ele relembra com um sorriso discreto.
- Eu era tão ingênua , correr para os seus braços, para mim, era a melhor decisão.
- Lizzy...- Seus olhos deviam-se dos meus.
- Não vou mentir , eu estou muito decepcionada com você , o que você fez para me separar dos meus pais, foi cruel. - Suspiro pesadamente.
- Não sou um príncipe encantado , o que fiz foi para lhe proteger , mesmo que de uma forma cruel. Vlad permanece com o mesmo tom de voz calmo.
Encaro a paisagem do jardim pela janela.
Sinto a mão do Vlad acariciando meus cabelos.
- Eu não te odeio. Afirmo - Não consigo te odiar.
- Sabe Lizzy , quando eu vi você pela primeira vez eu senti o espírito da Eliza dentro de você , mas agora eu não sinto , como se ela não estivesse mais dentro de você.
Fico procurando palavras para explicar.
- Ela não está mais comigo. Digo com uma voz rouca.
Olho para o Vlad e ele ergue uma das sobrancelhas.
- Quando usei meu poder para completar a sua ressurreição, o Set me alertou que algo ou alguém havia quebrado um laço comigo.
- E o seu poder? Pergunta cheio de questionamento em seu olhar.
- Não existe mais nada , eu sou uma pessoa totalmente comum agora.
- Impossível. Ele diz assustado.
- É possível , estava escrito no verso daquele livro.
- Como vamos enfrentar o Heron? Vlad mumurra.
- Esta preocupado com o Heron? - O encaro incrédula.
- Claro , você era a única arma que poderia derrota-lo com eficácia.
Olho para minhas mãos
- O que você acha que vai acontecer comigo ? Pergunto baixinho.
- Você vai ficar normal , apenas sem o poder. Afirma.
- Sem importância para você , não é? Essa era pergunta que esta martelando em minha cabeça.
A face sem expressão do Vlad me da um pequeno calafrio.
Ele acaricia meu rosto e se aproxima de mim encostando nossas testas.
- Lizzy , você é minha bonequinha , a Eliza , o poder , nada disso me ligava verdadeiramente a você , o que me liga a você é algo mais forte , algo que eu não consigo explicar. Suas palavras apenas intensificam minhas lágrimas. - Meu medo é o Heron fazer algo contra você.
- Não está mentindo ? Está? Minha voz sai amarga.
Vlad se afasta e para minha surpresa ele ajoelha-se virando minha cadeira de frente para ele.
Olho incrédula para a cena a minha frente.
Mesmo ajoelhado Vlad consegue ficar na mesma altura que eu estou sentada.
Ele põe suas mãos em minha cintura.
- Eu não estou mentindo , Lizzy, cada palavra que eu disse é verdadeira , eu preciso de você, perdão por ter sido um monstro para você. Sinceramente estou surpresa.
- Eu perdou você , mas precisava ficar de joelhos? As lágrimas deram lugar uma pequena gargalhada.
Ele sorri do jeito lorde dele.
- É assim que um cavaleiro da ordem sagrada demonstra compromisso com algo ou alguém , senhorita Elizabeth.
- Cavaleiro da ordem sagrada? Pergunto sem entender.
- Se não posso combater o Heron como conde Dracula , irei combate-lo como San Valérios.
Não consigo conter os risos.
- Agradeço se parar de sorrir. Resmunga o belo cavaleiro.
- Qual a sua estratégia ? Pergunto diretamente.
- A ordem sagrada é mais poderosa do que possamos imaginar , com a ajuda dos monges conseguiremos uma forte aliada contra o Heron.
- Mas , você e a ordem sagrada não são inimigos?
- Sim, mas eu posso oferece-los a chance de retomar o controle da Transilvânia.
- E ao lado deles você pode derrotar Heron e tomar o controle da Transilvânia como cavaleiro da ordem sagrada. Completo
- Exatamente.
- Como você vai encontra-los ? Pergunto
- Tenho alguns contatos com a ordem.
- Você não tem jeito. Digo sorrindo - Vlad, você quer voltar a ser o Conde Dracula? .Estava com receio de perguntar tenho um pouco de medo do Dracula.
Vlad fica pensativo por alguns segundos .
- Sim , eu quero ter a minha imortalidade de volta , ser mortal é um pesadelo. Ele responde decidido.
- Foi o que eu pensei. Comento um pouco desapontada.
- Por que a pergunta? Ele ergue uma sobrancelha.
- Por nada, é que para ser sincera , eu tenho medo do Conde Dracula. Minhas palavras saem baixas assim como o meu olhar cabisbaixo.
- Medo? Eu nunca faria nenhum mal a você Lizzy .
- Eu sei disso . apoio minhas mãos em seu rosto. - Acho melhor você deitar.
- Sim , senhorita, e sobre o seu poder , não preocupe talvez ele volte.
- Esta bem . Vlad sai do meu quarto andando lentamente, volto minha visão para a janela.
- Eu prefiro um cavaleiro do que um conde. Murmuro.
Não morri galera 😊😂
Volteiii
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The castle
FanfictionTransilvânia ano 1890 Elizabeth é uma jovem de 19 anos que passou quase metade de sua vida longe de seu pai Victor Frankenstein Em busca de resposta sobre os mistérios que envolve sua vida ela decide retornar a sua terra natal,a Transilvânia. Eliza...