Ao ouvir o toque insistente da campainha, Rosie largou relutantemente os seus cadernos de música. Estava sozinha em casa, então teria que ser ela mesma a abrir a porta. Caleb e Mark tinham ido até ao NewScot, enquanto Richard, novamente, fora ter com Amelia. No dia anterior, este havia voltado encharcado do Vale, graças à chuva e ventos fortes. Eles eram noivos, mas isso não significava que tinham de passar todos os dias agarrados!
Após a campainha tocar mais uma vez, Rosie, já enervada, levantou-se para ir abrir a porta. Quando o fez, só não deu um estalo na cara da pessoa que se encontrava na sua frente, porque se conseguiu controlar muito a esforço.
- Hans? – estranhou Rosie, vendo o vampiro de cabelos brancos na sua frente – O que é que queres daqui?
- Bom dia, Rose – cumprimentou-a Hans, com um pequeno sorriso – Como estás?
- Já disse mil e uma vezes que é Rosie, não Rose – exclamou Rosie, exasperada – Dizes-me o que queres agora, ou tiro-te daqui para fora ao pontapé!
- Está bem, desculpa – disse Hans, levantando as mãos – Posso ao menos entrar?
Rosie continuou a olhar para Hans com a mesma expressão, não tendo intenções de o deixar entrar na sua casa. Hans suspirou, tentando manter a calma, para fazer aquilo que tinha ido ali fazer.
- Então vou direto ao assunto – disse, colocando as mãos nos bolsos do sobretudo preto que trazia vestido – Soube que Mark se mudou para vossa casa. Como ainda não tivemos nenhum verdadeiro jantar em família, pensei que nos podíamos juntar todos.
Rosie inclinou a cabeça, pensando que, das duas uma, tinha ouvido mal ou estava a alucinar. Ficou sem palavras durante alguns segundos, em estado de choque. "A audácia deste Matusalém do infernos!", pensou, ainda sem saber o que lhe dizer.
- Peço desculpa? – acabou por dizer, com um tom bastante agressivo na voz.
- É assim tão difícil nos juntarmos todos? – perguntou Hans, juntando as sobrancelhas e fazendo uma expressão desiludida. Aquilo a que ele tinha de se sujeitar... – Elisabeth está muito triste por quase nunca comparecer aos eventos de família.
- Elisabeth é sempre bem-vinda – explicou Rosie, secamente – Desde que não te traga a ti atrás dela.
- Sabes bem que ela quer sempre que eu a acompanhe.
- Sim e vieste aqui fazer-me esse pedido pelo puro amor que tens a ela – disse Rosie sarcasticamente e rolando os olhos.
- Não sabes nada sobre mim! – exclamou Hans, fechando a expressão.
- Não sei mesmo – concordou Rosie – Por isso é que não confio em ti. E também porque não vou com a tua cara de idiota que acha que é mais inteligente do que os outros.
Hans riu-se, baixando a cabeça.
- Eu estou a tentar agir de forma simpática. Quero marcar um jantar para unir toda a nossa família. Porque não podes dar o braço a torcer, por uma só vez que seja?
- Ah, agora a culpa é minha? – perguntou Rosie, colocando a mão no peito. "Não o mates, não o mates."
- Estou até disposto a deixar que organizes o jantar e o dês aqui na tua casa – explicou Hans, relutantemente.
- E convidar o demónio para o meu lar? Não me parece...
- Não sairei da tua vista toda a noite. Chegarei na hora exata do jantar e sairei mal ele acabe – propôs Hans, notando que Rosie começara a ponderar a ideia – Vá lá! Por Elisabeth, por Mark...
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Barbastella - A Origem [COMPLETO]
VampireVencedora do Wattys 2021 na categoria Mistério e Suspense! Numa vila perdida em plena Escócia, o choro de um bebé corta a noite acompanhado pelo terror de uma nova realidade. Décadas passadas, Mark Henderson descobre ser adotado e decide partir em b...