(Julieta Capuleto Narrando):
— Filha... Os convidados estão a chegar, se apresse...— Já vou... Não me apresse mamma! - Dizia meio impaciente com o tom que minha mãe usou comigo.
Eu estava presa na sacada da minha varanda, na esperança de ver a minha querida Tolomei. Meus olhos não saíam do horizonte, buscando pela chegada triunfante dela.
— JULIETAAAAA! JULIETAAAA! - Gritavam-me... Que coisa irritante de se ouvir, acho que ninguém gostaria de estar na minha pele agora.
Quando me distraio com os gritos irritantes da minha mãe e companhia, vejo um cavalo negro como a noite chegar em frente a entrada da minha casa. Não conseguia ver nitidamente, afinal, já estava escurecendo e a cor do cavalo não ajudava. Fiquei curiosa... E resolvi atender aos chamados a minha pessoa saindo da sacada na esperança de ser resgatada por minha Tolomei.
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(Giulietta Tolomei Narrando):
— Então é aqui que te escondem... Minha bela Capuleto... - Sussurrei admirando a mansão dela, que estava em ritmo e arquitetada praticamente pra um baile.
Desci do diamante negro, amarrei longe desse barulhão todo, num local onde ele poderia ficar livre, perto do jardim dos Capuleto.
— Prometo não demorar amigo... Só preciso ver a atração principal da noite. - Beijei-o no topo da cabeça.
Fui entrando e alguns olhares me desconfortaram, mas, segui ainda assim. Como era linda a "humilde" casa dela.
— Boa noite prima... Achou que eu não iria reconhecer esse quadril nessa fantasia de mulher gavião? - Sussurrou meu primo atrás de mim.
— Demoraram... E não é mulher gavião, é tipo a da mulher maravilha, mulher amazona.
— Pra mim ainda é a mulher gavião da liga da justiça, você assistia muito isso (Risos).
Dei um risinho irônico, e a música parou para a anunciação dos anfitriões da casa, meus olhos cresceram.
— Senhor Giuberto Capuleto Gilardini, sua senhora Paloma Gilardini Capuleto e sua filha, a adorável Julieta Capuleto Gilardini.
Meu primo cochichou....
— Ela tem dois sobrenomes... Isso que eu chamo de surpresa da noite. E parabéns prima, a sua Julieta é divina...
— É... Ela é... - Falei mostrando um sorriso idiota, eu só era mais uma das milhares de pessoas importantes que estavam ali naquele salão de festas.
Percebia que o olhar dela me procurava meio a tanta gente.... Até que resolvi cumprimentá-la, indo nela.
— Se encontre comigo no jardim.... - Falei estando por trás dela, e quando virou pra ver, eu já havia saído dali.
— Quem é... Vo...
Deixei-a nem ter tempo de responder, só seguir minha orientação, gosto de ambientes mais abertos pra se conversar. E eu quero, preciso explicar a ela o que aconteceu conosco, comigo, precisamos nos conhecer, permitir a essa intimidade que nos conecta talvez além do que imaginamos.
— Aonde vai prima?
— Ao encontro da minha Capuleto...
— Tome cuidado... Irei procurar saber algumas informações sobre a aliança deles aos Varsini. Ti amo. - Beijou minha mão e eu a dele.
— Você também tome cuidado, ti amo.
Peguei duas taças de champagne e fiquei admirada com o jardim, tão bem arquitetado e cuidado. Alguns minutos depois.... Sinto a presença dela.
— Pensei que não viria... - Falei ainda estando de costas.
— Quem é você? - Soltou enfim sua doce voz angelical.
— Recebi sua carta de despedida... - Falei virando de frente a ela, entregando a outra taça na mão dela.
Sua expressão foi de surpresa, assim como a minha, por vê-la naquela fantasia de anjo, acabo de crer que, estou completamente no paraíso! Sabemos que o primeiro susto que tivemos não foi dos bons, o segundo está causando outro tipo de reação em nós.
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AS JULIETAS
DragosteO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?