Essa noite com ela, parecia mais um amanhecer... Pois só via luz naquele olhar dela. Julieta acabou dormindo em cima do meu corpo e eu dormi logo em seguida.
— Senhoritas! Acordem! - A babá da Julieta entra no quarto, e nos encontra nuas espalhadas na cama.
— Mas o que é isso? Estamos indispostas! - Julieta se encolheu no lençol, acordando assustada, eu fui abrindo os olhos lentamente.
— Precisei vim.... Seu pai está a caminho Julieta, e temos más notícias.
— Estava bom demais... - Comentei baixo.
— Sua família Giulietta declarou guerra aos Capuleto através das mídias... E não será aqui na Àmerica.
— Como assim? - Julieta não entendia muito de "guerra".
— NON! Tenho que impedir isso!
— Como? - Perguntou assustada Julieta a mim.
A babá dela saiu e pediu pra eu me apressar também para ir.
— Não dá pra explicar agora meu amor.... Eu voltarei logo para seus braços. Me prometa ser forte. - Peguei nas mãos dela e as beijei.
Ela ameaçou querer chorar, mas, se conteve.... Chegou com sua mão trêmula próxima ao meu rosto, seu olhar pedia pra eu ficar mais um pouco sobre seus cuidados.
— O amor sempre vence minha senhora Capuleto. Em breve teremos os mesmos sobrenomes.
— Por causa de um sobrenome quase mataram você! Dane-se os sobrenomes que temos. Me deixe ir contigo!
— Não posso arriscar te levar comigo para conversar com meu pai. Eu amo você de outras vidas... - Beijo atenciosamente suas mãos trêmulas.
Nos abraçamos fortemente, ela me ajudou a se vestir... E tinha que ser com cuidado, pois eu estava ainda toda dolorida. Saí da casa dela igual uma fugitiva... Que havia roubado a coisa mais valiosa daquela casa, o coração da jovem e bela Capuleto. Quem tem o amor de uma mulher daquelas, não precisa de mais nada na vida... Para ser encorajada.
Simulei um beijo enquanto corria pelos labirintos do jardim dela. E seu olhar ficou a me seguir... Depois a vi chorar e se esconder dentro de seu quarto. Amada Julieta, preciso impedir isso e voltar o quanto antes para ti...
Fui a galope.... E quando cheguei em casa, só havia a Nana...
— NANA! ONDE ESTÃO TODOS? O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
— Você... Está bem... Ahhh Giulietta! - Ela me abraçou e chorou.
— Diga-me!
— O primo da Capuleto... Matou o nosso motorista particular, foi até a casa dele e matou a família dele por ter escondido você. Ele foi atrás do seu primo... Na Itália.
— NON! NON! - Me ajoelhei no chão, abraçando as pernas da minha babá, ela acariciava minha cabeça, chorando junto. - Isso não vai ficar assim!
Me desprendi dela, e fui correndo enfurecida até a área da onde fica nosso jato particular. Nana veio atrás de mim.
— ESPERE! - Ela segurou forte no meu braço.
— Não me impeça! - Olhei com lágrimas a ela e ao mesmo tempo agressiva no meu tom de voz. - Onde eles estão agora?
— Não vou impedir... Irei junto com você. Chamarei o comandante.
Fiquei impaciente, com medo... De matarem meu primo, isso não poderia acontecer, senão EU que faria minha vingança e derramaria sangue. Onde meu pai está com a cabeça, declarar guerra, em pleno século XXI?
— Vamos! O Comandante irá nos levar até a mansão Tolomei em Verona. E que Deus nos proteja.
— Não podemos perder tempo mais aqui! Vamos! Que Deus e seus anjos estejam conosco...

VOCÊ ESTÁ LENDO
AS JULIETAS
RomanceO que você faria se carregasse uma maldição dos seus ancestrais no seu sobrenome e nome? Ou melhor, o que faria para que não acontecesse tudo de novo como nos séculos passados?