(Julieta Capuleto narrando):
— Veja o que está passando... Menina...
"A senhorita Tolomei cometeu um ato de bravura hoje pelas ruas de Boston, ao salvar a prima de segundo grau dos Capuleto, seria um ato de paz? Ou, a nossa heroína não sabia mais uma vez quem era a dama que salvava? A jovem da casa Capuleto ficou derretida aos braços da Tolomei, será que estão tendo um caso? A Tolomei é uma galanteadora natural."
— Desligue isso agora! Como minha prima Aurora, podê fazer isso a mim?!
— Talvez porque a senhorita não tenha falado sobre seus gostos, e oficializado nada com a sua amada Tolomei, sua amada é livre.
— Você viu como a Tolomei permitiu a aproximação de minha prima oferecida? Ambas são cúmplices!
— Minha menina, e se a Giulietta vier?
— Ela não ousaria pisar aqui... - Olhei pensativa da varanda, dando as costas a minha babá, dei um sorriso bobo de lado.
— Consigo ver seu risinho de prazer ao saber da possibilidade dela vim... Bom, comece a se arrumar, você será a atração principal da casa.
— Infelizmente eu sou... Irei me fantasiar de anjo.
— De anjo? - Me olhou confusa.
— Representando a inocência, que a minha senhorita Tolomei disse a mim na biblioteca, que falo como um anjo.... - Sorri toda boba.
— Não me pareces mais chateada com ela...
— Confio nela, ela tem princípios... É notável.
Celestina sorriu aliviada, e saiu do quarto me deixando a sós comigo mesma, dando tempo pra pensar um pouco nela... Somente nela.
Como queria que Giulietta viesse galopando como uma verdadeira amazona selvagem e eu a visse da minha janela chegando, para declarar seu amor por mim... Mas, isso só vemos em filmes, histórias. Como sou ingênua e tola... (Ri sozinha, me olhando ao espelho, passando maquiagem)
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(Giulietta Tolomei narrando):
— Tens noção da guerra que começou por bancar a heroína feminina?
— Tenho, e será meu problema, não de vocês. E você tentou dizer, feminista... - Olhei pro meu primo e meus outros amigos. Meu primo era como um irmão e como minha melhor amiga a Nana.
— Jamais te deixaremos. Juntos somos mais fortes. E sim isso mesmo feminista! (Risos) - Me abraçaram. - Devemos nos arrumar pra irmos à festa dos Capuleto sanguinários.
— Vocês também irão? - Olhei curiosa e séria ao meu primo.
— Lógico, perder um baile desses?
— Vão com fantasias que escondam bem os rostos de vocês. Agora me deem licença preciso me arrumar.
O que eles não sabiam é que eu iria antes deles, a cavalo, no meu diamante negro, fantasiada de Amazona Diana. Com um capacete em forma de uma cabeça de gavião, na intenção de confundir meus traços, porém há um traço meu que Julieta conhece melhor do que ninguém, os dos meus lábios... Afinal quando conversamos na biblioteca aquela vez, só olhava para eles no momento em que eu falava com ela.
Fui ao encontro do meu cavalo nos estábulos, e veio correndo até mim, eu iria atrás de Julieta, e seria agora mesmo... Nesse instante! Sem ninguém saber.
Irei de me declarar a ela, minha alma anseia por isso... Olhar naqueles olhos intensos que transmitiam leveza, fizera que eu me sentisse pronta para me adentrar ao paraíso, Julieta não me rejeitaria se eu me colocasse aos seus pés... Esquecerei até meu sobrenome, se ela dizer que me ama também! Esqueço que até que já conheci alguém antes dela! Sinto uma vontade insana de gritar aos sete ventos... Que sou apenas um tolo ser vivo que se encantou perdidamente por uma deusa... A deusa que acalentou meu pobre e sofrido coração.
— ANDIAMOS DIAMANTE NEGRO! - Grito, com certa ansiedade a me contagiar.
E saio no galope com meu cavalo à procura da residência Capuleto. Se ela me ama, irá de me aceitar sem o sobrenome ou, até mesmo com o sobrenome, não me importa mais nada! Apenas ela..
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AS JULIETAS
RomanceO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?