— Mas o que é isso frente a Universidade?
— São... Jornalistas...
— E agora? - Olhei tentando ver o que eles tanto queriam ali.
Era a Julieta... Que estava sendo entrevistada. Pedi o motorista para ficarmos um tempo parados ali, pra eu poder admirá-la, por sorte o vidro do carro era escuro. Sua expressão estava abatida, respondia as perguntas que eram feitas a ela, mas, via certo desconforto.
— Senhorita Tolomei, aquele ali não é o seu primo? - Disse apontando o dedo, ao vê-lo sair do carro dele um pouco longe de nós.
— O que ele pensa estar fazendo? E por que está indo em direção a Julieta com tanta pressa?!!
— Melhor ir lá...
— Não posso me expor... Senão irá gerar mais problemas.
Quando vejo aglomeração e tumulto em volta... O meu motorista falou o que eu imaginei que poderia acontecer.
— Seu primo... Bateu na cara da senhorita Capuleto! Deve ir lá!
— BASTARDO! - Na hora sai do carro, e fui empurrando todos que estavam a minha frente, peguei meu primo pelo braço. — VENHA EMBORA, AGORA!
Julieta foi protegida pelos seguranças da Universidade, e, eu nem pude me aproximar, perguntar como ela estava. Mas, podia imaginar a humilhação que passou agora pouco...
Dei um tapa na cara do meu primo, no canto que eu o arrastei, longe dos jornalistas.
— O que deu em você? Está fedendo a bebida!
— Ela... Aceitou o pedido de casamento daquele bastardo Varsini! E tive que tomar uma atitude no seu lugar, pois, vi como você ficou hoje mais cedo com a notícia do casamento, ela é uma VADIA!
— CALADO! Você percebe a merda que fez agora? Sei que foi pra me defender, mas, agora irão vim atrás de nós, especialmente VOCÊ!
Ele começou a chorar, acabou me empurrando pra longe dele e gritou comigo.
— SUA INGRATA! FOI PELA HONRA DE NOSSA FAMÍLIA QUE FIZ ISSO! PELO AMOR QUE SINTO A VOCÊ PRIMA!
— Santo dio... Agora inicia-se uma guerra... - Coloquei minhas mãos na cabeça em desespero e começo a chorar.
Meu primo saiu linchando o pneu, e eu entrei pelos fundos na Universidade, onde não se tinha muita gente, admito estar envergonhada pelo meu primo.
Quando ia caminhando pelos corredores, vejo algumas pessoas me olhando, continuei a caminhar com a cabeça inclinada pra cima, o sinal bateu pra início da aula, e nisso surge monte de gente, nem sei da onde surgiu tantas pessoas, quando uma delas passou por mim, deixando um papel na minha mão.
"Se encontre comigo na capela da Universidade"
Tentei procurar se era a Julieta que me mandou isso, ou, se era outra pessoa. Não pensei duas vezes e fui até essa capela.
— Olá? Julieta... Se for você...
— Não... Não é ela! - Surge uma senhora das sombras ali do altar da igreja.
— Quem é a senhora?
— Sou a babá dela... Julieta foi embora daqui, após a humilhação que passou.
— Ela que te mandou aqui?
— Não. Eu vim... Porque preciso da sua ajuda senhorita Tolomei.
— O que quer de mim?
— Julieta foi obrigada a aceitar o pedido... O pai dela é perigoso como deve saber, e se aliou a pessoas mais perigosas ainda. Ela deseja você Giulietta, o amor dela é inteiramente teu, isso eu te garanto. - Sorriu gentilmente.
— O que devo fazer? - Eu a olhei preocupada.
— Vá até ela de noite... Passe a noite com ela, senão até eu irei achar que você é inimiga dela, pelo que aconteceu hoje... Julieta pensa que foi obra sua, e eu queria olhar nos seus olhos para ter certeza.
— Teve certeza de que foi obra minha? - Meus olhos estavam querendo transbordam em lágrimas.
— Não... Temo que o pior aconteça a sua família, se proteja menina. Posso dizer a Julieta, que vai até ela?
— Sim! Irei até ela... Grazie por isso, e peça desculpas por mim pelo que ocorreu hoje.
— Direi. Com licença senhorita Tolomei. - Beijei a mão dela, como forma de agradecê-la mais uma vez, por estar querendo nos ajudar.
Pelo menos uma pessoa nos quer juntas... Não tive nem cabeça pra ir assistir aula, e liguei pro meu motorista me buscar na praia, eu iria andando até lá.
Fui caminhando distraída pela calçada, indo por locais menos movimentados, para não chamar atenção de ninguém, porém, chamou atenção de quem eu menos queria... Os Varsini e Capuleto por perto.
— Ora ora... Senão é a corajosa Tolomei... - Disse o primo de Julieta, havia dois da família Varsini com ele.
— Pode me matar se quiser... Mas, não tive nada com que aconteceu a Julieta!
— Quem disse que vim matar você? Quem vai morrer será seu primo, pois, você só irá ser uma lição pelo atrevimento que tiveram de pôr os dedos na filha do meu tio!
Somente ele veio pra cima de mim, os outros dois ficaram filmando, eu apanhar dele, e eu não me defendia, podia muito bem me defender, mas, eu não queria guerra... Apanhei a ponto de ficar caída e desacordada no chão, mijaram em cima de mim no final zombando de mim...
Fui socorrida minutos depois por pessoas que passavam no local, meu motorista foi avisado de que eu estava há duas ruas antes de chegar na praia.

VOCÊ ESTÁ LENDO
AS JULIETAS
RomantikO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?