Nunca me envolvi com homens... Nunca me interessei e meus pais sabem disso. E não me julgam por isso, porém, não gosto de nomes ao que gosto, sou um ser humano, não um rótulo sexual.
- Giulietta já que não vai me responder, do motivo que irá usar roupas apertadas... As suas coisas estão todas prontas, e o carro também está a te esperar.
- Não quero ir de carro... Eu quero ir a cavalo. - Abri um sorriso exagerado.
- Mas, a cavalo em Boston? Aqui é um País moderno, sabia?!
- Eu sou uma Tolomei! Podemos tudo, e quero chegar polemizando! (Risos)
- Como quiser senhorita Tolomei... Irei mandar preparar o seu cavalo então. Seus pais sabem disso?
- Não, e nem precisam saber!
Eu me vesti de amazona, com a roupa que eu competi em Londres no hipismo, pra me dar sorte, afinal venci pela quinta vez usando apenas esse terno de seda italiana, e coloquei o "uniforme" na mochila, calçando botas longas. E saí despercebidamente pelas portas do fundo da mansão que davam no Haras de meu pai. (Sim nós já tínhamos casa em Boston, porém mais afastada um pouco da Universidade).
- Aqui está seu cavalo senhorita Tolomei.
- Grazie, tenha um belo dia. Até mais tarde.
- Até mais tarde, boa aula.
Fui galopando e quando meus pais viram, eu já estava longe e gritando feito uma índia louca! (Risos)
Quando eu cheguei olhares muito curiosos me cercaram, e olharam rindo da forma de como eu cheguei, mas quando viram no próprio animal o brasão da família Tolomei, e no meu traje de seda e calça de couro o brasão, pararam de me encarar na hora, que coisa curiosa, não é?! (Risos)
- Senhorita Tolomei... É um prazer tê-la aqui, quer colocar seu animal na nossa fazenda? Iremos tratar muito bem dele e seja bem-vinda, eu sou o diretor Renner. - Ele apareceu apertando minha mão, comigo estando ainda no meu cavalo.
- Muito prazer senhor, espero que cuidem mesmo, esse cavalo vale mais do que a sua cabeça! (Risos)
- Sempre bem humorada senhorita Tolomei, venha irei te mostrar sua sala, e se quiser pode usar essa roupa mesmo. Pois é primeiro dia de aula.
- Agradeço... Pois me sinto mais a vontade com essa roupa, e deixa eu te perguntar, Julieta Capuleto está em qual curso?
- Economia... Pode ficar tranquila que vocês NUNCA, irão se esbarrar por aqui senhorita.
- Ahhh... Mas que peninha, estava louca pra conhecê-la!
- Pelo bem da humanidade... Não seria adequado, um confronto aqui na minha Universidade, por mais que tomasse atenção da mídia, e do mundo.
- Quem falou em confronto senhor diretor? Sou uma mulher de classe, pensa que sou o quê?
- Uma mulher sedenta para derramar sangue dos Capuletos, essa sua expressão não esconde, seus reais desejos por esse encontro a Julieta, Julieta é uma moça totalmente diferente de você...
- O que está insinuando meu senhor? Que sou uma selvagem?
- Não quis dizer isso senhorita Tolomei, queira me perdoar, e sim que Julieta é totalmente uma dama, sensível, delicada e poética.
- Duvido muito que seja, está dizendo isso só pra eu ficar despreocupada, e não vê-la como uma ameaça a mim.
- Se me permite perguntar senhorita Tolomei... Como é?
- Como é, o quê? - Olhei pra ele o afrontando, cruzando meus braços.
- Carregar uma terrível maldição apenas em um sobrenome? E mesmo depois de séculos, do que ocorreu aos seus ancestrais, vocês não mudaram?
- Iremos mudar, quando eles mudarem! Eles quem começaram tudo! Eu carrego o sangue dos Montecchio e irei de honrar hoje o sobrenome Tolomei!
- O orgulho de vocês irão destruir novamente o mundo! Quando achar... Um amor, entenderá o que eu digo. Espero que não tenha o mesmo final do que o seu antepassado, ele seria o que hoje, seu?
- Não sabemos ao certo, talvez um primo, muito muito distante. Outros já dizem ser um tataravô muito muito distante, é muito confusa nossa árvore genealógica, pois quando Romeu Montecchio morreu, morreu novo demais e não gerou descendentes. Assim como os malditos Capuletos também não tiveram herdeiros diretos.
- Incrível a história que você carrega em um sobrenome, é uma honra tê-la aqui, sinta-se em casa, porém... Não arrume confusão para o seu bem.
- Cumprirei, dou minha palavra de Tolomei ao senhor... Agora preciso ir. Agradeço sua calorosa recepção a mim.
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AS JULIETAS
RomansaO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?