Capitolo XXII

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(Julieta Capuleto Narrando):


— Mamma...


— Tu sei una filha desgraçada!! - Ela esbofeteia meu rosto, e eu fico sem entender nada.


— Mamma!! Pare! - Segurei nos pulsos dela, e comecei a chorar.


— Com quem?! Me diga! Foi alguém de Harvard? 


— O que fiz?


— Eu sei já a verdade... Sei que agora não é mais virgem!


— Eu não sei nem o que te dizer... - Falei num tom decepcionado.


— Irei deixar passar essa... Não contarei pro seu pai, se me disser que decidiu se vai ou não se casar com o filho dos Varsini.


— Eu não posso aceitar mamma... Nossa família está em guerra, não tens compaixão?


— Houve boatos também de que você está de romance com a filha dos Tolomei, isso é verdade Julieta?


— E se for? Vai me matar? Eu sou filha única... E, sua gravidez foi de risco comigo, vocês só tem a mim como herdeira.


— Sua putana! - Ela ia me bater novamente e eu simplesmente dei o rosto pra ela bater.


— Quer bater? Vai em frente! O que sinto por ela não vai mudar nem com você me batendo!


— Não fale mais comigo... Não tem mais mãe e pouparei seu pai disso, coitado.

— COITADINHOS DE VOCÊS DOIS! Vocês me veem como propriedade de vocês e nunca como uma filha, nunca recebi seu amor mãe e muito menos do meu pai, se eu sou essa mulher hoje de coração puro é porque não segui os passos de vocês! E me orgulho disso, porque eu e a Giulietta estamos prestes a pôr fim nessa guerra JUNTAS, com o nosso amor!


Minha mãe enfurecida saiu da sala privada que havia me levado, e eu sorri com minha vitória triunfal sobre o preconceito e abuso de autoridade dos meus pais sobre mim, Giulietta me deu essa força, o amor dela... Preciso ter notícias do meu amor, senão vou enlouquecer.

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(Giulietta Tolomei Narrando):


Fui até a praia de Verona, aonde me disseram que se encontrava o primo de Julieta, eu estava com um cigarro entre meus lábios.


O corpo do meu primo permaneceu ali exposto nas areias, pois eu sabia que os Capuletos subornaram a polícia de Verona, pra que eu visse a humilhação... E  o sangue frio dos Capuletos.


Havia diversos tiros em seu corpo, eu o abracei firme e chorando, gritando naquelas areias silenciosas, parecia que eu estava num deserto... E só ouvia o barulho do mar.


Quando ouço barulho de alguém se aproximar.


— Você veio... Eu sabia que viria se vingar por seu primo! Sua disgraziata! - Cuspiu próximo de mim.


Eu fui me levantando devagar, para encará-lo. E respirei fundo para não atirar nele e acabar logo com aquilo, pois quando olhei pra ele, lembrei de Julieta...


— Senhor Capuleto, como pôde ter feito isso ao meu primo? Só tens ódio no seu coração...


— Non! Ele desonrou a minha família, a minha prima!


— Conheces o amor? Eu amo o seu sobrenome agora... Por favor, não faça mais guerra! Dê amor! Abrace-me e confinemos a paz!


— NON! EU QUERO QUE VOCÊ DUELE COMIGO! Quero que me desafie agora!


— Não irei fazer... Por mais que mereças... Pois eu amo a Julieta Capuleto! AMO OS CAPULETO!


Eu estava chorando... Quando o meu Comandante apareceu de surpresa na praia, e fez com que ia atirar nele, e nisso rapidamente entrei na frente do primo de Julieta, e o tiro pegou no meu peito direito... Caí feito uma pedra ao chão.


Não pensei duas vezes... Para salvá-lo.


— GIULIETTA!!!!!!! NÃOOOOOOOOOOO!  - Gritou meu comandante.


Eu via tudo embaçado... Minha visão estava a escurecer, teria eu partido para o outro lado da vida? Pois eu ainda conseguia ouvir lentamente as batidas do meu coração, e sentia ir parando aos poucos...


O que será de minha amada agora? Ao saber dessa terrível notícia... Será que eu morri pra demonstrar o meu amor por uma Capuleto ao mundo, e agora imortalizar a nossa história de amor?


— GIULIETTA NÃO FECHA OS OLHOS! SUA ESTÚPIDA POR QUE ENTROU NA FRENTE DO SEU INIMIGO????!


Eu conseguia enxergar a expressão de susto do Ulisses Capuleto ao ver o que eu tinha feito, ele saiu correndo dali. E o ouvi dizer ao meu Comandante.


— Vou chamar a ambulância! NÃO DEMORAREI!


— Giulietta! Giulietta! Responda! Consegue me ouvir?


Balancei a cabeça afirmando que sim, e ele pedia para não fechar os olhos, até que não aguentei... E descansei... Os olhos...

AS JULIETASOnde histórias criam vida. Descubra agora