Capitolo XVIII

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— Dio santo, me ajude... Estou entrando numa toca de leões que protegem seu maior tesouro, a minha Capuleto.

Fui saltando em péssimas condições o muro do jardim da casa dela, e fui quase me arrastando pelo jardim. Pra piorar começa a chover, no meu caso acho que ajuda, pois os guardas ficam mais dentro da casa.

A varanda dela, as portas do seu quarto abertas, pareciam já estar abertas para me receber. Onde Julieta vive é cercado por luz, talvez, ela mesma seja a luz do lugar. Havia uma piscina abaixo de sua varanda e tinha como escalar sua varanda, porém estava meio escorregadio, mas, minha vontade de estar aos braços dela, superou quaisquer perigos de cair. Cheguei na varanda suspirando forte, e respirei fundo.

Preferi bisbilhotar primeiro, pra ver o que fazia, ela conversava com sua governanta.

— Está chovendo... Ela não virá! - Olhou em direção da varanda decepcionada. — Vou ficar na varanda a esperá-la.

— Tome cuidado menina!

Nisso que eu a vi vindo, me escondi, queria fazer uma surpresa a ela.

— Giulietta... Não sabe o perigo que é, te desejar... Te ter comigo. Talvez seja melhor mesmo que não venha, por mais que meu corpo queira muito sentir suas mãos em mim.

A chuva estava intensa lá fora, assim como a minha vontade era intensa de ser inteiramente dela. Coloquei minha mão no peito, meu coração acelerou... Ao ouvir seus pensamentos em voz alta. Vi um sorriso inocente e ao mesmo tempo um olhar distante.

— Julieta.. Estou aqui... - Quando ia encostar no braço dela, ela cai da sacada e diretamente na piscina. — JULIETA!

O barulho da chuva abafou meu grito, ela nem teve tempo de gritar, e eu não tive tempo nem de pensar, pulei também na piscina, mesmo toda machucada e dolorida.

Ela veio até a superfície respirar, e me viu nadando até sua direção.

— Julieta! Se machucou? - Quando estava já próxima dela.

Julieta ficou sem palavras, estava em choque... E só soube dizer...

— Você veio... Nessa chuva, por mim? - Sua expressão era de alegria e preocupação. 

— Claro... Precisava ver esse sorriso mais uma vez.

A babá dela escutou o nosso barulho e apareceu na varanda meio impaciente.

— Subam logo, antes que peguem vocês! Eu trouxe toalhas para se enxugarem. Quanta imprudência vocês duas!!

Saímos da piscina, Julieta estava numa camisola que deixava suas curvas transparentes, fiquei a admirá-la caminhar na minha frente, e ela não sabia olhar pra frente, estava também a me olhar, eu estava totalmente apaixonada essa mulher.

— Senhorita Tolomei! Estás toda machucada... O que te fizeram meu amor... - Julieta tocou nos meus ferimentos com cuidado, começando a chorar. — É tudo culpa minha... - Encostou sua testa na minha, se lamentando por minha desgraça.

Julieta dizia isso conosco estando já enroladas na toalha que a Celestina havia nos dado. Celestina se retirou toda sorridente e ao mesmo tempo preocupada com meu estado.

— Não foi sua culpa... Vim para ser cuidada por você.

— Pode parecer loucura dizer isso... Mas, talvez seja a primeira e também última vez que possamos ter momentos assim..

— Diga meu anjo... Diga!

— Eu te quero tanto, que chega a doer! Não consigo entender porque há tanta certeza em mim do que sinto! - Chorou em meus braços, e nisso fui beijando suas lágrimas, instintivamente beijava seus ombros, afastando sua camisola aos poucos do seu belo corpo. — O que está fazendo?

— Me curando em teu corpo... - Comecei a tocá-la com certo desespero de senti-la...

Fui apertando minhas mãos em sua cintura, e o corpo dela se rendendo lentamente a mim...

— Então... More em mim essa noite. - Disse se afastando, indo em direção a cama, tirando meio tímida o que faltava para ser descoberto dela aos meus olhos.

AS JULIETASOnde histórias criam vida. Descubra agora