Capitolo XIV

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— Andiamo mio Diamante negro!

Fui a galope embora dali, deixando um pedaço de mim perdido aos lábios dela. Aquele hálito quente de encontro ao meu... Estaria eu, revivendo um grande amor ancestral?

"Poderia um beijo, salvar duas almas destinadas a morrer em nome de um amor antigo?"

Preciso saber mais dessa minha conexão com Julieta, com alguém mais espiritual, minha religião Católica não é muito ligada em coisas assim... Vou até minha Universidade, deve ter alguma coisa por lá, primeiro deixarei meu cavalo em casa.

Cheguei rapidamente à minha casa, estando com pressa de buscar respostas.

— Mais tarde eu volto amigão... - Alisei a crina do meu cavalo, e peguei o carro.

Minha governanta conseguiu me ver, e me parou antes que eu entrasse no carro.

— Aonde vai?

— Preciso descobrir uma coisa...

— Que coisa?

— Sobre minha conexão com a senhorita Capuleto... Preciso de alguém ligada nessas coisas mais espirituais.

— Minha menina... Tenho algo a dizer sobre mim, minha família tem ancestrais bruxos, herdei algumas sabedorias a respeito.

— VOCÊ É UMA BRUXA?

— Não grite! Sabe muito bem que sou católica que nem vocês, só que minhas raízes são outras... Talvez eu possa te ajudar, na biblioteca de vocês tem relíquias antigas dos seus antepassados, talvez ajude em algo.

— Nana... Eu beijei a senhorita Capuleto. Na verdade, ela me beijou...

— O que eu temia está acontecendo... Minha menina, deve se afastar dela, pra evitar que o pior aconteça.

— O que pode acontecer? A tragédia repetir? Nós duas morrermos?

— Algo muito pior do que isso...

— Que seria? - Fomos entrando dentro de casa em direção a cozinha.

— Melhor sentarmos... Deseja beber algo, ou, comer? - Puxou a cadeira pra eu sentar.

— Sim... Preciso de um copo de uísque e um sanduíche, por favor. Agora diga Nana! - Apoiei meus braços na mesa com certa impaciência e brutalidade, preocupada com que ela tinha a me dizer.

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(Julieta Capuleto Narrando):

— Seu pai quer te apresentar uma pessoa filha...

— Quem? - Olhei meio enojada... Estava entediada com a festa sem a minha Giulietta pra eu poder suspirar...

— O filho mais velho da família Varsini...

— Pra quê? - Parei no meio do caminho.

— Não faça perguntas, apenas venha! - Minha mãe me puxou pelo braço, e fui obrigada a ir.

— Senhor Antonie Varsini... Essa é a minha joia mais valiosa, a minha filha Julieta Capuleto.

Sorri sem graça ao senhor Varsini, e ele beijou minha mão dizendo...

— Encantado por sua beleza senhorita...

Meu pai sussurrou... Ao passar por mim.

— Ele será um ótimo marido pra você não é filha? - Deu um sorrisinho.

Meu coração... Senti parar de bater por alguns segundos, segurei minhas lágrimas nos olhos, eu morria de medo do meu pai, não podia ousar desafiá-lo, ou, contrariá-lo.

O que será de mim agora? E a minha Giulietta? O nosso amor? Estava agora pouco a pensar naquelas mãos fortes dela em mim, aquele beijo me libertou de anos de prisão da qual eu vivia.

— Senhorita? - Invadiu uma voz desconhecida na minha mente.

— Oi? - Olhei assustada.

— Se sente bem?

— Não meu senhor... Se me der licença preciso tomar ar.

— Posso te acompanhar se quiser...

— Não! Eu preciso ficar sozinha... Estou com falta de ar...

Nisso, só foi eu terminar de falar, que acabo enfraquecendo lentamente... E ele me pega no ar, o meu futuro e "amado" marido.

— JULIETA! JULIETA! - Revirava os olhos e havia vozes ao redor me gritando em desespero.

Onde está a minha Tolomei? Alguém a chame pelo amor de Deus... Só ela poderia me salvar dessa prisão que eu vivo e irei entrar numa prisão pior... Prefiro a morte!

AS JULIETASOnde histórias criam vida. Descubra agora