- Julieta... Capuleto... - Continuava ajoelhada, olhando cada movimento do carro partindo.
- Pare de martirizar isso, pobre menina Tolomei... - Colocou uma mão no rosto, desacreditada com meu estado perplexo.
- Nana... Eu não quero mais ir a Universidade, não quero ser melhor do que ninguém! Só quero que acabe isso!
- Isso? O quê?
- O ódio! Talvez eu e Julieta se unindo, não sei... Possamos trazer paz para nossas famílias.
- Giulietta! Pare! Olhe o que está falando... Você odiava essa família com todas suas forças até hoje mais cedo! E agora está querendo paz?
- Me deixe em paz NANA!
Eu estava a chorar incontrolavelmente, como pode o destino brincar tanto assim, com a vida de alguém?! Santo Deus!
- MALDITO DESTINO! MALDITO É!!!
Fiquei na varanda de meu quarto, refletindo, chorando, escrevendo em rascunhos a minha indignação, tomando uma bebida forte.
"Ela ensinava os pássaros a cantar, as tochas a brilhar... Como pude eu?! Cair num jogo sujo dos Capuleto? E me apaixonar justamente por Julieta... Alguém me diga que não és ela!"
"Ela com sua tonalidade de pele, fazia o sol se engrandecer ao penetrar aquela seda em forma de pele, tão fina... Modesta, Julieta Capuleto não és um monstro, és uma divina Deusa."
- Senhorita Tolomei... Seus pais chegaram, e receio que não deva falar nada a eles! Pelo seu bem...
- Irei ter de continuar a ser aquela odiosa mulher? Como podemos mudar assim Nana? Em nome de uma só pessoa, em menos de vinte e quatro horas?
- Ahh minha dolce menina, só o tempo que poderá te responder, agora vá até seus pais! E boa sorte...
Fui caminhando de cabeça abaixada, querendo chorar, mas segurei minhas lágrimas, pois terei que agora mentir à respeito de meu ódio aos Capuletos, parece que agora eu os amo... Os amo, em nome de Julieta!
Esse é o castigo para quem foi treinada com ódio nas refeições desde pequena, pra agora amar o inimigo como se não houvesse amanhã.
- Giulietta! Poderia me explicar... Essas imagens?
Papa me mostrou fotos minhas, agredindo meu professor, e fugindo à cavalo da Universidade de Harvard com a Julieta Capuleto. Papa jogou o Tablet dele na minha cara.
- SUA INGRATA! ÉS ASSIM QUE QUERES MANTER NOSSA REPUTAÇÃO? E O QUE FAZIAS COM A CAPULETO?!
- Eu não sabia... Papa, que era ela, te juro pela minha vida, per favore papa! Não me castigue! E o senhor havia dito que ela sabia quem eu era, Julieta não fazia ideia de quem eu era também!!!
Me segurei para não chorar, meu pai não gosta de pessoas fracas na família, ele diz que chorar é uma fraqueza, que os Tolomei jamais podem demonstrar a ninguém, principalmente ao inimigo.
- Como não sabia?!
- Não! Não sabia papa! Pergunte a Nana! Ela viu tudo! Perdonami! Nunca mais irá repetir isso, te prometo! E agora que eu sei quem és ela, irei bolar um plano papa, de acabar de vez com a família dela, sendo amiga do nosso inimigo, o que acha?
- Pensando bem.. É uma ótima ideia, você é tão inteligente minha filha, me dá tanto orgulho. Então seja amiga dessa ordinária Capuleto, e a seduza filha... Está em suas mãos a nossa vingança. Agora vá. Divirta-se por aí, gaste o nosso dinheiro com você, e ponha em ação seu plano de sedução...
- Ti amo molto! - Beijei o rosto de meu pai, e sorri alegremente.
Corri até meu quarto e tornei a escrever aos meus rascunhos... A senhorita Capuleto não saía de mim.
"Necessito urgentemente ouvir aquela voz, sentir aquela respiração e ouvir o som daquelas risadas mais uma vez...".
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AS JULIETAS
RomanceO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?