Capítulo 1

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Coloquei o lápis na boca observando a janela dele, ele estava lá. Muito concentrado ao fazer o exercício da escola. Seus cabelos pretos estavam molhados e mostravam que ele não os havia enxugado direito. Sorri ao vê-lo pegar uma toalha e impacientemente enxugar o papel onde escrevia e logo em seguida seus cabelos. Ele ficou descabelado deixando aqueles lindos cabelos pretos arrepiados. Eu, com certeza ,poderia dizer que era sua maior fã.

Fechei meu caderno e observei o relógio. Daqui a uma hora seria o momento em que ele desceria para colocar os sacos de lixo para fora e também seria a hora que eu sairia para andar de patins no pátio. Digo andar, mas eu nem sequer sei me equilibrar com aquelas coisas nos pés, mas era uma boa desculpa na concepção de uma menina de apenas 13 anos.

Eu me chamo Violet Valença, tenho 13 anos de idade e sou apaixonada pelo meu vizinho chamado Marco Black. E ele é o garoto mais bonito do bairro e da escola. Naquele dia ele estava incrível. Ele pegou o saco preto grande e o carregou. Suspirei. Me coração se apertava toda vez que o olhava. E eu poderia esperar dias para vê-lo e ficaria feliz.

Eu sou uma menina simples, uso óculos, meus cabelos são cacheados e aos 13 anos meu corpo ainda é bem infantil. Eu me minha família moramos num interior do Espirito Santo. Minha vida é simples, moramos em uma espécie de condomínio de casas bem antigo, mas muito seguro. Pelo ou menos na concepção de uma menina de 13 anos.

Não lembro ao certo quando me apaixonei por ele. Acho que quando entendi o que era se apaixonar eu já estava apaixonada. Marco sorriu e levantou o braço me dando um aceno rápido assim que finalizou seu trabalho.

-Cansou de andar? - perguntou abrindo um lindo sorriso. Meu coração quase saiu pela boca quando ele se aproximou de mim. Ele usava uma calça jeans azul e estava sem camisa. Seu corpo já era bem definido naquela idade. Seus cabelos preto e liso estavam um pouco desarrumados e eu sabia muito bem o porquê. Ele tinha a pele morena e seus olhos eram de um castanho claro e encantador. Marco esticou as mãos para mim e sorriu.

-Nunca vi você andando realmente. - disse.

Minhas bochechas formigaram e eu sabia que eu estava muito corada. Sorri. Estava constrangida, fui pega no ato. Mesmo assim não poderia perder a oportunidade de segurar suas mãos. Segurei sua mão e apenas de encostar nela meu corpo inteiro se arrepiou. Eu ficava fascinada pelo o que ele me fazia sentir. Era simplesmente incrível e inovador.

Ele me puxou e minha atenção se voltou para os patins. Não queria perder o controle e cair na sua frente, mas era quase impossível não perder o foco o tocando daquela forma. Seus olhos eram tão brilhantes e seu sorriso apenas me deixava mais abobada.

-Marco! - uma voz chamou a atenção dele. Marco me soltou e eu não consegui me equilibrar. O ouvi pedi desculpas bem rápido e sair correndo em direção a sua nova visita. Cai de bunda. Olhei para a moça que o chamava. Aquela era a Lorena. A garota que ele estava saindo por 2 anos. Eles eram grandes amigos e se conheceram na escola. Desde então são praticamente inseparáveis. Senti uma dor surgir no meu coração e um gosto amargo na garganta. Não entendia ao certo que sentimento era aquele, mas doía.

Era impressionante a capacidade dele de me fazer conhecer tantas novas sensações. Estava brava. E ainda sim eu estava com aqueles patins nos pés, não conseguia nem me levantar. Marco passou os braços pelos ombros dela e a levou para dentro da sua casa. Logo em seguida os dois sairiam com suas bicicletas. Olhei minhas mãos e elas estavam cheias da grama. Eu estava as arrancando! Bufei e uma vontade de fracasso dominou-me. Acho que nunca tinha sentido isso de maneira tão amarga como naquela hora.

-Violet. - Aquela voz doce e animada me chamou atenção. Olhei para o lado e então percebi que ele estava ali. Scott Botelho. O irmão mais novo de Marco. Ele era apenas um ano mais novo que eu. O olhei ali parado. Ele mantinha as mãos nos quadris e um sorriso sapeca. Ele era extremamente infantil, bem diferente do Marco.

-O que você quer? - perguntei fechando o rosto. Ele sempre dava um jeito de me irritar.

Quando nos conhecemos pela primeira vez Scott puxou meu cabelo fazendo eu fazer um escândalo na festa de boas vindas dos seus pais. No meu aniversário de 5 anos ele me jogou na piscina e ficou rindo. Quando fiz 6 anos ele destruiu o meu bolo e colocou a culpa em mim. Quando eu tinha 8 anos ele fez eu descer uma ladeira inteira com uma bicicleta sem freios e ainda estava na garupa. Apenas paramos na praça, caídos na grama. Nesse dia ambos quebraram o braço e eu ainda levei a bronca por ser mais velha.

Quando fiz 10 anos ele me jogou dentro da lata de lixo me empurrando e fugiu. Quando fiz 11 anos ele colocou fogo no meu cabelo por que disse que era lenha para a fogueira. Tive que corta-lo na metade do tamanho que estava. Com 12 anos ele colocou pimenta na minha água da educação física. Até hoje eu lembro de ter cuspido na cara do professor. Ano passado ele invadiu meu quarto no meio da noite na tentativa de me assustar, acabou caindo da janela e colocou a culpa em mim por eu tê-lo empurrado, felizmente ele não quebrou nada, mas se arranhou todo. Bom, esse ano ele ainda não tinha me feito passar nenhum vexame, por isso eu estava tão alerta.

-Você não quer ajuda? - ele esticou o braço.

Eu fiz uma careta. Ele iria me ajudar a levantar e depois iria me deixar cair.

-Não! Me deixe em paz! - briguei.

-Vamos! Eu vou te ajudar...- disse sério. O olhei e inocentemente acreditei em suas palavras. Estiquei o braço e ele o segurou me levantando. Mas quando me levantei ele me puxou e me soltou. Cai mais à frente no asfalto de costas. Gritei de dor. Ele gargalhou

– Idiota! -falou rindo.

Comecei a chorar. Não exatamente por causa da queda, mas por que todo meu dia estava sendo assim. Me sentei chorando. E ele veio e se aproximou um pouco assustado com meu choro. Eu tirei meus patins chorando e joguei na testa dele. Criou um galo grande no canto de sua testa. Ele quis chorar, mas não o fez. Na verdade, ficou com raiva de mim e saiu para dentro da sua casa. Tirei o outro pé dos patins e voltei para casa. Meu bumbum doía.

Fui para dentro de casa e me tranquei no meu quarto. 

Oiiiiiii,  este é um livro antigooo hehehe. Espero que gostem da temática. Por favor,  comentem! Obrigadaaa😍

ERA UMA VEZ PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora