Décimo Segundo

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Mark ainda não conseguira acreditar no que ouvira naquela tarde. Depois de Richard mencionar a palavra "vampiro", o seu cérebro desligara-se. Amelia olhara para o noivo durante toda a conversa, exceto alguns olhares fugazes para Mark, do qual se desviava rapidamente.

Quando Richard acabou de falar, Mark permaneceu em silêncio, tal como acontecera durante toda a conversa que parecera mais um monólogo. Após respirar fundo, olhou para Amelia.

- Como posso saber se o que dizem é verdade? – perguntou.

Amelia apertou os lábios e deu um passo em frente.

- Como Richard disse, ele é o único e primeiro humano a viver entre os vampiros – explicou Amelia, claramente adiando o que teria de fazer – O que quer dizer que eu própria sou uma vampira.

- Deduzi isso – disse Mark – Mas quero provas.

Richard olhou para Amelia, levantando as sobrancelhas. Esta suspirou, concordando. Fechou os olhos, concentrando-se. Quando os abriu novamente, o seu tom de verde aumentara, transformando-se em luz pura.

Mark levantou-se, em choque. Além dos olhos brilhantes, desta vez, notou outras mudanças. A sua tez transformara-se num tom branco acinzentado e várias marcas parecidas com cicatrizes surgiram na sua pele, sendo que estas não se encontravam lá anteriormente.

- Como é isto possível? – questionou Mark, não acreditando no que via.

- Essa é uma longa historia – alegou Amelia, fechando os olhos outra vez e fazendo as transformações desaparecerem.

- Isto não te perturba de nenhuma forma? – perguntou Mark, dirigindo-se a Richard.

- Não, eu cresci entre vampiros, para mim é normal. Saber que há pessoas que não se transformam em vampiros, isso sim é estranho – confessou Richard.

Mark riu-se, incrédulo, passando uma mão pelo seu cabelo.

- Eu... eu tenho tantas perguntas. Quer dizer, vampiros são reais? Então significa que outros seres que pensamos serem invenção e lendas também podem existir?

- Que eu saiba só existem vampiros – comentou Richard, olhando para Amelia.

- Nunca ouvi falar de outros seres a não ser vampiros – informou Amelia – Mas as lendas poderão ter um fundo de verdade, alguns vampiros antigos tinham poderes bastante estranhos.

- Como assim? Poderes, que poderes é que existem? – perguntou Mark curioso.

Estava tão ansioso que atropelava as palavras. Acreditava que nunca estivera mais perto de começar a hiperventilar.

- Essa é uma história complicada. Mas atualmente os vampiros têm todos o mesmo tipo de poderes: velocidade, força, o aumento de todos os nossos sentidos ou persuasão. A intensidade destes é que varia pela nossa personalidade – esclareceu Amelia – A idade também pode influenciar porque ao longo dos anos a força dos poderes aumenta, se bem que a partir de uma certa altura começa a diminuir de novo.

- E quer dizer... Alho, aquilo de não poderem caminhar ao sol? Água benta, cruzes e coisas do género... Isso é real?

- Nem por isso – explicou Richard.

- Apesar que a lenda de não podermos caminhar ao sol tem um fundo de verdade – acrescentou Amelia – Quando nos transformamos, a nossa pele fica mais clara e suscetível a sofrermos um escaldão em poucos minutos. Mas assim que saímos do sol, curamos rapidamente. O melhor é não arriscar. De qualquer modo, nunca ouvi falar de um vampiro que tenha morrido por longa exposição ao sol.

Barbastella - A Origem [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora