Mesmo dizendo e aceitando "fugir" comigo logo de cara, como duas amigas que se conheceram em menos de duas horas, essa mulher mexia comigo de alguma forma... Parecia que também havia se interessado em mim, como é duvidoso o sentimento de quem não conhecemos. Quanta confusão em um dia!
— SEGURE-SE! IREI TE DAR ASAS, SENHORITA! - Gritei ao vento, com um sorriso até os olhos.
Ela se agarrou a mim mais forte, e me senti mais leve do que os passes do meu cavalo ao correr por dentro das ruas de Boston, e todos a ver nós duas rindo e gritando feito duas loucas... A imprensa nos seguiu, era por causa de mim porque infelizmente agora ficariam por aqui também.
Quando chegamos à mansão Tolomei, fomos pelos fundos pra deixar meu cavalo, ela ficou encantada e depois fomos para frente de minha casa.
Fui puxando-a eufórica, para mostrá-la aos meus pais... Quando a minha governanta se assusta comigo e me chama no canto.
— Psiu! Venha até aqui... Menina!
— Olá Nana! Você precisa conhecer uma pessoa! Nos demos tão bem Nana no primeiro dia de aula! Ela é uma encantadora mulher, acredito até que estou apaixonada...
— Querida Giulietta... Mas...
— Mas o que é Nana? Por acaso já me vistes com este sorriso todo estúpido? Hein? Digas! Digas! Irei te fazer cócegas hein... Irei entrar pela frente da casa... Com ela, pra que a conheça diretamente.
— Querida, acho que não seja uma boa ideia. Os seus pais e a imprensa já sabem que fugiu as aulas e agrediu o seu professor... E ao menos sabe o nome dela?
— Não me importo! Nos receba pela porta de lá, ti amo Nana! - Beijei sua testa e nisso virei para olhar a moça de traços nobres.
Quando me virei, Nana me olhou entristecida, e eu fiquei sem entender... Limusines e alguns homens... Misturados com os nossos.
Fui correndo até lá, mas, depois fui impedida de ir até a moça, pois fui puxada pela minha governanta pra cima da escada da entrada... Meus pais haviam saído.
— Giulietta... - Ela me segurou, pra eu não ir até lá.
- ME SOLTE NANA, QUEM SÃO AQUELES HOMENS? E por que aquele idiota do Ulisses Capuleto, está pondo as mãos na minha menina, NANA? ME RESPONDA!!!! EU EXIJO! - Dizia eu apavorada, querendo quase estrangular minha governanta.
— GIULIETTA, ESCUTA! Ela... É uma Capuleto.
— Não...Não pode ser Nana!!! Que tipo de Capuleto estamos falando?
— Da sua maior inimiga... A Julieta Capuleto.
Eu olhei para moça no momento em que Nana terminou de falar quem realmente ela era. Por quê? Tens o nome que mais odeio minha senhorita? Por que? E o nosso olhar foi o mesmo quando cruzamos eles, provável que o primo dela havia contado também quem eu era, mas, meus pais disseram... Que a senhorita Julieta me conhecia, ela sabia quem eu era! Não pode ser... Essa é a pior notícia que uma Tolomei poderia receber hoje.
Eu a olhei com lágrimas nos olhos, e notei que aos olhos dela, haviam-se também lágrimas. O primo Ulisses, tentou puxá-la pra dentro do carro, e Julieta insistia por ficar mais e me olhar com uma expressão desapontada.
— Diga algo minha Tolomei... Parece até que está em choque...
— Julieta.. Capuleto... O que tem em um nome? Pra que possamos nos odiar, em invés de nos amarmos? Maldito é o nome e sobrenome no qual carregamos! MALDITO É O NOME E SOBRENOME QUE CARREGAMOS, OUVIRAM!
Acabei me ajoelhando e olhando para os céus, depois Nana me ajudou a se levantar do chão.
— Calma mia menina... Venha...
— Espere, preciso vê-la mais um pouco daqui...
Julieta foi forçada a entrar no carro. Ficou paralisada, imersa... Parecia estar petrificada e não ter caído a ficha dela, só sei que o meu coração foi junto dela naquele carro. Que dia lamentável para dois corações aventureiros...
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AS JULIETAS
RomanceO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?