Capítulo 17

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Elizabeth*

Meu corpo insiste em permanecer na cama, depois do pesadelo sempre sinto um peso dentro de mim, abro os olhos e vejo pequenos e resistentes raios de sol invadirem o quarto.

Enrolo-me novamente nos lençóis e sinto o doce aroma do perfume de Drácula.

Aquele beijo poderia ter durado mais, mas isso so iria me machucar.

Ergo-me  da cama e vou em direção ao banheiro , depois de um banho demorado saio e faço minha higiene matinal, troco de roupa de preferência coloco meu sobretudo verde-escuro, calças e botas, prendo meu cabelo em um simples rabo de cavalo.
Abro a porta do quarto e ouço notas de piano ecoando pelo Castelo, sigo som e chego ate a sala principal do Castelo onde Lady Joliet está tocando divinamente o piano.

Aproximo-me lentamente para não atrapalhar.
Sento-me em uma poltrona de frente para ela.
Joliet cessa as notas e olha para mim com um sorriso gentil em seus lábios.
  - Bom dia querida. Fala com sua voz mansa
  - Bom dia Lady Joliet.
  - Como esta se sentindo?
  - Estou melhor agora.informo
  Ela levanta e senta em uma poltrona ao lada da minha.
  - Drácula praticamente nos expulsou do seu quarto ontem. Comenta
  - Desculpe por incomoda-los. Digo baixinho
  - Ora essa Lizzy você é a salvação dos meus dias. Ela segura minha mão.
  - Lady Joliet posso lhe fazer uma pergunta?.
  - Quantas quiser.
  - A senhora conhecia bem a Eliza?
  Lady Joliet sorri de forma pensativa.
  - Eu a conhecia muito bem Lizzy, ela era assim como você,ela e Vlad se conheceram ainda muito jovens e tornaram-se amigos, Vlad tornou-se um cavaleiro famoso por suas vitórias e por seu modo bruto de agir em batalha, mas Eliza tornou-se uma mulher pacífica e com grande influência na côrte, com a convivência os dois acabaram se apaixonando e logo depois casaram-se e foi ai que Vlad descobriu que Eliza possuia um poder que nem mesmo sua familia compreendia.
  - Mas aonde Heron aparece nesta história? Pergunto
  - Heron sempre foi o rival do Vlad, ao descobrir sobre o poder maligno de Eliza ,Heron contou aos líderes da ordem sagrada que não pensaram duas vez antes de eliminar o mal pela raiz. Suas palavras saem amargas.
  - E o que Vlad fez?
  - Tudo o que você pode imaginar  para proteger a Eliza, mas o pior aconteceu, desde desse dia Vlad tornou-se o que é hoje, um ser que até eu sendo sua tia e madrinha tenho medo de suas atitudes.
  - Sabe Joliet, sempre ouvi sobre todas as barbaridades que Drácula ja fez e ainda faz, mas não consigo odia-lo. Digo cabisbaixa.
  - Lizzy suas palavras são as mesmas da Eliza, mas devo alerta-la ja que não é mais uma criança, Drácula não tem sentimentos por ninguém, tudo o que ele faz é para seu próprio prazer.
  - Eu estou começando a perceber isso Lady Joliet, mas meu coração não consegue aceitar. minha voz sai como um lamento.
  - Querida eu sei o que é isso, mas as atitudes de Drácula perante o conselho não tem sido nada favoráveis, receio que essa revolta possa sair de seu controle.
  - A senhora tem medo do que pode acontecer com ele?
  - Sim...., o que falta para o Drácula é compaixão, mesmo que sejamos vampiros nada pode mudar o que somos de verdade, o Vlad não era assim , os anos que viveu com Eliza o tornaram um homem explendido, mas a maldade infelizmente tormou conta do meu sobrinho.
  - Eu sinto que em alguns momentos Vlad aparenta algum compaixão, mas seus instintos sempre o levam a brutalidade. Digo ainda segurando sua mão com delicadeza.
  - Você é tão gentil Lizzy e é por isso que você é minha esperança.
  - Não estou entendo Lady Joliet. Digo realmente confusa com esse rumo da conversar.
  - Elizabeth, eu imploro a você mesmo que Drácula seja esse homem perverso, não desista dele. Fico assustada com esse pedido.
  - Joliet, se algo acontecer com ele, será consequência de seus atos, por mais que me doa dizer isso.
  - Eu sei querida, mas não desista dele está bem?
  - Sim. Joliet me deixou assustada com essa conversar, talvez seja apenas uma preocupação de tia.
  - Elizabeth se quer saber mais sobre a Eliza ou até mesmo sobre o Vlad, pergunte para ele.
  - Mas será que ele vai me dizer algo?Pergunto.
  - Claro que sim com esse seu jeitinho meigo você vai conseguir fazer com que ele conte algo. Ela da uma piscadela para mim.
  - Se você está dizendo eu vou perguntar.
 
  Meu estômago denúncia a minha fome.
  - Bem, acho melhor comer algo . Joliet sorri divertida.
  - Também acho . Digo Levantando da poltrona deixando a sala e seguindo para a cozinha.
  Depois do café da manhã decido ir para o laboratório conversar um pouco com papai.
O encontro imerso em seus livros de ciências.
  - Atrapalho? Pergunto aproximado-me dele.
  - Claro que não querida. Seu sorriso cansado me deixa mais aliviada depois de uma noite turbulenta.
  - Como você está? Pergunta
  - Bem, foi apenas um sonho ruim.
  - Entendo.
  - Pai, sei que não fala muito sobre isso , mas você tem alguma notícia da mamãe?
  Papai arrelaga os olhos e devia o seu olhar do meu.
  - Filha, não tenho nenhuma notícia de sua mãe desde daquele dia à dez anos, mas fique tranquila um dia estaremos todos juntos novamente, acredite nisso. As palavras de papai saem mais como afirmação do que como uma simples esperança.
  - Eu também quero acreditar nisso papai. Dou um abraço desajeitado nele que retribui de forma meiga.
  - A esperança é a última que morre filha.
  - Isso mesmo papai. Confirmo com entusiasmo.
   Depois de para o laboratório vou ate a biblioteca ler alguns livros para passar o tempo
A conversar com Lady Joliet esta martelando em minha cabeça.
Sempre ouvi histórias sobre o quanto o povo sofria nas mãos de Drácula , mas para mim ele sempre foi um símbolo de proteção.
Isso me deixa confusa.
Não consigo odia-lo.
Dizer que o amo é como uma facada em meu peito pois sei que será impossível para ele retribuir o que sinto por ele.
E ainda tem essa angústia por falta de notícias da mamãe.
Só gostaria de ter a minha família reunida novamente e que podemos viver em paz.

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