Someone unknown

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// First Person, Park Jimin

Contra minha vontade, senti meus olhos se abrirem preguiçosamente, piscando diversas vezes até estarem focados na pouco iluminação confortável em que meus aposentos estavam banhados naquela gostosa manhã.

Me sentei sobre os lençóis de seda confortáveis e fechei os olhos novamente, sentindo cada fibra do meu corpo acordar a os poucos. As pernas se esticaram automaticamente e os braços seguiram o mesmo caminho logo após, num ato preguiçoso e necessário.

Olhei a criança dorminhoca na outra cama e sorri. Parecia dormir serenamente e eu sentia meu peito transbordar de felicidade, saber que ela estava bem e segura me enchia de alegria, tudo isso graças ao rei e seu pequeno filho. Pensar nos dois me fez lembrar das milhões de tarefas que me esperavam naquele novo e maravilhoso emprego.

Saltei da cama e rapidamente tratei de tomar um longo e gostoso banho, gemendo inconscientemente quando a água quentinha envolveu meu corpo. Deus, eu não fazia ideia de como um banho quente de verdade era bom. Eu ainda arriscava gastar meu suado e velho fogão a lenha para esquentar água as vezes, quando o frio chegava de forma brutal ao Reino, mas baudes desgovernados nunca poderiam se comparavar ao chuveiro forte acima de mim.

Ignorei todas as marcas arroxeadas e ainda doloridas em meu corpo, com suas lembranças cruéis, e finalizei o banho, tratando de me arrumar sem muita procrastinação. Sabia que estava cedo mesmo sem ter parado para olhar de fato as horas, eu sempre me levantava junto com o sol e mesmo que a cama fosse extremamente gostosa de se dormir, e eu estivesse bem cansado, meu corpo não deixou que isso atrapalha-se minha rotina.

Amém!

-- Lee?... hey, bebê. Hora de levantar. -- Mesmo com meu coração apertadinho por ter que acordar a pequena, me vi balançando suavemente seus ombros. Os olhos âmbar se apertaram várias vezes antes que de fato mirassem em mim, e um murmuxo preguiçoso escapou dos seus lábios.

-- Só mais uns minutinhos, irmão...-- Me deu as costas de forma presunçosa, empinando a pequena bundinha para me empurrar da lateral de sua nova cama. Sorri com seu atrevimento.

-- Ande, sua preguiçosinha. Já amanheceu. -- Fiquei de pé e puxei sem força seu lençol, ganhando um baixo e fraco rosnado como resposta, arregalei os olhos. -- Park Ailee?! Você rosnou mesmo pra mim? --

-- D-Desculpe, irmão! Foi sem querer. -- A alfa rapidamente ficou sentada sobre os tornozelos, acima do colchão macio. Seus olhos assustados e ainda sonolentos me fitaram com sinceridade e arrependimento.

-- Tudo bem, apenas se arrume e desça quando estiver pronta. Sabe onde fica a cozinha dos serviçais?-- A mesma fez que sim, ainda cabisbaixa. -- Bom, vá para lá quando terminar tudo que precisa, inclusive arrumar sua cama. Não faça paradas, não fale com ninguém, apenas vá para cozinha rapidinho. Vou estar lá resolvendo algumas coisas sobre a agenda do príncipe e preparando nosso café.

Não esperei sua resposta e saí em passos calmos do quarto. O fato da caçula ter rosnado para mim me deixou realmente chateado. Além de ter sido muita falta de educação de sua parte, ela sabe que eu odeio rosnados, sabe como minha classificação de ômega me faz ficar afetado com esse gesto. Rosnar é como xingar, desafiar, impor autoridade e tudo que uma criança de oito anos não deve fazer para ninguém, principalmente seu irmão mais velho.

-- Bom dia, Park. -- A voz feminina de uma ômega me tirou do meu transe. Sorri em sua direção assim que a reconheci como a empregada que eu havia conhecido no primeiro dia em que acordei no castelo do rei.

-- Bom dia, senhora. -- Me aproximei, observando que a mesma cortava algumas frutas em tamanhos variados, provavelmente para o café da manhã. -- Quer ajuda? -- Ofereci de forma educada.

Secret Royal // Jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora